quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Para Jarbas, problema “é de gestão”

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) reagiu às críticas do presidente Lula e do governador Eduardo Campos (PSB) às oposições, ainda motivadas pelo fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O governo federal contabiliza que deixou de investir R$ 120 bilhões com a perda da CPMF. Reforçando a crítica de Lula, Eduardo lembrou que, a pedido do presidente, trabalhou para aprovar o tributo, conhecido como “imposto do cheque”, mas o governo sofreu uma derrota, em dezembro de 2007. Jarbas, uma das principais vozes de oposição, declarou que o “problema” dos governos federal e estadual é que “preferem culpar os outros quando não cumprem as promessas”.

“Os dois governos (Lula e Eduardo) são maus gestores. Gastam muito e mal. São bons de retórica palanqueira”, soltou Jarbas. O peemedebista é cotado para disputar o governo contra Eduardo em 2010. “Quanto ao atual governador, ele deve ter esquecido que votou contra a CPMF em 1999 e 2002 quando era deputado federal. Falta de memória é também um problema de saúde pública neste governo”, completou Jarbas, em mais uma demonstração da forte rivalidade de ambos.

No discurso de ontem, Eduardo Campos citou nominalmente o PSDB como um partido que ajudou a acabar com a CPMF. O governador lembrou que em 2007 negociou, como emissário do Planalto, com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, na tentativa de aprovar a CPMF. O DEM também integrou o movimento pelo fim da contribuição.

Ao JC, o senador Sérgio Guerra disse, por telefone, que não conseguiu “fechar acordo” com o PSDB. “Trabalhei com Eduardo e Palocci (ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci), em favor da causa deles. A ideia era prorrogar a CPMF e marcar um prazo de um ano para extinguir a contribuição. Mas o PSDB não quis fazer acordo. O que eu posso fazer?”.

O tucano ressalvou, porém, que a derrota da CPMF não foi uma vitória da oposição. “Quem tem poder para derrubar ou aprovar é o governo, que é maioria. Somos minoria. E outra coisa, o problema do governo Lula não é de falta de dinheiro para a saúde, mas de gestão”. Ao contrário de Jarbas, Sérgio Guerra tem boas relações com Eduardo. Preferiu manter a linha diplomática e disse que a questão da saúde pública é “um grande problema no Brasil e Pernambuco não é diferente”.

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