Aliado do PSDB, Freire ataca Lula
Guilherme Scarance
Aliado do PSDB, o presidente do PPS, Roberto Freire, fez duras críticas ontem ao governo e a uma das principais apostas do Palácio do Planalto para 2010, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "O nível de investimento, em alguns momentos, é irrelevante, a ponto de o governo não querer mais ter uma mãe do PAC. Virou órfão. O PAC é uma irrelevância, o nível de investimento é preocupante", disse ele, em entrevista ao vivo na TV Estadão.
Referia-se à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lançada com o apelido de "mãe do PAC".
As críticas vieram após Freire destacar que a busca da igualdade e o respeito à democracia são as bases, hoje, do pensamento da esquerda. "A luta pela igualdade vai nos caracterizar", frisou o ex-militante do PCB, antecessor do PPS. "O governo Lula não é de esquerda. É tremendamente conservador." Alegou que os banqueiros estão "rindo à toa" e o Bolsa-Família ajuda a manter a desigualdade.
Ao explicar por que seu partido formou um bloco com o PSDB, ele voltou à carga contra Lula.
"A sociedade não se vê num governo que pratica corrupção, frouxidão moral do ponto de vista ético. Essa frouxidão sempre existiu e, no governo Lula, é elevada a uma enésima potência. Passa a mão na cabeça de aloprado, nunca sabe de nada."
Freire reforçou o apoio aos tucanos nas eleições, destacando a posição do ex-presidente Itamar Franco, vice-presidente do PPS. "Itamar é adepto da candidatura de Aécio, eu sou adepto da candidatura Serra."
Por fim, Freire considerou o Movimento dos Sem-Terra (MST) como "uma expressão política importante", mas frisou que há um excesso "imperdoável", a destruição de laboratórios. "É um pensamento fundamentalista e atrasado."
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