quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Diretórios do PSDB pedem definição já do candidato

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Avaliação é de que demora dificulta negociação das alianças regionais

Marcelo de Moraes, BRASÍLIA

Em reunião do PSDB ontem, a maioria dos presidentes dos diretórios estaduais do partido defendeu a antecipação da definição da candidatura presidencial para janeiro. O movimento representa um revés para a estratégia do governador de São Paulo, José Serra, líder nas pesquisas de intenção de voto, que deseja retardar ao máximo o anúncio, para evitar desgaste político e ataques dos adversários. Mas vai ao encontro do interesse do governador de Minas, Aécio Neves, que defende a antecipação por ser menos conhecido do eleitorado e precisar de mais tempo para viabilizar a sua candidatura.

A pressão dos diretórios se explica pelo reflexo das campanhas regionais. Sem candidato escolhido, os tucanos vêm encontrando dificuldades para iniciarem suas campanhas e montarem as alianças locais. Além disso, reclamam que o governo já está em ritmo eleitoral, pedindo votos para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e articulando acordos regionais.

Apesar da pressão dos diretórios estaduais, o PSDB preferiu não tomar decisão sobre o assunto na reunião de ontem, que durou quase cinco horas e foi realizada na sede do partido em Brasília. O presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), destacou que "100% do partido prefere resolver o quanto antes" a definição da candidatura e concorda com isso. O porém, segundo ele, é que não adianta antecipar a definição se o gesto custar a harmonia política entre Serra e Aécio.

Para ele, a cobrança dos diretórios para acelerar o processo é normal, diante dos movimentos da candidatura governista. "Você tem uma campanha na rua de uma candidata com dinheiro público. Todo militante, todo torcedor do PSDB, quer fazer a mesma coisa. Não de gastar o dinheiro público, mas de fazer campanha também."

PROTESTOS

Guerra ouviu muitos diretórios defenderem abertamente a antecipação da candidatura. "Não interessa qual é o nome, porque ambos são ótimos. Mas temos de definir logo", disse o governador de Roraima, José Anchieta. "O candidato acaba sendo a principal bandeira de campanha. Precisamos da escolha rápido", reforçou o deputado Roberto Rocha, presidente do diretório maranhense.

"A escolha tem que ser feita o mais breve possível. Quer a gente queira ou não, a campanha já está nas ruas", acrescentou o senador Flexa Ribeiro, presidente do diretório do Pará. "No caso do Rio, escolher agora seria melhor", disse a deputada federal Andreia Zito, que representou o diretório fluminense.

Aliados de Serra ficaram em situação minoritária. Um deles é o ex-prefeito de Salvador Antônio Imbassahy. "Você vai antecipar problemas. Serra tem hoje 40% nas pesquisas. A antecipação poderia trazer problemas para ele e para Aécio, que precisam cuidar das administrações dos seus Estados."

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