DEU EM O GLOBO
Em almoço, líderes decidem frear as divergências públicas, mas não escondem incômodo com indefinição tucana
Maria Lima e Adriana Vasconcelos
BRASÍLIA. O bombardeio da dupla Rodrigo Maia/Cesar Maia (DEM-RJ) sobre o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), nas últimas semanas levou a cúpula do DEM a realizar ontem uma manifestação pública de unidade em defesa da aliança com os tucanos na eleição presidencial de 2010, independentemente de quem venha a ser o candidato do PSDB. Após um almoço, dirigentes e líderes do DEM declararam apoio incondicional ao candidato do PSDB e o fim das divergências públicas.
Nos bastidores, porém, ainda há incômodo de alguns com a demora dos tucanos a pôr o candidato e a campanha nas ruas.
O racha entre os partidários dos governadores Aécio Neves (MG) e Serra no DEM vem se explicitando a cada dia.
Provocaram o auge do mal-estar no PSDB as declarações do ex-prefeito do Rio Cesar Maia de que Serra, com a indefinição de sua candidatura ao Planalto, está se comportando “como os piores caudilhos”.
Sentado à mesa com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen e o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia, fez um mea culpa ao admitir que o pai passara dos limites ao chamar Serra de caudilho.
Houve unanimidade na condenação aos ataques.
Partido mantém pressão sobre escolha do candidato Entretanto, a avaliação no partido é que as declarações de Cesar Maia serviram para que o DEM se unisse e desse o seu recado aos tucanos. Ao se comprometer com o potencial candidato do PSDB, o DEM está mais uma vez cobrando que os tucanos apresentem logo esse candidato.
— O almoço serviu para mostrar a unidade do DEM e o apoio consensual ao PSDB, independentemente de quem seja o candidato escolhido. Colocamos um freio às manifestações de preferências explícitas. A nossa parte, nós fizemos — disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
— Foi um almoço Pollyana, só para fazer o jogo do contente, mostrar que o partido, embora cada um tenha sua preferência, está conformado com a ideia de que haverá apoio incondicional ao PSDB, independentemente da escolha por Aécio ou Serra, ou chapa pura — disse o senador Demóstenes Torres (GO).
— Foi um almoço para tirar foto e mostrar o discurso oficial do partido, de que a decisão unânime é apoiar o que o PSDB decidir — disse o deputado José Carlos Aleluia(BA).
Só o governador Arruda discursou e fez um apelo para que as preferências não fossem explicitadas, por enquanto, para evitar o desgaste da candidatura de oposição.
— O DEM tem que apoiar incondicionalmente o PSDB, seja quem for o candidato, para voltarmos ao poder. Foi muito boa a experiência na oposição, mas cansei — disse Arruda, que está numa cadeira de rodas por causa de uma cirurgia no tendão.
Em enquete feita pelo GLOBO mês passado, ouvindo as bancadas do DEM na Câmara e no Senado, ficou evidente a divisão do partido em relação aos dois pré-candidatos. A maior parte dos parlamentares afirmou que Serra é o nome que tem mais chance de vencer a disputa de 2010. Mas quando perguntados sobre qual dos dois preferiam, Aécio ganhou na preferência dos deputados e senadores. O prefeito Kassab minimiza as divergências que, segundo ele, ocorrem no próprio PSDB: — A divergência que existe em alguns momentos, aparente, é que alguns têm preferência por um candidato do PSDB, outros por outros. Eu tenho preferência pelo candidato Serra. Entendo e respeito. No próprio PSDB há quem tenha preferência pelo Serra, outros pelo Aécio.
Não vejo divisão
Em almoço, líderes decidem frear as divergências públicas, mas não escondem incômodo com indefinição tucana
Maria Lima e Adriana Vasconcelos
BRASÍLIA. O bombardeio da dupla Rodrigo Maia/Cesar Maia (DEM-RJ) sobre o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), nas últimas semanas levou a cúpula do DEM a realizar ontem uma manifestação pública de unidade em defesa da aliança com os tucanos na eleição presidencial de 2010, independentemente de quem venha a ser o candidato do PSDB. Após um almoço, dirigentes e líderes do DEM declararam apoio incondicional ao candidato do PSDB e o fim das divergências públicas.
Nos bastidores, porém, ainda há incômodo de alguns com a demora dos tucanos a pôr o candidato e a campanha nas ruas.
O racha entre os partidários dos governadores Aécio Neves (MG) e Serra no DEM vem se explicitando a cada dia.
Provocaram o auge do mal-estar no PSDB as declarações do ex-prefeito do Rio Cesar Maia de que Serra, com a indefinição de sua candidatura ao Planalto, está se comportando “como os piores caudilhos”.
Sentado à mesa com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen e o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia, fez um mea culpa ao admitir que o pai passara dos limites ao chamar Serra de caudilho.
Houve unanimidade na condenação aos ataques.
Partido mantém pressão sobre escolha do candidato Entretanto, a avaliação no partido é que as declarações de Cesar Maia serviram para que o DEM se unisse e desse o seu recado aos tucanos. Ao se comprometer com o potencial candidato do PSDB, o DEM está mais uma vez cobrando que os tucanos apresentem logo esse candidato.
— O almoço serviu para mostrar a unidade do DEM e o apoio consensual ao PSDB, independentemente de quem seja o candidato escolhido. Colocamos um freio às manifestações de preferências explícitas. A nossa parte, nós fizemos — disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
— Foi um almoço Pollyana, só para fazer o jogo do contente, mostrar que o partido, embora cada um tenha sua preferência, está conformado com a ideia de que haverá apoio incondicional ao PSDB, independentemente da escolha por Aécio ou Serra, ou chapa pura — disse o senador Demóstenes Torres (GO).
— Foi um almoço para tirar foto e mostrar o discurso oficial do partido, de que a decisão unânime é apoiar o que o PSDB decidir — disse o deputado José Carlos Aleluia(BA).
Só o governador Arruda discursou e fez um apelo para que as preferências não fossem explicitadas, por enquanto, para evitar o desgaste da candidatura de oposição.
— O DEM tem que apoiar incondicionalmente o PSDB, seja quem for o candidato, para voltarmos ao poder. Foi muito boa a experiência na oposição, mas cansei — disse Arruda, que está numa cadeira de rodas por causa de uma cirurgia no tendão.
Em enquete feita pelo GLOBO mês passado, ouvindo as bancadas do DEM na Câmara e no Senado, ficou evidente a divisão do partido em relação aos dois pré-candidatos. A maior parte dos parlamentares afirmou que Serra é o nome que tem mais chance de vencer a disputa de 2010. Mas quando perguntados sobre qual dos dois preferiam, Aécio ganhou na preferência dos deputados e senadores. O prefeito Kassab minimiza as divergências que, segundo ele, ocorrem no próprio PSDB: — A divergência que existe em alguns momentos, aparente, é que alguns têm preferência por um candidato do PSDB, outros por outros. Eu tenho preferência pelo candidato Serra. Entendo e respeito. No próprio PSDB há quem tenha preferência pelo Serra, outros pelo Aécio.
Não vejo divisão
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