DEU EM O GLOBO
O debate reproduziu muito o programa dos candidatos na TV e não creio que tenha representado o momento da decisão para o eleitor.
Para quem está indeciso, a escolha vai depender muito mais de uma fagulha qualquer a acontecer nas ruas ou de um sentimento.
O debate não deu elementos para alterar o estado de coisas entre eles, embora tenha ficado muito sublinhado que o candidato da tradição convencional é o Paes, com as máquinas articuladas ao estado até as máquinas periféricas das milícias, ligadas a Jorge Babu.
Já Gabeira se reforçou como a candidatura que aposta no movimento das ruas, imprevisível, porque depende da convicção.
Um representa uma política já estabelecida enquanto o outro tenta violar essa regra de ouro.
Vitoriosa ou não, a candidatura do Gabeira já mudou a política do Rio.
Não haverá outra eleição em que o discurso dele não seja consultado.
Com ele, a política está passando por fora das máquinas.
Se é com muita força, nós vamos ver, mas está passando.
Luiz Werneck Vianna é cientista político do Iuperj.
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