DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Agnaldo Brito
Agnaldo Brito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em Três Lagoas (MS), que é "lógico" que vai responder aos 33 tópicos com questões sobre o conhecimento dele dos fatos apontados na ação penal do mensalão e sua relação com os réus no processo, que tramita no Supremo Tribunal Federal.
As perguntas foram formuladas pelo Ministério Público Federal e encaminhadas ao presidente pelo STF no início de novembro de 2009 e até agora não foram respondidas, como a Folha revelou ontem.
"Lógico, lógico. Isso é a AGU [Advocacia-Geral da União] que recebe, [que] é o meu advogado. Quando ele preparar, estará a resposta lá. É a contribuição que queremos dar para o processo", disse o presidente.
Lula não disse quando pretende devolver o questionário, mas já afirmou que pretende se ater ao mensalão (transferência de recursos a congressistas da base entre 2002 e 2005) somente após deixar o Planalto.
O STF diz que, embora Lula não tenha prazo para devolver o questionário, ele não pode agir de forma a obstruir a Justiça, algo que o torna suscetível a um processo. O presidente é apenas testemunha no caso.
Campanha
Lula também disse que não participará das campanhas nos Estados onde não houver acordo entre PT e PMDB.
A afirmação foi uma resposta às rusgas entre o ex-governador Zeca do PT e o atual governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), que buscam apoio de Lula para a campanha estadual. O presidente estendeu o aviso a outros Estados nos quais as legendas se enfrentam pelo apoio.
"A nível nacional já temos uma aliança quase concretizada, mas é óbvio que temos problemas em alguns Estados, como Rio Grande do Sul, Pernambuco, Santa Catarina. A gente vai resolver o problema nacional, depois o dos Estados. Se em algum não tiver possibilidade de construir [uma aliança], o que vai acontecer é que o presidente não participa da campanha naquele Estado", disse ao sair de uma visita à Fibria, fábrica de papel e celulose.
Zeca do PT e Puccinelli estiveram, ontem, no palanque de inauguração da fábrica em Três Lagoas -a unidade, porém, já funciona desde março de 2009.
Lula voltou a dizer que aguardará a decisão do STF sobre a intervenção no DF: "Vai depender da Suprema Corte".
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