DEU EM O GLOBO
Senadora e governador paulista atacam políticas defendidas pela adversária
Chico de Gois Enviado especial
COPENHAGUE. O Bella Center, em Copenhague, local onde ocorre a maioria das reuniões para discutir as mudanças climáticas, aqueceu ontem o debate entre os três pré-candidatos à Presidência que, de forma distinta, participam da Conferência da ONU. O resultado do primeiro dia em que os três estiveram sob o mesmo teto foi a concordância de posicionamento entre o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e a senadora Marina Silva (PV-AC), que trocaram amabilidades, contra as teses adotadas pela ministra da Casa Civil e chefe da delegação brasileira, Dilma Rousseff, que esteve em várias reuniões e nem se encontrou com os oponentes frente a frente.
Marina e Serra, por exemplo, defenderam que o Brasil deveria contribuir com US$ 1 bilhão, em dez anos, para os países pobres poderem atingir suas metas de redução de emissão de gases de efeito estufa.
Serra disse numa entrevista coletiva que considera que, caso o Brasil agisse dessa forma, daria um exemplo aos desenvolvidos, que poderiam se sentir constrangidos e agir da mesma maneira.
— O Brasil deveria contribuir com recursos para este fundo ambiental mundial. Esta contribuição terá um significado simbólico importante para os países desenvolvidos — defendeu Serra.
Mais tarde, ao ser perguntada sobre a proposta dos opositores, Dilma manteve-se firme e disse que o Brasil não deve entrar nessa discussão.
— Um bilhão de dólares não faz nem cosquinha. Os valores estão em torno de US$ 120 bi, US$ 150 bi, e tem valores de até US$ 500 bilhões. O que acho complicado é que a gente só faça gesto.
Senadora e governador paulista atacam políticas defendidas pela adversária
Chico de Gois Enviado especial
COPENHAGUE. O Bella Center, em Copenhague, local onde ocorre a maioria das reuniões para discutir as mudanças climáticas, aqueceu ontem o debate entre os três pré-candidatos à Presidência que, de forma distinta, participam da Conferência da ONU. O resultado do primeiro dia em que os três estiveram sob o mesmo teto foi a concordância de posicionamento entre o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e a senadora Marina Silva (PV-AC), que trocaram amabilidades, contra as teses adotadas pela ministra da Casa Civil e chefe da delegação brasileira, Dilma Rousseff, que esteve em várias reuniões e nem se encontrou com os oponentes frente a frente.
Marina e Serra, por exemplo, defenderam que o Brasil deveria contribuir com US$ 1 bilhão, em dez anos, para os países pobres poderem atingir suas metas de redução de emissão de gases de efeito estufa.
Serra disse numa entrevista coletiva que considera que, caso o Brasil agisse dessa forma, daria um exemplo aos desenvolvidos, que poderiam se sentir constrangidos e agir da mesma maneira.
— O Brasil deveria contribuir com recursos para este fundo ambiental mundial. Esta contribuição terá um significado simbólico importante para os países desenvolvidos — defendeu Serra.
Mais tarde, ao ser perguntada sobre a proposta dos opositores, Dilma manteve-se firme e disse que o Brasil não deve entrar nessa discussão.
— Um bilhão de dólares não faz nem cosquinha. Os valores estão em torno de US$ 120 bi, US$ 150 bi, e tem valores de até US$ 500 bilhões. O que acho complicado é que a gente só faça gesto.
O que a gente tem de fazer são medidas reais, concretas, comprometidas.
Temos de ter cuidado, senão vamos cair em propostas fáceis e puramente mercadológicas.
Aqui estamos tratando de coisas sérias, que é a proteção do meio ambiente.
Marina defende criação de fundo internacional A senadora Marina Silva defendeu a criação do fundo internacional e disse que os países em desenvolvimento não devem utilizar os recursos para adaptação, mas só para mitigação.
Sobre a resistência do Brasil em aceitar que os países em desenvolvimento tenham seus compromissos acompanhados pela comunidade internacional, Marina foi dura: — O Brasil não pode fazer resistência de que não queremos ser acompanhados, que o importante são os resultados.
O Brasil pode efetivamente dizer que não tem nenhum problema em ser acompanhado — declarou, contrapondo-se a Dilma, que defende que os países em desenvolvimento apenas se comprometam com metas próprias, mas não tenham esses objetivos verificados pelos mais ricos.
Temos de ter cuidado, senão vamos cair em propostas fáceis e puramente mercadológicas.
Aqui estamos tratando de coisas sérias, que é a proteção do meio ambiente.
Marina defende criação de fundo internacional A senadora Marina Silva defendeu a criação do fundo internacional e disse que os países em desenvolvimento não devem utilizar os recursos para adaptação, mas só para mitigação.
Sobre a resistência do Brasil em aceitar que os países em desenvolvimento tenham seus compromissos acompanhados pela comunidade internacional, Marina foi dura: — O Brasil não pode fazer resistência de que não queremos ser acompanhados, que o importante são os resultados.
O Brasil pode efetivamente dizer que não tem nenhum problema em ser acompanhado — declarou, contrapondo-se a Dilma, que defende que os países em desenvolvimento apenas se comprometam com metas próprias, mas não tenham esses objetivos verificados pelos mais ricos.
— É fundamental resolver alguns impasses.
Não é adequado a gente criar uma oposição: eles e nós. Estamos em negociação, onde temos de chegar a um consenso — completou Marina.
Em seu discurso no debate sobre Aliança Brasileira pelo Clima, do qual o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e Marina também participaram — esta, de forma improvisada, já que não era prevista sua presença —, Serra defendeu práticas que já estão sendo adotadas pelo governo federal e adotou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao dizer que o biodiesel não compromete a produção de alimentos, nem vai invadir a região amazônica. Ele concordou com a senadora, a quem chamou de amiga pessoal, sobre o Brasil poder contribuir para os mais pobres e poder, sim, prestar contas dos recursos recebidos.
E acabou cometendo duas gafes: primeiro disse que o plantio de cana-de-açúcar não se dá na região amazônica por causa do clima, o que é verdade, e ocorre em São Paulo por causa do “friozinho”, o que não é correto, uma vez que a cultura da cana-deaçúcar se desenvolve em regiões quentes e úmidas. Depois, defendeu a criação de uma guarda nacional florestal para proteger as florestas, mesma proposta feita por Minc ano passado, quando assumiu o ministério
Não é adequado a gente criar uma oposição: eles e nós. Estamos em negociação, onde temos de chegar a um consenso — completou Marina.
Em seu discurso no debate sobre Aliança Brasileira pelo Clima, do qual o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e Marina também participaram — esta, de forma improvisada, já que não era prevista sua presença —, Serra defendeu práticas que já estão sendo adotadas pelo governo federal e adotou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao dizer que o biodiesel não compromete a produção de alimentos, nem vai invadir a região amazônica. Ele concordou com a senadora, a quem chamou de amiga pessoal, sobre o Brasil poder contribuir para os mais pobres e poder, sim, prestar contas dos recursos recebidos.
E acabou cometendo duas gafes: primeiro disse que o plantio de cana-de-açúcar não se dá na região amazônica por causa do clima, o que é verdade, e ocorre em São Paulo por causa do “friozinho”, o que não é correto, uma vez que a cultura da cana-deaçúcar se desenvolve em regiões quentes e úmidas. Depois, defendeu a criação de uma guarda nacional florestal para proteger as florestas, mesma proposta feita por Minc ano passado, quando assumiu o ministério
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