Ana Carolina Torres e Marcelo Dias
DEU NO EXTRA
RIO - Pelo segundo dia consecutivo, o transporte ferroviário virou caso de polícia, com cerca de mil passageiros tratados à base de bombas de gás lacrimogêneo, no meio da chuva, nesta quinta-feira, na Central do Brasil. Desta vez, a revolta explodiu depois que um trem que chegava à gare enguiçou, impedindo a partida de composições em todos os ramais, às 16h06m. A SuperVia não informou aos usuários e o caos voltou a se instalar.
Vândalos depredaram uma bilheteria e a gare foi fechada. Seguranças da SuperVia e policiais do Batalhão de Choque formaram um cordão de isolamento para esvaziar o lugar, expulsando os passageiros para o pátio externo, debaixo de chuva. Os ânimos se exaltaram e os PMs lançaram bombas contra a multidão. Cinco pessoas se feriram levemente no conflito e foram atendidas no Hospital Souza Aguiar.
O terminal ficou fechado por mais de uma hora e meia. Para piorar, quem desembarcava da estação do metrô da Central para conexão com os trens encontrava outro cordão de vigilantes bloqueando a entrada - e aumentando a aglomeração do lado de fora.
A Metrô Rio suspendeu a venda dos bilhetes de integração e permitiu o retorno gratuito de quem já tinha a passagem, facilitando a continuação da viagem por outros meios de transporte. O tumulto na Central do Brasil afetou a estação de metrô do Estácio, onde vigilantes controlavam o acesso às plataformas de embarque.
Por duas vezes, houve correria quando PMs ensaiaram investir contra os passageiros. O serviço foi restabelecido às 17h40m (
Tumulto na devolução das passagens
A SuperVia alegou que o problema foi provocado por uma pane num trem vazio e que as composições continuaram partindo de São Cristóvão. Quanto à confusão na Central, a empresa diz que iniciou a devolução do dinheiro pago pelos passageiros quando começou o tumulto. Em seguida, solicitou reforços à PM para fechar a estação.
A Agência Reguladora de Transportes abriu outro processo contra a SuperVia e o Ministério Público prepara uma ação contra a empresa. O caso está com o promotor Carlos Andresano, da Promotoria de Defesa do Consumidor, que analisa as imagens do caos no ramal de Japeri.
- Está tudo horrível, principalmente nos ramais de Saracuruna e Gramacho. Eles demoram muito a avisar o atraso dos trens. Na dúvida, vou de ônibus hoje para Olaria - contou o auxiliar de escritório Felix Pereira.
- Moro em Comendador Soares, em Nova Iguaçu, e vejo esses atrasos três vezes por semana, até no trem das 5h10m. Já fiquei 40 minutos presa no vagão enquanto diziam que o problema era de sinalização - reclamou a vigilante Andréia Nogueira.
Dossiê sobre enguiços
O advogado do Sindicato dos Ferroviários, Alexandre Bruno, elaborou um dossiê com problemas relatados por maquinistas que trabalham na SuperVia. Ele enviará o documento para a Agentransp, que regula as concessionárias de transporte
- São relatos da época da última greve (em abril deste ano). Os maquinistas apontaram avarias nos trens e problemas na sinalização - disse.
A assessoria de imprensa da SuperVia informou que a concessionária não enviaria nota para falar sobre os atrasos freqüentes citados por passageiros, o órgão informou que eles ocorrem em apenas 8% das viagens, o que é considerado tolerável. Quanto aos prejuízos, a assessoria disse que o valor ainda está sendo contabilizado.
DEU NO EXTRA
RIO - Pelo segundo dia consecutivo, o transporte ferroviário virou caso de polícia, com cerca de mil passageiros tratados à base de bombas de gás lacrimogêneo, no meio da chuva, nesta quinta-feira, na Central do Brasil. Desta vez, a revolta explodiu depois que um trem que chegava à gare enguiçou, impedindo a partida de composições em todos os ramais, às 16h06m. A SuperVia não informou aos usuários e o caos voltou a se instalar.
Vândalos depredaram uma bilheteria e a gare foi fechada. Seguranças da SuperVia e policiais do Batalhão de Choque formaram um cordão de isolamento para esvaziar o lugar, expulsando os passageiros para o pátio externo, debaixo de chuva. Os ânimos se exaltaram e os PMs lançaram bombas contra a multidão. Cinco pessoas se feriram levemente no conflito e foram atendidas no Hospital Souza Aguiar.
O terminal ficou fechado por mais de uma hora e meia. Para piorar, quem desembarcava da estação do metrô da Central para conexão com os trens encontrava outro cordão de vigilantes bloqueando a entrada - e aumentando a aglomeração do lado de fora.
A Metrô Rio suspendeu a venda dos bilhetes de integração e permitiu o retorno gratuito de quem já tinha a passagem, facilitando a continuação da viagem por outros meios de transporte. O tumulto na Central do Brasil afetou a estação de metrô do Estácio, onde vigilantes controlavam o acesso às plataformas de embarque.
Por duas vezes, houve correria quando PMs ensaiaram investir contra os passageiros. O serviço foi restabelecido às 17h40m (
Tumulto na devolução das passagens
A SuperVia alegou que o problema foi provocado por uma pane num trem vazio e que as composições continuaram partindo de São Cristóvão. Quanto à confusão na Central, a empresa diz que iniciou a devolução do dinheiro pago pelos passageiros quando começou o tumulto. Em seguida, solicitou reforços à PM para fechar a estação.
A Agência Reguladora de Transportes abriu outro processo contra a SuperVia e o Ministério Público prepara uma ação contra a empresa. O caso está com o promotor Carlos Andresano, da Promotoria de Defesa do Consumidor, que analisa as imagens do caos no ramal de Japeri.
- Está tudo horrível, principalmente nos ramais de Saracuruna e Gramacho. Eles demoram muito a avisar o atraso dos trens. Na dúvida, vou de ônibus hoje para Olaria - contou o auxiliar de escritório Felix Pereira.
- Moro em Comendador Soares, em Nova Iguaçu, e vejo esses atrasos três vezes por semana, até no trem das 5h10m. Já fiquei 40 minutos presa no vagão enquanto diziam que o problema era de sinalização - reclamou a vigilante Andréia Nogueira.
Dossiê sobre enguiços
O advogado do Sindicato dos Ferroviários, Alexandre Bruno, elaborou um dossiê com problemas relatados por maquinistas que trabalham na SuperVia. Ele enviará o documento para a Agentransp, que regula as concessionárias de transporte
- São relatos da época da última greve (em abril deste ano). Os maquinistas apontaram avarias nos trens e problemas na sinalização - disse.
A assessoria de imprensa da SuperVia informou que a concessionária não enviaria nota para falar sobre os atrasos freqüentes citados por passageiros, o órgão informou que eles ocorrem em apenas 8% das viagens, o que é considerado tolerável. Quanto aos prejuízos, a assessoria disse que o valor ainda está sendo contabilizado.
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