Durante quase dois anos, os marqueteiros se esmeraram em construir a imagem da "Dilminha, paz e amor". Tiraram os óculos da candidata e mudaram seu visual para que nas suas aparições públicas, sempre ao lado de Lula, ela pintasse nas fotos como uma pessoa afável, conciliadora e com aversão a bola dividida.
De repente, esta estratégia foi jogada para o alto. Entrou em campo a Dilma-troglodita, aquela que xinga a oposição de "lobo em pele de cordeiro", tenta colar em Serra o selo do "anti Lula" e apela para o terrorismo eleitoral mais rastaqüera Insinua que o candidato oposicionista irá acabar com o PAC e com o Bolsa-Família, caso seja eleito.
A troco de quê houve uma mudança da água para o vinho no discurso da candidatura do lulo-petismo, exatamente quando Serra começou a por o pé na estrada e iniciou sua campanha?
Só há uma explicação plausível. O comando da campanha, a candidata e Lula sentiram o golpe e passaram recibo de que a estratégia de Serra está no rumo certo. Nem mesmo eles acreditam na missa rezada pelo Vox Populi, cuja pesquisa apontou um empate técnico entre as duas candidaturas, como se Dilma estivesse apenas a três pontos de diferença do tucano.
Se isto fosse verdadeiro, Dilma continuaria na mesma toada de antes e não haveria razão para a adoção do discurso do confronto. É óbvio que o Palácio do Planalto tem pesquisas qualitativas e quantitativas indicadoras de um quadro mais desfavorável para a candidatura governista.
O começo efetivo da campanha não tem sido bom para Dilma. Ao pautar sua estratégia pelo retrovisor, a candidata corre o risco de polarizar com moinhos de vento e de atrair antipatias e rejeições. O editorial "Chega de Saudades", da Folha de hoje, reduz a poeira sua cantilena de acusar a oposição de "lobo em pele de cordeiro", desnuda que se alguém, na história recente, mudou de pele várias vezes, este alguém foi o PT. Ainda bem que o PT "tucanizou-se", ao menos no que toca à aos fundamentos econômicos adotados no governo de Fernando Henrique, continuados no período lulo-petista.
Para desgraça da candidatura governista, o histórico recente das eleições brasileiras mostra que quem apelou para o terrorismo eleitoral findou por quebrar a cara. Os tucanos pagaram um preço alto, em 2002, com aquela história de Regina Duarte pregar o medo. O eleitorado amadureceu e não acredita mais em "bicho-papão".
E quem disse que o centro da preocupação dos brasileiros é comparar Lula e FHC? Eles querem mesmo saber o que os dois candidatos têm a dizer quanto ao seu futuro. Até mesmo o ministro Nelson Jobim, a quem não se pode chamar de jejuno em política, já alertou aos governistas: "o eleitorado vota com os olhos no futuro." Ele não é museu para viver de passado.
Dilma está tão azarada que os tucanos estão tendo uma rara competência, coisa que não aconteceu nas duas últimas disputas presidenciais. Espertamente Serra faz cara de paisagem diante da "Dilma troglodita" e ignora a casca de banana colocada à sua frente. Deixa para o comando de sua campanha a tarefa de denunciar o terrorismo eleitoral e de colocar armadilhas na frente da petista.
Finalmente a oposição parece ter acertado o passo e tem-se antecipado à ação do adversário. Em vez de esconder Fernando Henrique no armário, o PSDB decidiu que o ex-presidente será um dos oradores do ato de lançamento da pré-candidatura de Serra. Esvazia-se o discurso petista segundo o qual os tucanos se envergonham do governo de FHC.
O PSDB dirá abertamente que Serra conta com o apoio de Fernando Henrique e de Itamar Franco. Já Dilma tem em seu palanque Collor e Sarney. Para a oposição, é simples sair da defensiva e deixar o adversário em saia justa, em matéria de apoios de ex-presidentes da República.
Até por ser uma noviça em matéria de disputa eleitoral, Dilma findou por pisar em terreno minado ao dizer que se sentia confortável para travar o debate ético. Óbvio que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, percebeu que a candidata levantou a bola para os tucanos chutarem, tal o rabo-de-palha do governo Lula e do PT nessa área.
Era tudo o que a candidatura Serra queria. Trazer para o centro do debate os escândalos do "mensalão", dos "aloprados petistas", do Bancoop, a blindagem de Sarney e Renan.
A campanha está apenas no começo. A imagem que o Planalto quer colocar na ex-ministra ainda pode sofrer retoques e inflexões. Sempre de olho nas pesquisas, Dilma ainda tem muito chão para vestir de novo os trajes da boa moça, a tal "Dilminha paz e amor".
Por enquanto, não há como esconder que ela acusou o golpe e amarelou diante da competência política de José Serra e da cúpula oposicionista.
De repente, esta estratégia foi jogada para o alto. Entrou em campo a Dilma-troglodita, aquela que xinga a oposição de "lobo em pele de cordeiro", tenta colar em Serra o selo do "anti Lula" e apela para o terrorismo eleitoral mais rastaqüera Insinua que o candidato oposicionista irá acabar com o PAC e com o Bolsa-Família, caso seja eleito.
A troco de quê houve uma mudança da água para o vinho no discurso da candidatura do lulo-petismo, exatamente quando Serra começou a por o pé na estrada e iniciou sua campanha?
Só há uma explicação plausível. O comando da campanha, a candidata e Lula sentiram o golpe e passaram recibo de que a estratégia de Serra está no rumo certo. Nem mesmo eles acreditam na missa rezada pelo Vox Populi, cuja pesquisa apontou um empate técnico entre as duas candidaturas, como se Dilma estivesse apenas a três pontos de diferença do tucano.
Se isto fosse verdadeiro, Dilma continuaria na mesma toada de antes e não haveria razão para a adoção do discurso do confronto. É óbvio que o Palácio do Planalto tem pesquisas qualitativas e quantitativas indicadoras de um quadro mais desfavorável para a candidatura governista.
O começo efetivo da campanha não tem sido bom para Dilma. Ao pautar sua estratégia pelo retrovisor, a candidata corre o risco de polarizar com moinhos de vento e de atrair antipatias e rejeições. O editorial "Chega de Saudades", da Folha de hoje, reduz a poeira sua cantilena de acusar a oposição de "lobo em pele de cordeiro", desnuda que se alguém, na história recente, mudou de pele várias vezes, este alguém foi o PT. Ainda bem que o PT "tucanizou-se", ao menos no que toca à aos fundamentos econômicos adotados no governo de Fernando Henrique, continuados no período lulo-petista.
Para desgraça da candidatura governista, o histórico recente das eleições brasileiras mostra que quem apelou para o terrorismo eleitoral findou por quebrar a cara. Os tucanos pagaram um preço alto, em 2002, com aquela história de Regina Duarte pregar o medo. O eleitorado amadureceu e não acredita mais em "bicho-papão".
E quem disse que o centro da preocupação dos brasileiros é comparar Lula e FHC? Eles querem mesmo saber o que os dois candidatos têm a dizer quanto ao seu futuro. Até mesmo o ministro Nelson Jobim, a quem não se pode chamar de jejuno em política, já alertou aos governistas: "o eleitorado vota com os olhos no futuro." Ele não é museu para viver de passado.
Dilma está tão azarada que os tucanos estão tendo uma rara competência, coisa que não aconteceu nas duas últimas disputas presidenciais. Espertamente Serra faz cara de paisagem diante da "Dilma troglodita" e ignora a casca de banana colocada à sua frente. Deixa para o comando de sua campanha a tarefa de denunciar o terrorismo eleitoral e de colocar armadilhas na frente da petista.
Finalmente a oposição parece ter acertado o passo e tem-se antecipado à ação do adversário. Em vez de esconder Fernando Henrique no armário, o PSDB decidiu que o ex-presidente será um dos oradores do ato de lançamento da pré-candidatura de Serra. Esvazia-se o discurso petista segundo o qual os tucanos se envergonham do governo de FHC.
O PSDB dirá abertamente que Serra conta com o apoio de Fernando Henrique e de Itamar Franco. Já Dilma tem em seu palanque Collor e Sarney. Para a oposição, é simples sair da defensiva e deixar o adversário em saia justa, em matéria de apoios de ex-presidentes da República.
Até por ser uma noviça em matéria de disputa eleitoral, Dilma findou por pisar em terreno minado ao dizer que se sentia confortável para travar o debate ético. Óbvio que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, percebeu que a candidata levantou a bola para os tucanos chutarem, tal o rabo-de-palha do governo Lula e do PT nessa área.
Era tudo o que a candidatura Serra queria. Trazer para o centro do debate os escândalos do "mensalão", dos "aloprados petistas", do Bancoop, a blindagem de Sarney e Renan.
A campanha está apenas no começo. A imagem que o Planalto quer colocar na ex-ministra ainda pode sofrer retoques e inflexões. Sempre de olho nas pesquisas, Dilma ainda tem muito chão para vestir de novo os trajes da boa moça, a tal "Dilminha paz e amor".
Por enquanto, não há como esconder que ela acusou o golpe e amarelou diante da competência política de José Serra e da cúpula oposicionista.
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