Clóvis Rossi
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - O pacote que o governo norte-americano está preparando para salvar a economia de um colapso equivale basicamente à colocação de uma ponte de safena para desentupir a artéria vital do capitalismo que é a circulação do crédito.
É essa a análise de José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.Diz Lima Gonçalves: "A fragilidade subjacente do sistema financeiro são os ativos hipotecários ilíquidos que perderam valor com o ajuste do mercado imobiliário. Esses ativos sufocam o crédito e (...) estão entupindo o sistema financeiro".
A pergunta seguinte inevitável é: a safena resolve o problema? Lima Gonçalves limita-se a dizer que "o programa precisa ser adequadamente desenhado e suficientemente grande para ter o impacto máximo, mas ao mesmo tempo proteger o contribuinte na maior extensão possível".
De acordo, mas qual é o tamanho adequado? Provavelmente monstruoso a julgar pelos números impressionantes colecionados em notável trabalho sobre a crise ("Dinheiro, ganância, tecnologia"), de Norman Gall, diretor-executivo do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial.
Só um dos números da coleção: "Desde 2000, a especulação no mercado desregulado de trocas de garantias contra calotes (CDSs, da sigla em inglês) cresceu exponencialmente de US$ 900 bilhões para US$ 62 trilhões no início de 2008, duas vezes a capitalização do mercado acionário dos EUA e quase o equivalente à totalidade da riqueza das famílias dos Estados Unidos e dez vezes o valor de todos os títulos da dívida que podiam ser protegidos por seguros".
Toda a riqueza do mundo (o PIB mundial) é avaliada hoje em cerca de US$ 40 trilhões. Logo os US$ 62 trilhões da especulação são o mundo mais metade do mundo. Haja pacote para desentupi-la.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - O pacote que o governo norte-americano está preparando para salvar a economia de um colapso equivale basicamente à colocação de uma ponte de safena para desentupir a artéria vital do capitalismo que é a circulação do crédito.
É essa a análise de José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.Diz Lima Gonçalves: "A fragilidade subjacente do sistema financeiro são os ativos hipotecários ilíquidos que perderam valor com o ajuste do mercado imobiliário. Esses ativos sufocam o crédito e (...) estão entupindo o sistema financeiro".
A pergunta seguinte inevitável é: a safena resolve o problema? Lima Gonçalves limita-se a dizer que "o programa precisa ser adequadamente desenhado e suficientemente grande para ter o impacto máximo, mas ao mesmo tempo proteger o contribuinte na maior extensão possível".
De acordo, mas qual é o tamanho adequado? Provavelmente monstruoso a julgar pelos números impressionantes colecionados em notável trabalho sobre a crise ("Dinheiro, ganância, tecnologia"), de Norman Gall, diretor-executivo do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial.
Só um dos números da coleção: "Desde 2000, a especulação no mercado desregulado de trocas de garantias contra calotes (CDSs, da sigla em inglês) cresceu exponencialmente de US$ 900 bilhões para US$ 62 trilhões no início de 2008, duas vezes a capitalização do mercado acionário dos EUA e quase o equivalente à totalidade da riqueza das famílias dos Estados Unidos e dez vezes o valor de todos os títulos da dívida que podiam ser protegidos por seguros".
Toda a riqueza do mundo (o PIB mundial) é avaliada hoje em cerca de US$ 40 trilhões. Logo os US$ 62 trilhões da especulação são o mundo mais metade do mundo. Haja pacote para desentupi-la.
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