Christiane Samarco
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Cúpula da legenda também teme acusações de uso de máquina se governadores fizerem campanha pelas prévias
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, não arrastará o paulista José Serra a tiracolo, Brasil afora, em campanha pelas prévias destinadas a escolher o candidato tucano a presidente em 2010. Com apoio de parte expressiva da direção do partido, Serra se recusa a assumir desde já a condição de candidato, para não se tornar um alvo fácil do governo e dos adversários petistas. O PSDB também não quer estimular a competição entre os dois tucanos, na esperança de evitar uma disputa que pode produzir um racha partidário.
A cúpula tucana avalia que uma campanha com a participação de dois governadores de Estados que têm grande força política e econômica, no exercício do cargo, abrirá espaço a todo o tipo de pressão, inclusive de pequenas prefeituras em dificuldades financeiras. O tucanato que acionou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff na Justiça, acusando-os de fazer campanha antecipada, não quer expor seus candidatos a um "risco gigantesco de escândalo" a partir de denúncias de irregularidades.
Aécio, no entanto, insiste na necessidade de fazer "alguns eventos grandes pelo País", com a presença de Serra, para mostrar o que diferenciará um projeto capitaneado pelo PSDB, qualquer que seja o candidato, do projeto do atual governo. Entende que seria um momento "quase de refundação do partido", em que ele e Serra estariam juntos. "Não disputando, mas mobilizando as bases."
Para o governador de Minas, "ninguém pode ser contra algo tão positivo". Ele diz que a campanha das prévias pode ser feita nos finais de semana, com uma agenda que não comprometa ações de governo. "No segundo semestre poderemos definir as datas das prévias."
Não é o que pensam os dirigentes tucanos mais experientes. Eles consideram fatal que, a cada evento com a presença de ambos, alguém se encarregue de medir quem foi o mais aplaudido, quem levou mais apoiadores, quem teve mais faixas com manifestação de apoio. E tudo o que a direção do partido não quer é estimular uma disputa que pode deixar sequelas. A avaliação, neste caso, é de que bastará um Aécio magoado para que falte a Serra o empenho de Minas para elegê-lo.
Também não é à toa que os serristas se recusam a facilitar a vida de Aécio, fortalecendo a campanha das prévias. Em conversas reservadas, até aliados do governador mineiro avaliam que, a permanecer o cenário atual, o candidato já está escolhido: é José Serra. Eles próprios chamam a atenção para o fato de o governador paulista vir se mantendo, há mais de um ano, no patamar dos 40% de preferência do eleitorado, de acordo com as pesquisas de intenção de voto para presidente. Neste contexto, entendem que rodar o País em favor das prévias pode ser útil ao governador de Minas, que é pouco conhecido fora de seu Estado, mas não ao paulista. Na cúpula do partido a preocupação é outra. Para o tucanato, quem pode acabar capitalizando a campanha é o governo Lula, que investe no racha do PSDB como forma de fortalecer a candidatura presidencial de Dilma.
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Cúpula da legenda também teme acusações de uso de máquina se governadores fizerem campanha pelas prévias
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, não arrastará o paulista José Serra a tiracolo, Brasil afora, em campanha pelas prévias destinadas a escolher o candidato tucano a presidente em 2010. Com apoio de parte expressiva da direção do partido, Serra se recusa a assumir desde já a condição de candidato, para não se tornar um alvo fácil do governo e dos adversários petistas. O PSDB também não quer estimular a competição entre os dois tucanos, na esperança de evitar uma disputa que pode produzir um racha partidário.
A cúpula tucana avalia que uma campanha com a participação de dois governadores de Estados que têm grande força política e econômica, no exercício do cargo, abrirá espaço a todo o tipo de pressão, inclusive de pequenas prefeituras em dificuldades financeiras. O tucanato que acionou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff na Justiça, acusando-os de fazer campanha antecipada, não quer expor seus candidatos a um "risco gigantesco de escândalo" a partir de denúncias de irregularidades.
Aécio, no entanto, insiste na necessidade de fazer "alguns eventos grandes pelo País", com a presença de Serra, para mostrar o que diferenciará um projeto capitaneado pelo PSDB, qualquer que seja o candidato, do projeto do atual governo. Entende que seria um momento "quase de refundação do partido", em que ele e Serra estariam juntos. "Não disputando, mas mobilizando as bases."
Para o governador de Minas, "ninguém pode ser contra algo tão positivo". Ele diz que a campanha das prévias pode ser feita nos finais de semana, com uma agenda que não comprometa ações de governo. "No segundo semestre poderemos definir as datas das prévias."
Não é o que pensam os dirigentes tucanos mais experientes. Eles consideram fatal que, a cada evento com a presença de ambos, alguém se encarregue de medir quem foi o mais aplaudido, quem levou mais apoiadores, quem teve mais faixas com manifestação de apoio. E tudo o que a direção do partido não quer é estimular uma disputa que pode deixar sequelas. A avaliação, neste caso, é de que bastará um Aécio magoado para que falte a Serra o empenho de Minas para elegê-lo.
Também não é à toa que os serristas se recusam a facilitar a vida de Aécio, fortalecendo a campanha das prévias. Em conversas reservadas, até aliados do governador mineiro avaliam que, a permanecer o cenário atual, o candidato já está escolhido: é José Serra. Eles próprios chamam a atenção para o fato de o governador paulista vir se mantendo, há mais de um ano, no patamar dos 40% de preferência do eleitorado, de acordo com as pesquisas de intenção de voto para presidente. Neste contexto, entendem que rodar o País em favor das prévias pode ser útil ao governador de Minas, que é pouco conhecido fora de seu Estado, mas não ao paulista. Na cúpula do partido a preocupação é outra. Para o tucanato, quem pode acabar capitalizando a campanha é o governo Lula, que investe no racha do PSDB como forma de fortalecer a candidatura presidencial de Dilma.
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