DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Por essa o presidente Luiz Inácio da Silva não esperava. Justiça seja feita, nem ele nem ninguém imaginava que por trás da impressão de indecisão e da bagunça generalizada reinante no PSDB houvesse uma campanha presidencial pronta para entrar em cena a tal ponto estruturada que até o adversário reconhece a sucessão de acertos na largada.
Coisa raríssima em se tratando de tucanos, cujas campanhas presidenciais de 2002 e 2006 notabilizaram-se não por desacertos corriqueiros, mas por desastres monumentais dignos de manual. Passos tão fora do compasso que até os acertos eram anulados por equívocos cometidos nos momentos seguintes.
Fiquemos nas cenas inesquecíveis: Geraldo Alckmin consegue ir ao segundo turno com Lula e a primeira coisa que faz é se atirar nos braços de Anthony Garotinho, já em franca débâcle de imagem.
De jaqueta cheia de adesivos de estatais, o tucano posa para fotos a fim de se mostrar mais realista que o próprio rei e cai na armadilha do adversário que assume a partir dali o comando da agenda do debate nacionalista.
Ao que tudo indica, Lula acreditou que a escrita se repetiria. Esqueceu-se de que ele mesmo mudou quando se viu diante do que seria a derradeira chance.
E provavelmente não levou em conta o mais importante: a conduta do adversário diante da dimensão de sua força. É possível que tenha feito essa leitura com sinais trocados.
Por ser muito forte, Lula achou que sua fortaleza bastaria. Intimidaria o inimigo, substituiria a necessidade de uma organização perfeita de campanha, a escolha de candidatura autossustentável.
Pois exatamente pelo poderio de Lula é que o adversário se preparou com antecedência, mediu cada movimento, entrou em campo estrategicamente prevenido, com tarefas divididas e o candidato dono da própria autonomia.
E o PT? Uma babel de comandantes desconectados na dependência de Lula até para administrar vontades de diretórios regionais, com Dilma ainda desconfortável no figurino de candidata.
O presidente estava certo de que dominava o terreno, mas ao se abrirem os trabalhos deparou-se com um cenário inesperado. Onde imaginava que haveria a discórdia - em Minas - fez-se a unidade.
Onde acreditou que haveria espaço para a dicotomia de um plebiscito sem nuances por falta de discurso da oposição, o adversário propõe uma pauta à qual a cada dia acrescenta um assunto diferente.
Onde esperava estabelecer a guerra na base do "nós contra eles" o oponente construiu uma barreira já no início recusando a proposta de maneira explícita e em seguida aproveitando todas as chances para amenizar o tom como quem diz "não quero briga".
Ocorre, porém, que o susto inicial não representa necessariamente a regra do jogo todo. Inclusive porque surpresa por definição dá e passa.
Em tese, o fato de Lula ter sido surpreendido por não poder combater à sombra como gostaria não quer dizer que não possa fazê-lo ao sol. E até sob forte temporal se preciso for.
Por essa o presidente Luiz Inácio da Silva não esperava. Justiça seja feita, nem ele nem ninguém imaginava que por trás da impressão de indecisão e da bagunça generalizada reinante no PSDB houvesse uma campanha presidencial pronta para entrar em cena a tal ponto estruturada que até o adversário reconhece a sucessão de acertos na largada.
Coisa raríssima em se tratando de tucanos, cujas campanhas presidenciais de 2002 e 2006 notabilizaram-se não por desacertos corriqueiros, mas por desastres monumentais dignos de manual. Passos tão fora do compasso que até os acertos eram anulados por equívocos cometidos nos momentos seguintes.
Fiquemos nas cenas inesquecíveis: Geraldo Alckmin consegue ir ao segundo turno com Lula e a primeira coisa que faz é se atirar nos braços de Anthony Garotinho, já em franca débâcle de imagem.
De jaqueta cheia de adesivos de estatais, o tucano posa para fotos a fim de se mostrar mais realista que o próprio rei e cai na armadilha do adversário que assume a partir dali o comando da agenda do debate nacionalista.
Ao que tudo indica, Lula acreditou que a escrita se repetiria. Esqueceu-se de que ele mesmo mudou quando se viu diante do que seria a derradeira chance.
E provavelmente não levou em conta o mais importante: a conduta do adversário diante da dimensão de sua força. É possível que tenha feito essa leitura com sinais trocados.
Por ser muito forte, Lula achou que sua fortaleza bastaria. Intimidaria o inimigo, substituiria a necessidade de uma organização perfeita de campanha, a escolha de candidatura autossustentável.
Pois exatamente pelo poderio de Lula é que o adversário se preparou com antecedência, mediu cada movimento, entrou em campo estrategicamente prevenido, com tarefas divididas e o candidato dono da própria autonomia.
E o PT? Uma babel de comandantes desconectados na dependência de Lula até para administrar vontades de diretórios regionais, com Dilma ainda desconfortável no figurino de candidata.
O presidente estava certo de que dominava o terreno, mas ao se abrirem os trabalhos deparou-se com um cenário inesperado. Onde imaginava que haveria a discórdia - em Minas - fez-se a unidade.
Onde acreditou que haveria espaço para a dicotomia de um plebiscito sem nuances por falta de discurso da oposição, o adversário propõe uma pauta à qual a cada dia acrescenta um assunto diferente.
Onde esperava estabelecer a guerra na base do "nós contra eles" o oponente construiu uma barreira já no início recusando a proposta de maneira explícita e em seguida aproveitando todas as chances para amenizar o tom como quem diz "não quero briga".
Ocorre, porém, que o susto inicial não representa necessariamente a regra do jogo todo. Inclusive porque surpresa por definição dá e passa.
Em tese, o fato de Lula ter sido surpreendido por não poder combater à sombra como gostaria não quer dizer que não possa fazê-lo ao sol. E até sob forte temporal se preciso for.
Imã. Da cúpula do PMDB partiu um alerta ao comando do PT sobre a relação do senador Francisco Dornelles com o PSDB. Nada tem a ver com o lugar de vice de José Serra.
A preocupação é com o papel que o sobrinho de Tancredo Neves e tio de Aécio possa vir a ter na articulação de adesões governistas à candidatura oposicionista.
Os peemedebistas lembraram aos petistas que foi assim, pescando na seara alheia, que Tancredo conseguiu votos para se eleger presidente no colégio eleitoral em 1985.
Água nova brotando. Chico Buarque declarou voto em Dilma Roussef. Quem sabe não serve de incentivo à retomada da participação dos artistas na política.
Uma renovada de ares no ambiente é salutar e, sobretudo, necessária para tentar injetar um pouco de ânimo criativo onde reina a mesmice e a autorreferência. Faria um bem danado ao processo.
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