Luiza Damé e Chico de Góis
DEU EM O GLOBO
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O presidente Lula disse que a próxima eleição presidencial será a primeira sem "trogloditas de direita". "Antigamente, como era a campanha? Era centro-esquerda ou esquerda contra trogloditas de direita."
Lula: "trogloditas de direita" não disputarão em 2010
Presidente diz que nível da próxima eleição será elevado
BRASÍLIA. Em discurso improvisado, durante a comemoração dos 45 anos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a próxima eleição presidencial será a primeira no país sem os candidatos "trogloditas de direita", o que, na sua opinião, baixava o nível da campanha eleitoral. Mais cedo, ao ser perguntado sobre o desempenho nas pesquisas da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), Lula afirmou que campanha política é como uma maratona: nem sempre quem sai na frente, ganha.
Para Lula, Dilma não deve ter pressa em colocar a candidatura na rua e, agora, tem de cuidar das suas tarefas no governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o "Minha casa, minha vida".
- Não há por que ter pressa em querer ser candidata com antecedência. Uma campanha é uma maratona: quem ganha, nunca sai correndo de forma atabalhoada. Vai devagar até chegar - afirmou, ao sair do almoço com o presidente do Malaui, Bingu Wa Mutharika.
Já na sede do Ipea, Lula voltou a falar de eleição presidencial, dizendo que em 2010 o futuro será o principal mote da campanha, em substituição ao debate sobre inflação, dívida externa, Fundo Monetário Internacional (FMI) e desemprego. Para Lula, o pré-sal e as mudanças climáticas - temas defendidos, respectivamente, por Dilma e pela senadora Marina Silva, pré-candidata do PV a presidente - estarão no centro do debate:
- Vai ser uma campanha que terá um nível muito melhor. Pela primeira vez não vamos ter um candidato de direita. Não é fantástico isso? Vocês querem conquista melhor do que numa campanha neste país a gente não ter nenhum candidato de direita? Antigamente, como é que era a campanha? Era o de centro-esquerda ou o de esquerda contra os trogloditas de direita. Era assim toda campanha.
Embora tenha começado o discurso dizendo que não falaria do seu governo, pois não segue o estilo "eu me amo", Lula passou 52 minutos se autoelogiando. Disse inclusive que o nível do debate eleitoral melhorou com a disputa entre ele e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998.
- Começou a melhorar já comigo e o Fernando Henrique Cardoso. Eu e Serra, também. Depois, eu e (Geraldo) Alckmin baixou o nível por conta dele e não por minha conta. Agora, se estiverem se apresentando os candidatos que estou vendo aí vai ser inédito neste país: quatro ou cinco candidatos, todos do espectro de esquerda - disse.
Lula amenizou o tom no final do discurso, afirmando que hoje há uma mistura:
- Uns podem não ser tão de esquerda quanto eram, mas não tem problema, a história e a origem dão credibilidade. A direita ficou mais progressista e entrou em partidos de esquerda. As coisas vão se misturando.
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