DEU EM O GLOBO
Prevista para ocorrer hoje no 4º Congresso Nacional do PT, a unção de Dilma Rousseff como candidata do PT à sucessão do presidente da República, líder máximo e histórico do partido, Lula, permite várias abordagens. Uma, na contramão do discurso oficialista do PT, é vê-la como o símbolo do domínio absoluto que o líder tem da legenda.
Não pode ser esquecido que Dilma Rousseff é uma estranha no ninho petista, e chega para a aclamação dos delegados do partido, uma confederação de grupos de esquerda, por ter sido escolhida num “dedazo” de Lula, no melhor estilo do velho PRI mexicano.
Prevista para ocorrer hoje no 4º Congresso Nacional do PT, a unção de Dilma Rousseff como candidata do PT à sucessão do presidente da República, líder máximo e histórico do partido, Lula, permite várias abordagens. Uma, na contramão do discurso oficialista do PT, é vê-la como o símbolo do domínio absoluto que o líder tem da legenda.
Não pode ser esquecido que Dilma Rousseff é uma estranha no ninho petista, e chega para a aclamação dos delegados do partido, uma confederação de grupos de esquerda, por ter sido escolhida num “dedazo” de Lula, no melhor estilo do velho PRI mexicano.
De origem na guerrilha de esquerda da época da ditadura militar, de militância política no trabalhismo brizolista, Dilma saiu do PDT e se filiou ao PT quando Tarso Genro venceu a eleição municipal em Porto Alegre, em 2000. Três anos depois, era ministra de Minas e Energia de Lula.
Pouco para credenciá-la a aspirar a concorrer à sucessão do chefe.
A não ser por escolha dele — e foi o que aconteceu. Já na perspectiva de certos grupos petistas mais à esquerda, resta a alternativa de, sem Lula no Planalto, e na eventualidade da vitória de Dilma, tentar exercer uma influência no governo que não conseguiram no período Lula.
Pouco para credenciá-la a aspirar a concorrer à sucessão do chefe.
A não ser por escolha dele — e foi o que aconteceu. Já na perspectiva de certos grupos petistas mais à esquerda, resta a alternativa de, sem Lula no Planalto, e na eventualidade da vitória de Dilma, tentar exercer uma influência no governo que não conseguiram no período Lula.
Os contornos do lulismo começaram a surgir ainda na campanha de 2002, com a divulgação da Carta ao Povo Brasileiro, em que o candidato se comprometia a cumprir contratos (não dar calote nas dívidas interna e externa) e a obedecer aos parâmetros da economia de mercado.
Pragmático, metamorfósico, Lula acertou ao conceder autonomia informal ao Banco Central e ao entregar o comando do guardião do poder aquisitivo da moeda a quem é do ramo. Outro acerto: manteve o tripé do câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário.
Em troca, permitiu o aparelhamento de parte da máquina pública por corporações sindicais, organizações ditas sociais e outros grupos organizados, assim como imprimiu um viés terceiromundista, à moda da década de 60, à política externa. Dilma conseguiria manter em pé esta improvável construção política?
Quem no PT aposta que não já faz propostas de mais estatização, menos superávit primário, etc.
Deve haver quem entenda que, sem a proteção de Lula, a presidente Dilma tenha de se valer do partido, e aposentar o lulismo camaleônico.
É uma aposta. Em entrevista concedida ao jornal “O Estado de S.Paulo”, publicada ontem, Lula defendeu a moderação e o pragmatismo: “(...) vocês acham que o PSTU ganhará uma eleição com o discurso dele? E vamos supor que ganhe, vocês acham que ele governa? Não governa.” A candidata já deve ter aprendido esta lição.
É uma aposta. Em entrevista concedida ao jornal “O Estado de S.Paulo”, publicada ontem, Lula defendeu a moderação e o pragmatismo: “(...) vocês acham que o PSTU ganhará uma eleição com o discurso dele? E vamos supor que ganhe, vocês acham que ele governa? Não governa.” A candidata já deve ter aprendido esta lição.
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