Tiago Pariz
DEU NO ESTADO DE MINAS
OPOSIÇÃO
Adversários do presidente Lula mudam estratégia e apostam num discurso propositivo para criticar maneira como a administração petista conduz o país diante das turbulências na economia mundial
Brasília – A oposição pega carona na crise financeira internacional para tirar proveito político mirando a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. PSDB, PPS e DEM abrem caminho para se encontrar no palco eleitoral antecipado e apresentar um discurso alternativo ao vendido pelos emissários do lulo-petismo. E esperam com isso mais votos em 2010.
Não é por acaso que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), tem vindo a público para criticar a maneira como o governo federal lida com as turbulências econômicas, propondo um choque de gestão. A oposição adotou o discurso da necessidade de corte de gastos e controle das finanças públicas como alternativa para enfrentar as incertezas internacionais.
“É preciso uma agenda que responda de forma eficiente aos desafios da crise internacional, principalmente com o que tem a ver com emprego e salário dos brasileiros”, disse o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP).
A oposição, ao se tornar propositiva, quer retirar das costas as críticas de que aposta no “quanto pior melhor”. Como a estratégia de exagerar os defeitos do governo do presidente Lula para ganhar votos tem se mostrado ineficaz, o discurso foi abrandado e tornado maleável aos ouvidos do eleitor.
“A crise é grave e vai ter conseqüências negativas. E o Brasil pode reduzir essas conseqüências negativas. Vamos municiando o governo com instrumentos necessários. Mas o governo tem que fazer a sua parte limitando a gastança”, sustentou José Aníbal.
Debate
Coincidência ou não, a oposição tem sido chamada para discutir com integrantes do governo as principais iniciativas de combate à crise, como a medida provisória que dava mais poderes ao Banco Central e a MP nº 443, que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a adquirirem instituições financeiras em dificuldades.
O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), afirmou que o espaço só foi conquistado com insistentes pedidos de audiências com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “O governo não nos chamou, nós que fomos atrás dele. Percebemos que era preciso nos reunir e dar uma visão pro-ativa para ajudar o país a sair da crise”, afirmou o líder do PPS.
A brecha política criada com as incertezas animou tanto os adversários do Palácio do Planalto que, agora, eles querem manter, na Câmara, o debate monotemático sobre a crise. “A principal pauta é a crise. Todos os outros assuntos, como reforma tributária, estão em segundo plano”, afirmou Coruja. Nesse rol, nem a proposta de emenda constitucional que altera o rito de tramitação das MPs é prioritária.
O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), ironizou os opositores. “O José Aníbal quer paralisar o Congresso Nacional em torno da crise. Não quer votar mais nada, nem a expansão das universidades”, disse o petista, citando o projeto de lei que cria 8,4 mil cargos ao Ministério da Educação, a maioria para beneficiar universidades federais. “Os tucanos gostam dessa visão de combater a crise cortando gasto, diminuir o estado. Queremos intensificar o papel anticíclico das medidas para limitar os efeitos da crise”, disse Fontana.
Querendo ou não, essa é a primeira vez que a oposição conseguiu apresentar um discurso diferente e não se mostrar perdida no debate com o governo, como ficou evidente na eleição de 2006, quando Lula disputou com Geraldo Alckmin (PSDB). Naquele momento, os tucanos ficaram na defensiva e não conseguiram se desvencilhar da pecha de “privatistas”. Agora, pelo menos, amplificam as idéias que defendiam quando eram governo.
DEU NO ESTADO DE MINAS
OPOSIÇÃO
Adversários do presidente Lula mudam estratégia e apostam num discurso propositivo para criticar maneira como a administração petista conduz o país diante das turbulências na economia mundial
Brasília – A oposição pega carona na crise financeira internacional para tirar proveito político mirando a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. PSDB, PPS e DEM abrem caminho para se encontrar no palco eleitoral antecipado e apresentar um discurso alternativo ao vendido pelos emissários do lulo-petismo. E esperam com isso mais votos em 2010.
Não é por acaso que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), tem vindo a público para criticar a maneira como o governo federal lida com as turbulências econômicas, propondo um choque de gestão. A oposição adotou o discurso da necessidade de corte de gastos e controle das finanças públicas como alternativa para enfrentar as incertezas internacionais.
“É preciso uma agenda que responda de forma eficiente aos desafios da crise internacional, principalmente com o que tem a ver com emprego e salário dos brasileiros”, disse o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP).
A oposição, ao se tornar propositiva, quer retirar das costas as críticas de que aposta no “quanto pior melhor”. Como a estratégia de exagerar os defeitos do governo do presidente Lula para ganhar votos tem se mostrado ineficaz, o discurso foi abrandado e tornado maleável aos ouvidos do eleitor.
“A crise é grave e vai ter conseqüências negativas. E o Brasil pode reduzir essas conseqüências negativas. Vamos municiando o governo com instrumentos necessários. Mas o governo tem que fazer a sua parte limitando a gastança”, sustentou José Aníbal.
Debate
Coincidência ou não, a oposição tem sido chamada para discutir com integrantes do governo as principais iniciativas de combate à crise, como a medida provisória que dava mais poderes ao Banco Central e a MP nº 443, que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a adquirirem instituições financeiras em dificuldades.
O líder do PPS, Fernando Coruja (SC), afirmou que o espaço só foi conquistado com insistentes pedidos de audiências com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “O governo não nos chamou, nós que fomos atrás dele. Percebemos que era preciso nos reunir e dar uma visão pro-ativa para ajudar o país a sair da crise”, afirmou o líder do PPS.
A brecha política criada com as incertezas animou tanto os adversários do Palácio do Planalto que, agora, eles querem manter, na Câmara, o debate monotemático sobre a crise. “A principal pauta é a crise. Todos os outros assuntos, como reforma tributária, estão em segundo plano”, afirmou Coruja. Nesse rol, nem a proposta de emenda constitucional que altera o rito de tramitação das MPs é prioritária.
O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), ironizou os opositores. “O José Aníbal quer paralisar o Congresso Nacional em torno da crise. Não quer votar mais nada, nem a expansão das universidades”, disse o petista, citando o projeto de lei que cria 8,4 mil cargos ao Ministério da Educação, a maioria para beneficiar universidades federais. “Os tucanos gostam dessa visão de combater a crise cortando gasto, diminuir o estado. Queremos intensificar o papel anticíclico das medidas para limitar os efeitos da crise”, disse Fontana.
Querendo ou não, essa é a primeira vez que a oposição conseguiu apresentar um discurso diferente e não se mostrar perdida no debate com o governo, como ficou evidente na eleição de 2006, quando Lula disputou com Geraldo Alckmin (PSDB). Naquele momento, os tucanos ficaram na defensiva e não conseguiram se desvencilhar da pecha de “privatistas”. Agora, pelo menos, amplificam as idéias que defendiam quando eram governo.
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