Daniel Pereira e Flávia Foreque
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE
Presidente aposta na defesa de Sarney a fim de afastar os peemedebistas de uma aliança eleitoral com os tucanos
A contra-ofensiva deflagrada ontem em defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), contou com o aval do Palácio do Planalto. E, como nas semanas anteriores, foi orquestrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em conversas com ministros e parlamentares nos últimos dias, Lula lembrou que a manutenção de Sarney à frente do Congresso trará benefícios à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em 2010. Por exemplo: afastará os peemedebistas das negociações eleitorais com o PSDB, aproximando-os ainda mais da chapa a ser encabeçada pela “mãe do PAC”.
“Em política, você não pode ser ingênuo. É claro que tem relação com 2010”, disse um dos ministros mais influentes do governo, referindo-se aos discursos dos líderes do PSDB e do DEM no Senado — Arthur Virgílio (AM) e José Agripino Maia (RN), respectivamente — pelo afastamento de Sarney do comando da Casa. A auxiliares, Lula também lembrou que, se Sarney renunciar ao cargo, o governo correrá o risco de sofrer retaliações do PMDB na CPI da Petrobras. Apesar de instalada formalmente, a comissão não começou a trabalhar. A meta do Planalto é mantê-la sob controle, impedindo danos à candidatura de Dilma e aos projetos da empresa. Cabe à Petrobras a maior parte dos investimentos públicos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Senha
O presidente e ministros monitoraram no fim de semana os ânimos de Sarney. Ouviram do senador a disposição de enfrentar o que ele chamou de calvário. “Eu tenho história. Não vou sair da vida pública pela porta dos fundos”, teria afirmado o peemedebista, conforme o relato de um ministro. A declaração serviu de senha para Lula reforçar os recados endereçados à tropa governista.
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE
Presidente aposta na defesa de Sarney a fim de afastar os peemedebistas de uma aliança eleitoral com os tucanos
A contra-ofensiva deflagrada ontem em defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), contou com o aval do Palácio do Planalto. E, como nas semanas anteriores, foi orquestrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em conversas com ministros e parlamentares nos últimos dias, Lula lembrou que a manutenção de Sarney à frente do Congresso trará benefícios à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em 2010. Por exemplo: afastará os peemedebistas das negociações eleitorais com o PSDB, aproximando-os ainda mais da chapa a ser encabeçada pela “mãe do PAC”.
“Em política, você não pode ser ingênuo. É claro que tem relação com 2010”, disse um dos ministros mais influentes do governo, referindo-se aos discursos dos líderes do PSDB e do DEM no Senado — Arthur Virgílio (AM) e José Agripino Maia (RN), respectivamente — pelo afastamento de Sarney do comando da Casa. A auxiliares, Lula também lembrou que, se Sarney renunciar ao cargo, o governo correrá o risco de sofrer retaliações do PMDB na CPI da Petrobras. Apesar de instalada formalmente, a comissão não começou a trabalhar. A meta do Planalto é mantê-la sob controle, impedindo danos à candidatura de Dilma e aos projetos da empresa. Cabe à Petrobras a maior parte dos investimentos públicos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Senha
O presidente e ministros monitoraram no fim de semana os ânimos de Sarney. Ouviram do senador a disposição de enfrentar o que ele chamou de calvário. “Eu tenho história. Não vou sair da vida pública pela porta dos fundos”, teria afirmado o peemedebista, conforme o relato de um ministro. A declaração serviu de senha para Lula reforçar os recados endereçados à tropa governista.
Agora, num tom mais contundente. O presidente está impaciente com senadores do PT. Além de tachá-los de ingênuos, ressalta que a sucessão presidencial está em jogo e será a mais suja da história. Por isso, não haveria espaço para encenações, como defender em público o afastamento temporário de Sarney, como fez, entre outros, o líder petista Aloizio Mercadante (SP).
“Suplicy, você está há 18 anos no Senado e não sabia de nada do que acontecia lá de errado?”, perguntou Lula ao colega de partido, num misto de ironia e reprimenda. Ontem, depois da reunião da chamada coordenação política, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, elogiou a solidariedade de Sarney com o governo. “Tenho conversado com o presidente Sarney, e ele está disposto a enfrentar. Cada denúncia que surge tem sido investigada, e a ele interessa também que seja esclarecido”, afirmou Múcio. Horas mais tarde, Lula aproveitou a cerimônia de sanção da nova lei sobre adoção para criticar a cobertura negativa feita pela imprensa.
“Suplicy, você está há 18 anos no Senado e não sabia de nada do que acontecia lá de errado?”, perguntou Lula ao colega de partido, num misto de ironia e reprimenda. Ontem, depois da reunião da chamada coordenação política, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, elogiou a solidariedade de Sarney com o governo. “Tenho conversado com o presidente Sarney, e ele está disposto a enfrentar. Cada denúncia que surge tem sido investigada, e a ele interessa também que seja esclarecido”, afirmou Múcio. Horas mais tarde, Lula aproveitou a cerimônia de sanção da nova lei sobre adoção para criticar a cobertura negativa feita pela imprensa.
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