Christiane Samarco, Brasília
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Cúpula diz que rival é Dilma e tucano não cairá na armadilha de aceitar provocação para brigar com presidente
A cúpula do PSDB considera as provocações eleitorais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao governador paulista e pré-candidato do partido a Presidência, José Serra, uma arapuca. "O Lula escalou o Serra para confrontar os 80% de apoio popular que tem, mas com ele o Serra não vai brigar. O confronto de 2010 é com a Dilma", avisa o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). "Nesta armadilha o Serra não cai", completa o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA).
Os tucanos não têm dúvida de que a estratégia do Planalto nessa nova fase da pré-campanha, com a ministra Dilma Rousseff ( Casa Civil) liberada da quimioterapia para viajar Brasil afora, é "chamar o Serra para a briga". Entendem que, para alavancar a candidatura petista, Lula assume a linha de frente e usa sua popularidade como forma de desgastar o tucano em um embate irreal, contra alguém que não está na corrida presidencial.
CACOETE
"Ele não perdeu o cacoete de candidato", analisa Jutahy. O deputado alega compreender a dificuldade que Lula tem para "desencarnar" de uma candidatura sustentada ao longo dos últimos 25 anos, desde a redemocratização, mas devolve a provocação. Afirma que "o povo é mais sábio" e já entendeu que a candidata é a ministra Dilma, e não o presidente.
Expoente da ala serrista do PSDB, Jutahy insiste que Serra seguirá governando São Paulo e conhecendo a realidade do País, "sem entrar na arapuca da baixaria e do bate-boca".
Um dirigente do PT que acompanha a ofensiva do Planalto em favor da pré-candidata petista revela que o presidente Lula age orientado por pesquisas eleitorais. Estes levantamentos mostrariam, segundo alardeiam, que o Serra é o melhor adversário para o PT em uma campanha polarizada, com o qual o Planalto trabalha.
RINGUE
Diante desse quadro, os petistas entendem que as provocações do presidente são úteis para estimular o tucano a entrar na corrida sucessória. "É exatamente por isso que o Lula tem puxado o Serra para o ringue", diz o senador Delcídio Amaral (PT-MS). "Agora, é esperar para ver se a briga começa já, ou fica para depois."
A cúpula do PSDB reconhece que já está passando da hora para a oposição se recompor e reavaliar a tática da pré-campanha. "Essa viagem do Lula pelo São Francisco serviu para mostrar que o Planalto não vai ter limite na ação publicitária para a campanha da Dilma", afirma Sérgio Guerra. Os tucanos admitem que precisam se organizar porque o enfrentamento terá de ser feito. Advertem, contudo, que essa não é uma tarefa do Serra. Ao menos não, por enquanto.
No que depender do governador paulista, o enfrentamento não se dará antes de fevereiro do ano que vem. Apesar da pressão do tucanato e de dirigentes do DEM para que ele assuma logo sua candidatura, Serra não está sozinho na resistência à antecipação do jogo sucessório.
Reunida em Brasília na quinta-feira, a Executiva Nacional do DEM pôs em pauta a "angústia" com a falta de um candidato da oposição para se contrapor a Dilma, que tem buscado o apoio de partidos aliados ao governo.
PARALISIA
"Podíamos procurar o PTB, mas não estamos habilitados a articular porque não temos candidato", queixa-se o tesoureiro do DEM, Saulo Queiroz. "Enquanto aguardamos paralisados, a Dilma conversa cada dia com uma bancada", lamenta o tesoureiro, engrossando o coro do presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ).
O DEM de São Paulo, ao contrário, não pressiona Serra a se definir. Prefere ganhar tempo para trabalhar uma candidatura alternativa a Geraldo Alckmin para o governo paulista. O partido está fechado com a campanha de Serra para presidente, mas também estimula a candidatura do secretário estadual da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, para entrar na corrida ao Palácio dos Bandeirantes, depois das brigas de Alckmin com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Cúpula diz que rival é Dilma e tucano não cairá na armadilha de aceitar provocação para brigar com presidente
A cúpula do PSDB considera as provocações eleitorais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao governador paulista e pré-candidato do partido a Presidência, José Serra, uma arapuca. "O Lula escalou o Serra para confrontar os 80% de apoio popular que tem, mas com ele o Serra não vai brigar. O confronto de 2010 é com a Dilma", avisa o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). "Nesta armadilha o Serra não cai", completa o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA).
Os tucanos não têm dúvida de que a estratégia do Planalto nessa nova fase da pré-campanha, com a ministra Dilma Rousseff ( Casa Civil) liberada da quimioterapia para viajar Brasil afora, é "chamar o Serra para a briga". Entendem que, para alavancar a candidatura petista, Lula assume a linha de frente e usa sua popularidade como forma de desgastar o tucano em um embate irreal, contra alguém que não está na corrida presidencial.
CACOETE
"Ele não perdeu o cacoete de candidato", analisa Jutahy. O deputado alega compreender a dificuldade que Lula tem para "desencarnar" de uma candidatura sustentada ao longo dos últimos 25 anos, desde a redemocratização, mas devolve a provocação. Afirma que "o povo é mais sábio" e já entendeu que a candidata é a ministra Dilma, e não o presidente.
Expoente da ala serrista do PSDB, Jutahy insiste que Serra seguirá governando São Paulo e conhecendo a realidade do País, "sem entrar na arapuca da baixaria e do bate-boca".
Um dirigente do PT que acompanha a ofensiva do Planalto em favor da pré-candidata petista revela que o presidente Lula age orientado por pesquisas eleitorais. Estes levantamentos mostrariam, segundo alardeiam, que o Serra é o melhor adversário para o PT em uma campanha polarizada, com o qual o Planalto trabalha.
RINGUE
Diante desse quadro, os petistas entendem que as provocações do presidente são úteis para estimular o tucano a entrar na corrida sucessória. "É exatamente por isso que o Lula tem puxado o Serra para o ringue", diz o senador Delcídio Amaral (PT-MS). "Agora, é esperar para ver se a briga começa já, ou fica para depois."
A cúpula do PSDB reconhece que já está passando da hora para a oposição se recompor e reavaliar a tática da pré-campanha. "Essa viagem do Lula pelo São Francisco serviu para mostrar que o Planalto não vai ter limite na ação publicitária para a campanha da Dilma", afirma Sérgio Guerra. Os tucanos admitem que precisam se organizar porque o enfrentamento terá de ser feito. Advertem, contudo, que essa não é uma tarefa do Serra. Ao menos não, por enquanto.
No que depender do governador paulista, o enfrentamento não se dará antes de fevereiro do ano que vem. Apesar da pressão do tucanato e de dirigentes do DEM para que ele assuma logo sua candidatura, Serra não está sozinho na resistência à antecipação do jogo sucessório.
Reunida em Brasília na quinta-feira, a Executiva Nacional do DEM pôs em pauta a "angústia" com a falta de um candidato da oposição para se contrapor a Dilma, que tem buscado o apoio de partidos aliados ao governo.
PARALISIA
"Podíamos procurar o PTB, mas não estamos habilitados a articular porque não temos candidato", queixa-se o tesoureiro do DEM, Saulo Queiroz. "Enquanto aguardamos paralisados, a Dilma conversa cada dia com uma bancada", lamenta o tesoureiro, engrossando o coro do presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ).
O DEM de São Paulo, ao contrário, não pressiona Serra a se definir. Prefere ganhar tempo para trabalhar uma candidatura alternativa a Geraldo Alckmin para o governo paulista. O partido está fechado com a campanha de Serra para presidente, mas também estimula a candidatura do secretário estadual da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, para entrar na corrida ao Palácio dos Bandeirantes, depois das brigas de Alckmin com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).
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