DEU EM O GLOBO
Batalhões da PM pedem mudança de zonas
Os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, e do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, Roberto Wider, decidiram antecipar a vinda das tropas federais para tentar frear o poder de voto dos currais eleitorais.
- Queremos evitar as distorções que aconteceram na eleição passada. A idéia é trabalhar com bastante antecipação, inicialmente nas 20 áreas mais sensíveis, segundo o relatório que temos - diz Wider.
Segundo o presidente do TRE, as tropas deverão chegar nos próximos dias:
- Nós vamos trabalhar fortemente em três áreas. A primeira, com campanhas de esclarecimento para o eleitor. Outra área de atuação é o reforço do policiamento para garantir o direito de ir e vir. Por último, os candidatos que possam vir a ser beneficiados por esses grupos poderão perder suas candidaturas. Não haverá impunidade.
Na cidade, as tropas federais deverão reforçar o policiamento nos morros da Rocinha e do Vidigal, na Zona Sul, e nos complexos da Maré, Alemão e da Penha (principalmente na Vila Cruzeiro), Zona Norte. As tropas também devem ir para as favelas de Rio das Pedras, em Jacarepaguá; Coréia, Sapo e Taquaral, em Senador Camará; Batan, em Realengo, e Carobinha, Barbante e Vilar Carioca, em Campo Grande, todas na Zona Oeste. Já em Seropédica, o policiamento será reforçado porque o local é braço da milícia do vereador Jerominho, onde Natalino, o irmão dele, pretendia concorrer à prefeitura.
Policiais consideram efetivo insuficiente para pleito
Ainda para garantir a segurança no dia das eleições, segundo fontes da Polícia Militar, batalhões da Zona Oeste da cidade estão consultando os juízes das zonas eleitorais sobre a possibilidade de mudar locais de votação em comunidades dominadas por traficantes. A idéia é transferir essas seções para escolas fora das favelas. A transferência seria uma maneira de distribuir melhor o efetivo da PM, considerado pelos policiais insuficiente para cobrir o pleito.
Segundo policiais, em algumas áreas dominadas pelo tráfico, como a Favela do Taquaral, para que a votação ocorra com tranqüilidade seria necessária a presença de 20 policiais militares em apenas uma escola onde há urnas. O comandante do 14º BPM (Bangu), coronel Pedro Paulo da Silva, negou as informações. Ele garante que não tem problemas com efetivo.
Para o pesquisador de Assuntos Militares, Expedito Carlos Stephani Bastos, o envio de tropas federais para garantir a segurança das eleições municipais é uma solução paliativa. Ele lembrou que depois da saída das tropas as comunidades vão voltar para o domínio de milicianos e traficantes:
- Deslocar as tropas para as eleições é pura pirotecnia.
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