Maiá Menezes
DEU EM O GLOBO
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E pode dificultar palanque para Dilma no estado em 2010 Maiá Menezes
As trincheiras estão definidas no PT do Rio. De um lado, os aliancistas do campo majoritário; de outro, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, que a cada declaração afasta mais a possibilidade de composição com o governador Sérgio Cabral (PMDB) — de quem o PT é aliado no estado. Com afirmações duras contra o PMDB, Lindberg diz ter 60% do partido. O primeiro teste desse poder de fogo será deflagrado em novembro, com a troca do comando do PT no estado. O atual presidente, Alberto Cantalice, aposta que fará o sucessor, o deputado federal Luiz Sérgio. Bismarck Alcântara e Lourival Casula são os candidatos em que Lindberg aposta para mudar a onda aliancista.
— O PMDB quer não só uma aliança, mas uma aliança que mate o PT. Querem a Dilma (Rousseff) refém deles no Congresso — acusa Lindberg.
— Essa posição do Lindberg é desastrosa para o partido. A principal eleição do ano que vem é a da Dilma. O que atrapalha a candidatura da Dilma é, para nós, apenas projeto pessoal — rebate Cantalice.
O presidente do PT sustenta que o cronograma de convenções do partido já deixa claro que a política nacional será preponderante em relação às regionais. Na reunião do diretório nacional, prevista para fevereiro, os delegados deliberarão também sobre as alianças regionais — a não ser nos casos em que o rompimento entre PT e PMDB já é “cultural”, segundo Cantalice, que cita os casos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ele sustenta que, a favor da manutenção da aliança, terá 90% dos prefeitos do estado, mesmo aqueles eventualmente insatisfeitos com o PMDB: — Lula está em alta. E os prefeitos subirão no palanque em que Lula estiver.
Lindberg não acredita em nova intervenção
Lindberg afirma que não vê condições políticas para uma intervenção no PT do Rio, nos moldes da que ocorreu em 1998, quando a candidatura de Vladimir Palmeira foi ceifada em nome do apoio ao então candidato do PDT, Anthony Garotinho, ao governo do estado.
Lindberg vê outro entrave à decisão homogênea do PT já em fevereiro: — Acho difícil o PMDB se decidir até fevereiro. Eles vão esperar até o último momento.
Vão pular no galho que acharem mais forte.
Segundo aliados de Lula, uma das opções para tirar Lindberg do páreo seria oferecer a ele a chance de se candidatar ao Senado.
Traria um outro problema: a secretária estadual de Assistência Social, Benedita da Silva, também quer a vaga.
— Nem gosto de falar nisso.
Só sairei candidato ao Senado se não conseguir ser candidato ao governo — diz ele.
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