quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Emoções do dia-a-dia


Graziela Melo


Verdades

Que

Não foram

Ditas


Abraços

Que

Não foram

Dados


Beijos

Hipotéticos

Apenas

Imaginados


Palavras

Tantas vezes

Repetidas...


Gestos doces

Quase tímidos

Desarmados...


Figuras

Tão sombrias

Lembranças

Tão tardias...

Saudades tantas

Agonia...


Emoções

Do dia-a-dia!


Junho/2002


(Publicado no livro Crônicas, contos e poemas - Abaré Editorial, Brasília/DF, pag.98)

Um comentário:

Carlos Pereira jr (merlimkerunnus) disse...

Meu caro Gilvan,
Que bom encontrá-lo por aqui em plena atividade e fecundidade formulativa em meio ao caos contemporâneo, rs. Creio que podemos ter um profícuo dialogo em torno da afirmação da questão democrática, seus hibridismos autoritários e atual decadência do significado e representações do espaço público.
Pessoalmente acredito que vivemos uma época de administração de derrotas maiores do que aquelas vivenciadas por Gramsci... Afinal, essencialmente, a própria linguagem, significado e lugar da política mudou. Longe da mera defesa da democracia como principio, nos deparamos hoje com uma busca desesperada e ingrata por novas linguagens e significações que comportem a pluralidade, o hibridismo cultural e a individuação como princípios de uma sociedade ou sociabilidades novas.
Não dispomos até o momento de uma forma partido capaz de realizar essas buscas em tempos em que tudo que é sólido se desmancha no ar e que tentamos ainda vislumbrar teimosamente novas formas de espaços públicos que garantam a sobrevivência da própria democracia como exercício pessoal da liberdade, como espaço da ação de indivíduos articulados e orgânicos. Sociabilidades e diálogos entre indivíduos me parece ser para o momento o único caminho possível para o novo que ainda não nasceu. Mas o mais importante é o quanto o significado da palavra democracia como espaço de liberdade vem ganhando um significado e conteúdo diferente através de novas linguagens e maneiras de ser no mundo meta institucionais.
Forte abraço!
Tambem é bom saber dessa postagem. O livro da Graziela me parece um labirinto de alma em reflexões e buscas de si mesma, exercicio ao qual nos rendemos de muitas e difernetes maneiras no cotidiano esforço de ser no arido do dia a dia.