Raphael Bruno
DEU NO JORNAL DO BRASIL
Nas maiores cidades, apenas em Curitiba e Goiânia o prefeito deve ser eleito no dia 5
Faltam apenas duas semanas para as eleições municipais, mas, nos maiores colégios eleitorais do país, poucas cidades conhecerão o prefeito que as irá comandar nos próximos quatro anos já no primeiro turno. Na reta final da campanha, crescem não só as especulações sobre possíveis apoios na segunda rodada da disputa eleitoral, como também a troca de duras críticas entre prováveis aliados no futuro próximo. Vale tudo por um lugar ao sol, ou melhor, na urna, no próximo dia 26 de outubro, data marcada para a realização do segundo turno. Hoje, PT e PMDB seriam os partidos que mais emplacariam candidatos em dez das principais cidades do país.
Municípios como Curitiba e Goiânia, onde as eleições caminham para para um desfecho já no primeiro turno, são exceções entre as grandes cidades brasileiras. Na capital paranaense, nem mesmo todo o apoio do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, à candidata do PT e sua esposa, Gleisi Hoffmann, ameaça a reeleição do atual prefeito, Beto Richa (PSDB), que soma 74% da preferência do eleitorado, de acordo com último levantamento Ibope. Em Goiânia, o também candidato à reeleição, Iris Resende (PMDB), lidera com percentuais semelhantes e não aparenta dar muitas chances ao segundo colocado Sandes Júnior (PP).
– Num cenário de quadro partidário fragmentado como o nosso, é preciso analisar caso a caso as eleições que serão resolvidas no primeiro turno – observa o cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Leonardo Barreto. – Geralmente, é necessário a combinação de uma série de fatores, como candidatos partindo para reeleição, avaliações positivas elevadas por parte da população e o apoio da máquina pública. Quando as eleições têm mais atores novos, fica mais difícil.
Atrás dos apoios
A perspectiva de que os pleitos municipais não se resolvam no primeiro turno já colocou muita gente em busca de aliados para a segunda rodada das eleições. Em Belo Horizonte, após a ascensão meteórica do candidato apoiado pelo prefeito Fernando Pimentel (PT) e pelo governador Aécio Neves (PSDB), Márcio Lacerda (PSB), seus principais adversários, Jô Moraes (PCdoB) e Leonardo Quintão (PMDB), fizeram um pacto de apoio mútuo em caso de segundo turno.
– Estamos com esse entendimento há uns 15 dias – admite Jô Moraes, revelando que há uma boa possibilidade de que o acordo se amplie para outros candidatos que podem sair derrotados no primeiro turno, como Sérgio Miranda (PDT). – Nos debates estamos sempre chamando a atenção para a importância de um segundo turno, dada a necessidade de que Belo Horizonte enfrente um processo democrático efetivo.
O rival Márcio Lacerda, que ao que todas as pesquisas indicam até o momento angariou todos os apoios que precisava para ser eleito já no primeiro turno, disfarça.
– Estamos nos empenhando para um bom desempenho nas urnas no dia 5 de outubro e temos certeza que os eleitores farão uma escolha consciente e livre que irá beneficiar toda a população de nossa cidade – diz. – Os eleitores é que decidirão se haverá ou não segundo turno e nós vamos continuar trabalhando sem nos preocupar, no momento, com esta questão.
Crivella polemiza
No Rio de Janeiro, o candidato do PRB, Marcelo Crivella, causou polêmica recentemente ao declarar que havia realizado acordo semelhante ao da capital mineira com Jandira Feghali (PCdoB), o que foi negado pela candidata. Mas, dada a proximidade de Crivella do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o cenário mais provável é que a parceria se concretize, com o acréscimo ainda do PT, de Alessandro Molon, no grupo que irá enfrentar o atual líder nas pesquisas de intenção de voto, Eduardo Paes (PMDB), caso Jandira não alcance o segundo turno.
Já Eduardo Paes, figura mais ligada ao PSDB, onde era deputado federal e esteve até outubro do ano passado, sonha em contar com o apoio da legenda e de Fernando Gabeira (PV). E, embora sua saída do ninho tucano não tenha sido das melhores, o ex-partido já apoiou, por exemplo, no segundo turno das eleições para governador do Estado em 2006, o grande patrocinador da candidatura do peemedebista, o governador Sérgio Cabral.
– É prematuro falar em apoio no segundo turno – esquiva-se um tucano carioca de elevada plumagem. – Tem que aguardar, ainda está muito cedo. Mas qualquer movimento de apoio no segundo turno não pode ser por questões pessoais, mas sim programáticas.
A declaração pode ser entendida como uma sinalização de que eventual apoio de Gabeira no segundo turno não poderá ficar restrito à preferência do candidato do PV e terá que passar por negociações partidárias. Mas o tucano não perde o tom vencedor e garante que este será sim o critério utilizado, mas por Gabeira, para angariar possíveis apoios à sua candidatura no segundo turno.
DEU NO JORNAL DO BRASIL
Nas maiores cidades, apenas em Curitiba e Goiânia o prefeito deve ser eleito no dia 5
Faltam apenas duas semanas para as eleições municipais, mas, nos maiores colégios eleitorais do país, poucas cidades conhecerão o prefeito que as irá comandar nos próximos quatro anos já no primeiro turno. Na reta final da campanha, crescem não só as especulações sobre possíveis apoios na segunda rodada da disputa eleitoral, como também a troca de duras críticas entre prováveis aliados no futuro próximo. Vale tudo por um lugar ao sol, ou melhor, na urna, no próximo dia 26 de outubro, data marcada para a realização do segundo turno. Hoje, PT e PMDB seriam os partidos que mais emplacariam candidatos em dez das principais cidades do país.
Municípios como Curitiba e Goiânia, onde as eleições caminham para para um desfecho já no primeiro turno, são exceções entre as grandes cidades brasileiras. Na capital paranaense, nem mesmo todo o apoio do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, à candidata do PT e sua esposa, Gleisi Hoffmann, ameaça a reeleição do atual prefeito, Beto Richa (PSDB), que soma 74% da preferência do eleitorado, de acordo com último levantamento Ibope. Em Goiânia, o também candidato à reeleição, Iris Resende (PMDB), lidera com percentuais semelhantes e não aparenta dar muitas chances ao segundo colocado Sandes Júnior (PP).
– Num cenário de quadro partidário fragmentado como o nosso, é preciso analisar caso a caso as eleições que serão resolvidas no primeiro turno – observa o cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Leonardo Barreto. – Geralmente, é necessário a combinação de uma série de fatores, como candidatos partindo para reeleição, avaliações positivas elevadas por parte da população e o apoio da máquina pública. Quando as eleições têm mais atores novos, fica mais difícil.
Atrás dos apoios
A perspectiva de que os pleitos municipais não se resolvam no primeiro turno já colocou muita gente em busca de aliados para a segunda rodada das eleições. Em Belo Horizonte, após a ascensão meteórica do candidato apoiado pelo prefeito Fernando Pimentel (PT) e pelo governador Aécio Neves (PSDB), Márcio Lacerda (PSB), seus principais adversários, Jô Moraes (PCdoB) e Leonardo Quintão (PMDB), fizeram um pacto de apoio mútuo em caso de segundo turno.
– Estamos com esse entendimento há uns 15 dias – admite Jô Moraes, revelando que há uma boa possibilidade de que o acordo se amplie para outros candidatos que podem sair derrotados no primeiro turno, como Sérgio Miranda (PDT). – Nos debates estamos sempre chamando a atenção para a importância de um segundo turno, dada a necessidade de que Belo Horizonte enfrente um processo democrático efetivo.
O rival Márcio Lacerda, que ao que todas as pesquisas indicam até o momento angariou todos os apoios que precisava para ser eleito já no primeiro turno, disfarça.
– Estamos nos empenhando para um bom desempenho nas urnas no dia 5 de outubro e temos certeza que os eleitores farão uma escolha consciente e livre que irá beneficiar toda a população de nossa cidade – diz. – Os eleitores é que decidirão se haverá ou não segundo turno e nós vamos continuar trabalhando sem nos preocupar, no momento, com esta questão.
Crivella polemiza
No Rio de Janeiro, o candidato do PRB, Marcelo Crivella, causou polêmica recentemente ao declarar que havia realizado acordo semelhante ao da capital mineira com Jandira Feghali (PCdoB), o que foi negado pela candidata. Mas, dada a proximidade de Crivella do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o cenário mais provável é que a parceria se concretize, com o acréscimo ainda do PT, de Alessandro Molon, no grupo que irá enfrentar o atual líder nas pesquisas de intenção de voto, Eduardo Paes (PMDB), caso Jandira não alcance o segundo turno.
Já Eduardo Paes, figura mais ligada ao PSDB, onde era deputado federal e esteve até outubro do ano passado, sonha em contar com o apoio da legenda e de Fernando Gabeira (PV). E, embora sua saída do ninho tucano não tenha sido das melhores, o ex-partido já apoiou, por exemplo, no segundo turno das eleições para governador do Estado em 2006, o grande patrocinador da candidatura do peemedebista, o governador Sérgio Cabral.
– É prematuro falar em apoio no segundo turno – esquiva-se um tucano carioca de elevada plumagem. – Tem que aguardar, ainda está muito cedo. Mas qualquer movimento de apoio no segundo turno não pode ser por questões pessoais, mas sim programáticas.
A declaração pode ser entendida como uma sinalização de que eventual apoio de Gabeira no segundo turno não poderá ficar restrito à preferência do candidato do PV e terá que passar por negociações partidárias. Mas o tucano não perde o tom vencedor e garante que este será sim o critério utilizado, mas por Gabeira, para angariar possíveis apoios à sua candidatura no segundo turno.
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