DEU NO ESTADO DE MINAS
Na história recente do Brasil, bastava um feriado prolongado para arrefecer os ânimos de adversários e salvar a pele dos acusados. Em Brasília, o carnaval não será suficiente para abafar a crise no governo do Distrito Federal. Entre a sexta-feira e a quarta-feira de cinzas não haverá nada que faça esquecer a prisão de um governador de estado por suspeita de suborno de testemunhas na investigação de um suposto esquema de pagamento de propina a aliados. Pelo contrário. O fato de escolas de samba dos carnavais de São Paulo e do Rio trazerem enredo lembrando os 50 anos de Brasília sem praticamente nenhuma menção à crise política pode reforçar a lembrança dos fatos recentes na capital federal. São três meses de sucessivos escândalos, com farta divulgação de imagens e informações sobre mandos e desmandos na política local.
Acostumado a ver escândalos ocorrerem sucessivamente sem que os acusados do momento sejam punidos antes de novas denúncias surgirem e outros políticos se verem envolvidos em suspeitas de crimes e atos ilícitos, o brasileiro não perdeu a esperança de pôr fim ao reinado de impunidade que se instalou na política brasileira, mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subestime essa capacidade ao afirmar que a prisão de um governador é ruim para o Brasil e para a consciência política brasileira.
No dia seguinte, como sempre, ele se corrigiu e disse esperar que o fato sirva como exemplo. Foi assim também quando afirmou que as imagens não falavam por si ao comentar os vídeos de políticos de Brasília recebendo maços de dinheiro num suposto esquema de corrupção. Lula errou de novo ao aliviar o discurso para comentar a situação de um acusado, ainda que adversário político. Foram justamente as imagens, que como diz o dito popular valem por mil palavras, as provas que decretaram a prisão do governador do Distrito Federal por tentativa de suborno de testemunhas.
Colocando-se na condição de vítima, o governador preso e afastado José Roberto Arruda e seu ex-partido, o DEM, consideraram desproporcional a decretação da prisão pela Justiça ao lembrarem que o mesmo não ocorreu quando políticos petistas, tucanos, peemedebistas e de outras legendas se viram envolvidos em denúncias de envolvimento em um esquema de pagamento de propina a aliados. Esquecem-se de que o tratamento diferente dado ao suposto crime de políticos de outras legendas não os absolve dos delitos que supostamente cometeram e que a diferença em um dos casos, o dos petistas, pode estar quase que apenas na ausência de imagens.
Entre o escândalo dos petistas e o dos democratas de Brasília, os brasileiros viram uma sucessão de outras denúncias de abusos, irregularidades e desvios de recursos públicos ocupar a imprensa no últimos anos. Em praticamente todos os casos, imperou a impunidade. Desproporcional para alguns, mas marco para outros, a prisão do governador do Distrito Federal e um agora provável afastamento do cargo por um processo de impeachment são emblemáticos para os políticos que se acostumaram a conviver com a impunidade.
As entidades que combatem a corrupção ganham força e vão ampliar a divulgação dos nomes dos políticos envolvidos em fraudes e irregularidades e processados pela Justiça e o projeto de iniciativa popular que impede a candidatura de pessoas condenadas em primeira instância ganha fôlego. Antes de ser preso, Arruda disse a um auxiliar que “toda crise passa”. Sem dúvida. Mas cada uma traz a sua marca, que fica mais ou menos profunda na memória dos eleitores. Como a crise no DF deve permanecer por mais tempo na mídia, os deputados federais e senadores que querem angariar votos em outubro podem ser pressionados pela opinião pública – embora alguns se lixem para ela – a não fazer vista grossa para a proposta que recebeu 1,5 milhão de assinaturas. Costumamos dizer que o ano no Brasil só começa depois do carnaval. Em Brasília, começou antes e não teve intervalo para confetes e serpentinas.
Na história recente do Brasil, bastava um feriado prolongado para arrefecer os ânimos de adversários e salvar a pele dos acusados. Em Brasília, o carnaval não será suficiente para abafar a crise no governo do Distrito Federal. Entre a sexta-feira e a quarta-feira de cinzas não haverá nada que faça esquecer a prisão de um governador de estado por suspeita de suborno de testemunhas na investigação de um suposto esquema de pagamento de propina a aliados. Pelo contrário. O fato de escolas de samba dos carnavais de São Paulo e do Rio trazerem enredo lembrando os 50 anos de Brasília sem praticamente nenhuma menção à crise política pode reforçar a lembrança dos fatos recentes na capital federal. São três meses de sucessivos escândalos, com farta divulgação de imagens e informações sobre mandos e desmandos na política local.
Acostumado a ver escândalos ocorrerem sucessivamente sem que os acusados do momento sejam punidos antes de novas denúncias surgirem e outros políticos se verem envolvidos em suspeitas de crimes e atos ilícitos, o brasileiro não perdeu a esperança de pôr fim ao reinado de impunidade que se instalou na política brasileira, mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subestime essa capacidade ao afirmar que a prisão de um governador é ruim para o Brasil e para a consciência política brasileira.
No dia seguinte, como sempre, ele se corrigiu e disse esperar que o fato sirva como exemplo. Foi assim também quando afirmou que as imagens não falavam por si ao comentar os vídeos de políticos de Brasília recebendo maços de dinheiro num suposto esquema de corrupção. Lula errou de novo ao aliviar o discurso para comentar a situação de um acusado, ainda que adversário político. Foram justamente as imagens, que como diz o dito popular valem por mil palavras, as provas que decretaram a prisão do governador do Distrito Federal por tentativa de suborno de testemunhas.
Colocando-se na condição de vítima, o governador preso e afastado José Roberto Arruda e seu ex-partido, o DEM, consideraram desproporcional a decretação da prisão pela Justiça ao lembrarem que o mesmo não ocorreu quando políticos petistas, tucanos, peemedebistas e de outras legendas se viram envolvidos em denúncias de envolvimento em um esquema de pagamento de propina a aliados. Esquecem-se de que o tratamento diferente dado ao suposto crime de políticos de outras legendas não os absolve dos delitos que supostamente cometeram e que a diferença em um dos casos, o dos petistas, pode estar quase que apenas na ausência de imagens.
Entre o escândalo dos petistas e o dos democratas de Brasília, os brasileiros viram uma sucessão de outras denúncias de abusos, irregularidades e desvios de recursos públicos ocupar a imprensa no últimos anos. Em praticamente todos os casos, imperou a impunidade. Desproporcional para alguns, mas marco para outros, a prisão do governador do Distrito Federal e um agora provável afastamento do cargo por um processo de impeachment são emblemáticos para os políticos que se acostumaram a conviver com a impunidade.
As entidades que combatem a corrupção ganham força e vão ampliar a divulgação dos nomes dos políticos envolvidos em fraudes e irregularidades e processados pela Justiça e o projeto de iniciativa popular que impede a candidatura de pessoas condenadas em primeira instância ganha fôlego. Antes de ser preso, Arruda disse a um auxiliar que “toda crise passa”. Sem dúvida. Mas cada uma traz a sua marca, que fica mais ou menos profunda na memória dos eleitores. Como a crise no DF deve permanecer por mais tempo na mídia, os deputados federais e senadores que querem angariar votos em outubro podem ser pressionados pela opinião pública – embora alguns se lixem para ela – a não fazer vista grossa para a proposta que recebeu 1,5 milhão de assinaturas. Costumamos dizer que o ano no Brasil só começa depois do carnaval. Em Brasília, começou antes e não teve intervalo para confetes e serpentinas.
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