DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - O encerramento do congresso do PT, hoje, deverá significar uma guinada na campanha de Dilma Rousseff. Assim que descer do palanque, depois de lançar as bases da sua plataforma de governo, a ministra perderá o direito de dizer não à "classe política".
Todos (menos a Justiça eleitoral) sabem que Dilma está candidata desde o anúncio do PAC, em 2007.
Até ontem, porém, ela pôde driblar as demandas mundanas de deputados, vereadores, cabos eleitorais etc. Bastava alegar a sobrecarga na agenda, devido a compromissos de governo, ou que a candidatura ainda não havia sido formalizada.
Por muito tempo, portanto, Dilma tirou proveito do que veteranos do PMDB chamam de "candidatura ausente": a campanha rola solta, mas o concorrente se reserva às articulações de "alto nível" e às aparições de impacto midiático, sempre com a desculpa a tiracolo para descartar o baixo clero dos partidos e as queixas dos correligionários.
Lula costuma dizer a amigos que, na política, um abraço muitas vezes faz diferença. Tapinha nas costas não serve. Tampouco adianta guardar distância com os braços, como numa valsa.
Um abraço, para ser eficaz, tem de engatar, puxar o outro com convicção e forçar o encontro dos pescoços, a comunhão sanguínea da temperatura e do pulso.
As pessoas mais próximas a Dilma afirmam que ela não só prestou atenção a essa aula como tomou gosto pela lição de casa. Segundo essa narrativa, quando encarnou o projeto eleitoral e aceitou conhecer de perto os brasileiros, ela teria "redescoberto o próprio corpo".
Essas mesmas pessoas dizem, porém, que a jornada "tátil" da ministra está incompleta. Se ela já disfarça um samba na Sapucaí e o rebolation na Bahia, ainda trava na frente de políticos. A empatia é zero.
Com a aclamação pelo PT, a candidata não poderá mais adiar esse abraço na militância. E nada de tapinha nas costas. Terá de oferecer o pescoço e puxar o do outro.
BRASÍLIA - O encerramento do congresso do PT, hoje, deverá significar uma guinada na campanha de Dilma Rousseff. Assim que descer do palanque, depois de lançar as bases da sua plataforma de governo, a ministra perderá o direito de dizer não à "classe política".
Todos (menos a Justiça eleitoral) sabem que Dilma está candidata desde o anúncio do PAC, em 2007.
Até ontem, porém, ela pôde driblar as demandas mundanas de deputados, vereadores, cabos eleitorais etc. Bastava alegar a sobrecarga na agenda, devido a compromissos de governo, ou que a candidatura ainda não havia sido formalizada.
Por muito tempo, portanto, Dilma tirou proveito do que veteranos do PMDB chamam de "candidatura ausente": a campanha rola solta, mas o concorrente se reserva às articulações de "alto nível" e às aparições de impacto midiático, sempre com a desculpa a tiracolo para descartar o baixo clero dos partidos e as queixas dos correligionários.
Lula costuma dizer a amigos que, na política, um abraço muitas vezes faz diferença. Tapinha nas costas não serve. Tampouco adianta guardar distância com os braços, como numa valsa.
Um abraço, para ser eficaz, tem de engatar, puxar o outro com convicção e forçar o encontro dos pescoços, a comunhão sanguínea da temperatura e do pulso.
As pessoas mais próximas a Dilma afirmam que ela não só prestou atenção a essa aula como tomou gosto pela lição de casa. Segundo essa narrativa, quando encarnou o projeto eleitoral e aceitou conhecer de perto os brasileiros, ela teria "redescoberto o próprio corpo".
Essas mesmas pessoas dizem, porém, que a jornada "tátil" da ministra está incompleta. Se ela já disfarça um samba na Sapucaí e o rebolation na Bahia, ainda trava na frente de políticos. A empatia é zero.
Com a aclamação pelo PT, a candidata não poderá mais adiar esse abraço na militância. E nada de tapinha nas costas. Terá de oferecer o pescoço e puxar o do outro.
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