DEU EM O GLOBO
Grupo majoritário do partido debate a entrada de dirigentes paulistas na Executiva Nacional
Soraya Aggege
BRASÍLIA. A luta interna voltou a assombrar o PT e ameaça a sonhada coesão partidária para as eleições de 2010. Recomposto nas últimas eleições internas, o Campo Majoritário, com 60% do poder, está dividido por causa da distribuição de cargos na Executiva Nacional — o grupo que, de fato, decide no partido — e ameaça até retirar os postos das correntes minoritárias, que já tinham sido definidos.
Parte da CNB (Construindo um Novo Brasil), principal corrente do Campo, ligada ao presidente Lula, quer barrar a entrada de dirigentes paulistas na Executiva indicados pelos grupos Novos Rumos e PTLM.
O novo Diretório Nacional, que toma posse neste sábado, com 81 membros, está formado por 37% de paulistas. A CNB quer “nacionalizar” a direção.
As discussões sobre a divisão do poder interno seguiam até a noite de ontem.
Caso não haja acordo, a composição da executiva poderá ser prorrogada para março.
— Não se trata de uma briga com os dirigentes paulistas, mas o fato é que tem ocorrido uma distorção na representação nacional. Há um exagero da representação paulista e isso não podemos deixar ocorrer — disse o atual tesoureiro do PT, o gaúcho Paulo Ferreira.
O PT paulista reage a esse movimento.
— Nós tivemos 5% dos votos para a chapa (Campo Majoritário), fomos decisivos, fizemos um acordo com a CNB para termos uma vaga na executiva e agora queremos ser reconhecidos.
Isso é o mínimo — disse o deputado federal Carlos Zaratini, da Novos Rumos, corrente basicamente paulista
Sindicalistas querem garantir vaga na Executiva Os sindicalistas, que se contentavam com a Secretaria Sindical, agora também querem uma vaga específica na Executiva.
Sobram nomes e faltam cargos. Nem os cargos que já tinham sido definidos para petistas paulistas, como a tesouraria para o sindicalista João Vaccari Neto, da própria CNB, e a manutenção do atual secretáriogeral, deputado federal José Eduardo Cardozo, estão mais garantidos.
Os cargos da esquerda, minoritários no PT, e que já tinham tido sua representação assegurada, também foram colocados em xeque ontem.
— Não há mais garantia alguma, nada está fechado. Nosso argumento é que seria legítima a continuidade do nosso trabalho junto aos movimentos sociais.
Vamos conversar— disse o paulista Renato Simões, da Militância Socialista A Executiva Nacional é formada por 18 membros, incluindo os vogais, além do presidente e das lideranças do partido na Câmara e no Senado. O Campo Majoritário indicou 11 dos nomes, boa parte paulistas. Entre os cargos do Campo, os mais cobiçados são a Tesouraria e a Secretaria de Comunicações, ambas estratégicas no ano eleitoral. Disputam as Comunicações o deputado estadual de São Paulo Rui Falcão, da Novos Rumos, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o gaúcho João Motta e o deputado André Vargas (PT-PR).
Ontem à noite, a corrente Novos Rumos sugeriu uma emenda ao texto sobre Tática Eleitoral, que será aprovado hoje, para que fique clara a preferência do PT pela manutenção da aliança com os partidos que dão sustentação ao governo Lula, especialmente o PMDB. A citação ao principal aliado é um agrado providencial neste momento em que o PMDB pede mais atenção do PT e do presidente Lula.
Grupo majoritário do partido debate a entrada de dirigentes paulistas na Executiva Nacional
Soraya Aggege
BRASÍLIA. A luta interna voltou a assombrar o PT e ameaça a sonhada coesão partidária para as eleições de 2010. Recomposto nas últimas eleições internas, o Campo Majoritário, com 60% do poder, está dividido por causa da distribuição de cargos na Executiva Nacional — o grupo que, de fato, decide no partido — e ameaça até retirar os postos das correntes minoritárias, que já tinham sido definidos.
Parte da CNB (Construindo um Novo Brasil), principal corrente do Campo, ligada ao presidente Lula, quer barrar a entrada de dirigentes paulistas na Executiva indicados pelos grupos Novos Rumos e PTLM.
O novo Diretório Nacional, que toma posse neste sábado, com 81 membros, está formado por 37% de paulistas. A CNB quer “nacionalizar” a direção.
As discussões sobre a divisão do poder interno seguiam até a noite de ontem.
Caso não haja acordo, a composição da executiva poderá ser prorrogada para março.
— Não se trata de uma briga com os dirigentes paulistas, mas o fato é que tem ocorrido uma distorção na representação nacional. Há um exagero da representação paulista e isso não podemos deixar ocorrer — disse o atual tesoureiro do PT, o gaúcho Paulo Ferreira.
O PT paulista reage a esse movimento.
— Nós tivemos 5% dos votos para a chapa (Campo Majoritário), fomos decisivos, fizemos um acordo com a CNB para termos uma vaga na executiva e agora queremos ser reconhecidos.
Isso é o mínimo — disse o deputado federal Carlos Zaratini, da Novos Rumos, corrente basicamente paulista
Sindicalistas querem garantir vaga na Executiva Os sindicalistas, que se contentavam com a Secretaria Sindical, agora também querem uma vaga específica na Executiva.
Sobram nomes e faltam cargos. Nem os cargos que já tinham sido definidos para petistas paulistas, como a tesouraria para o sindicalista João Vaccari Neto, da própria CNB, e a manutenção do atual secretáriogeral, deputado federal José Eduardo Cardozo, estão mais garantidos.
Os cargos da esquerda, minoritários no PT, e que já tinham tido sua representação assegurada, também foram colocados em xeque ontem.
— Não há mais garantia alguma, nada está fechado. Nosso argumento é que seria legítima a continuidade do nosso trabalho junto aos movimentos sociais.
Vamos conversar— disse o paulista Renato Simões, da Militância Socialista A Executiva Nacional é formada por 18 membros, incluindo os vogais, além do presidente e das lideranças do partido na Câmara e no Senado. O Campo Majoritário indicou 11 dos nomes, boa parte paulistas. Entre os cargos do Campo, os mais cobiçados são a Tesouraria e a Secretaria de Comunicações, ambas estratégicas no ano eleitoral. Disputam as Comunicações o deputado estadual de São Paulo Rui Falcão, da Novos Rumos, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o gaúcho João Motta e o deputado André Vargas (PT-PR).
Ontem à noite, a corrente Novos Rumos sugeriu uma emenda ao texto sobre Tática Eleitoral, que será aprovado hoje, para que fique clara a preferência do PT pela manutenção da aliança com os partidos que dão sustentação ao governo Lula, especialmente o PMDB. A citação ao principal aliado é um agrado providencial neste momento em que o PMDB pede mais atenção do PT e do presidente Lula.
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