DEU EM O GLOBO
Micheletti, porém, diz que presidente não volta ao poder “sob hipótese alguma”
TEGUCIGALPA. O líder interino do grupo que tomou o poder de Honduras num golpe que derrubou Manuel Zelaya disse ontem que o presidente deposto poderia voltar ao país e ser anistiado, caso desista de reassumir o governo.
Segundo Roberto Micheletti, porém, Zelaya teria que se entregar à Justiça assim que voltasse para seu país.
— Se ele vier de modo pacífico, e aparecer diante das autoridades, eu não teria nenhum problema em anistiá-lo — disse Micheletti, para a agência de notícia Reuters.
Micheletti, no entanto, ressaltou que Zelaya não será reempossado presidente “sob hipótese alguma”.
O governo golpista encerrou ontem o toque de recolher que proibia que a população saísse de suas casas à noite. Logo depois do golpe, os militares ordenaram que as pessoas não saíssem às ruas entre as 23h e as 4h30m. No dia em que Zelaya tentou entrar no país e nos dias seguintes, o toque de recolher se estendeu para o período entre o anoitecer e o amanhecer.
Num comunicado, o governo interino disse ontem à população que os objetivos do toque de recolher — restaurar a calma e combater o crime — foram cumpridos.
Juan Barahona, defensor de Zelaya, argumentou que o toque de recolher foi suspenso porque os militares estariam sob pressão de donos de bares e outros estabelecimentos prejudicados pela medida: — Eles querem dar ao mundo a impressão de que aqui há um ambiente de liberdade.
Cerca de 300 simpatizantes de Zelaya se reuniram ontem num parque de diversões em Villanueva para protestar.
— Temos que tomar cuidado, ainda vivemos um clima tenso, sem uma democracia verdadeira — disse Esly Lizardo, de 65 anos
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