DEU EM O GLOBO
Em silêncio, governador e emissários negociam apoio do partido; Ciro se reúne com Lula para decidir o futuro
Soraya Aggege
SÃO PAULO e BELO HORIZONTE. Enquanto o PT prioriza a aliança com o PMDB e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) não tem a sua situação definida na disputa deste ano, o governador José Serra (PSDB) avança sobre os palanques que o PSB monta para a ministra Dilma Rousseff (PT), principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Apesar de ainda não assumir sua candidatura, Serra teria destacado vários tucanos para negociar com o PSB nos estados.
— A indefinição do Ciro e os acertos do PT com o PMDB nos estados bagunçou nossos palanques.
Tirando Pernambuco e Ceará, não há mais garantia de nada para Dilma. Serra está fazendo boas propostas. Ele é frio, mas muito eficaz na política — diz um dirigente do PSB.
Tucanos procuram acordos em nove estados Serra e seus enviados já teriam procurado acertos em nove estados: Mato Grosso, Piauí, Amazonas, Sergipe, Paraíba, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraná e Espírito Santo.
O secretário-geral do PSB, senador Renato Casagrande, précandidato ao governo do Espírito Santo, disse que tem conversado com o PSDB em seu estado, mas que se trata de “uma relação local”. O deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES), da direção nacional do PSDB e também pré-candidato, disse que vem tentando uma dobradinha com Casagrande.
— Dilma já tem palanque no Espírito Santo com o Ricardo Ferraço (PMDB, vice-governador atual, apoiado pelo PT). E as eleições não são verticalizadas.
Não podemos descartar nada. As chances do Serra com o PSB são pequenas, mas digamos que ele não terá nossa hostilidade — diz Casagrande.
— O fato é que a aliança do PT com o PMDB precipitou muito o processo nos estados.
Acho difícil o PSB apoiar o PSDB, mas em política nada é impossível — disse Lucas.
A decisão sobre a candidatura própria do PSB à Presidência está longe de se definir. Amanhã, Ciro se encontra com os representantes dos nove partidos que formam a base aliada de Dilma em São Paulo. Os dirigentes vão insistir na candidatura de Ciro ao governo de São Paulo. Mas a tendência é que ele só decida após uma conversa com o presidente Lula, prevista para 15 de março. O PT tenta antecipar o encontro, preocupado com o esfacelamento da base no estado.
— Caso Ciro não seja candidato em São Paulo, teremos três candidatos: Paulo Skaf (presidente da Fiesp recém-filiado ao PSB), Celso Russomano (PP) e outro do PT. Separados, nenhum de nós vencerá Geraldo Alckmin (PSDB), e Serra terá pelo menos 6 milhões de votos no estado.
Assim, será muito difícil Dilma vencer nacionalmente — disse outro dirigente da base de Dilma em São Paulo.
Aécio e Serra vão se encontrar nos próximos dias Ao chegar ontem de uma temporada de 11 dias no exterior, o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), minimizou o crescimento de Dilma nas pesquisas e sua exposição pública, após o congresso que a lançou pré-candidata do PT. Sob o argumento de que a campanha só começa com a propaganda eleitoral, Aécio disse não se afligir com a presença dela na mídia, enquanto Serra fica em silêncio. Para ele, que ontem inaugurou um hospital em Sabará (MG), o paulista se manifestará na hora certa:
— Cabe a ele encontrar o caminho e o momento adequados dessa manifestação. Continuo tendo grande confiança nas suas possibilidades de vitória — disse Aécio, confirmando que encontrará com Serra nos próximos dias.
Em silêncio, governador e emissários negociam apoio do partido; Ciro se reúne com Lula para decidir o futuro
Soraya Aggege
SÃO PAULO e BELO HORIZONTE. Enquanto o PT prioriza a aliança com o PMDB e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) não tem a sua situação definida na disputa deste ano, o governador José Serra (PSDB) avança sobre os palanques que o PSB monta para a ministra Dilma Rousseff (PT), principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Apesar de ainda não assumir sua candidatura, Serra teria destacado vários tucanos para negociar com o PSB nos estados.
— A indefinição do Ciro e os acertos do PT com o PMDB nos estados bagunçou nossos palanques.
Tirando Pernambuco e Ceará, não há mais garantia de nada para Dilma. Serra está fazendo boas propostas. Ele é frio, mas muito eficaz na política — diz um dirigente do PSB.
Tucanos procuram acordos em nove estados Serra e seus enviados já teriam procurado acertos em nove estados: Mato Grosso, Piauí, Amazonas, Sergipe, Paraíba, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraná e Espírito Santo.
O secretário-geral do PSB, senador Renato Casagrande, précandidato ao governo do Espírito Santo, disse que tem conversado com o PSDB em seu estado, mas que se trata de “uma relação local”. O deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES), da direção nacional do PSDB e também pré-candidato, disse que vem tentando uma dobradinha com Casagrande.
— Dilma já tem palanque no Espírito Santo com o Ricardo Ferraço (PMDB, vice-governador atual, apoiado pelo PT). E as eleições não são verticalizadas.
Não podemos descartar nada. As chances do Serra com o PSB são pequenas, mas digamos que ele não terá nossa hostilidade — diz Casagrande.
— O fato é que a aliança do PT com o PMDB precipitou muito o processo nos estados.
Acho difícil o PSB apoiar o PSDB, mas em política nada é impossível — disse Lucas.
A decisão sobre a candidatura própria do PSB à Presidência está longe de se definir. Amanhã, Ciro se encontra com os representantes dos nove partidos que formam a base aliada de Dilma em São Paulo. Os dirigentes vão insistir na candidatura de Ciro ao governo de São Paulo. Mas a tendência é que ele só decida após uma conversa com o presidente Lula, prevista para 15 de março. O PT tenta antecipar o encontro, preocupado com o esfacelamento da base no estado.
— Caso Ciro não seja candidato em São Paulo, teremos três candidatos: Paulo Skaf (presidente da Fiesp recém-filiado ao PSB), Celso Russomano (PP) e outro do PT. Separados, nenhum de nós vencerá Geraldo Alckmin (PSDB), e Serra terá pelo menos 6 milhões de votos no estado.
Assim, será muito difícil Dilma vencer nacionalmente — disse outro dirigente da base de Dilma em São Paulo.
Aécio e Serra vão se encontrar nos próximos dias Ao chegar ontem de uma temporada de 11 dias no exterior, o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), minimizou o crescimento de Dilma nas pesquisas e sua exposição pública, após o congresso que a lançou pré-candidata do PT. Sob o argumento de que a campanha só começa com a propaganda eleitoral, Aécio disse não se afligir com a presença dela na mídia, enquanto Serra fica em silêncio. Para ele, que ontem inaugurou um hospital em Sabará (MG), o paulista se manifestará na hora certa:
— Cabe a ele encontrar o caminho e o momento adequados dessa manifestação. Continuo tendo grande confiança nas suas possibilidades de vitória — disse Aécio, confirmando que encontrará com Serra nos próximos dias.
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