sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CPI da Violência sabatina cúpula da segurança

Maria Inez Magalhães, Rio de Janeiro
DEU EM O DIA

Deputados federais questionam baixos salários e combate a milícias


Rio - A cúpula da Segurança Pública do Rio passou ontem por uma verdadeira sabatina durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Urbana, da Câmara dos Deputados, realizada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). Tráfico de drogas, milícias, baixos salários do policiais e as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) foram os principais assuntos tratados no encontro com o grupo de deputados federais, na primeira audiência pública feita pela comissão.

“O Rio foi escolhido não só pelos problemas na segurança que apresenta, mas também por ser objeto de muitos estudiosos dessa área”, explicou o presidente da CPI, deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE). Passaram pelo crivo dos deputados o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, e o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte.

Beltrame reagiu a uma denúncia feita pela deputada estadual Cidinha Campos (PDT) de que policiais da UPP da Cidade de Deus estariam envolvidos com a milícia. “Quero deixar claro que não há participação desses policiais com a milícia”, rebateu o secretário, citando o envolvimento de políticos com os grupos paramilitares. “Se existe esse envolvimento é porque os bandidos ofereceram apoio aos políticos e os políticos aceitam esse apoio”, criticou Beltrame. O secretário não quis comentar o aumento no número de mortes sem causa no estado.

Segundo o SUS, esses casos subiram de 11,2%, em 2006, para 20,7% do total de óbitos no estado.

Mário Sérgio falou sobre a evolução da criminalidade no estado nos últimos 21 anos. Para ele, a chegada dos fuzis e da cocaína contribuiu para o aumento da violência. O comandante classificou a milícia como “mais cruel que o tráfico”.

Para o deputado Raul Jungmann, a audiência foi proveitosa. Segundo o parlamentar, os jovens fora da escola são um dos principais desafios para o Rio. “O estado tem cerca de 1 milhão de jovens entre 15 e 24 anos que não estudam e que estão matando e morrendo”, avaliou ele. Os baixos salários dos policiais também foram criticados por Jungmann.

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