Nasci em Recife, Pernambuco em 1953. Vivo no Rio de Janeiro, desde maio de 1965, tinha 11 anos de idade. O que provocou essa minha vinda para o Rio de Janeiro, foi o Golpe Militar de 1964. O meu falecido pai, Américo Pinheiro, na época, dirigente do Partido Comunista Brasileiro, em Recife teve que deixar a cidade, como tantos outros, clandestinamente, fugindo da forte repressão que se abateu sobre os militantes de esquerda, naquele estado, em especial aos militantes do antigo PCB.
Lembro-me de uma imagem que me ficou marcada: dos livros e documentos do partido sendo queimados, no quintal de casa, pela minha irmã mais velha, para que não houvesse pistas.
Apesar de muito jovem, naquela, época, conheci vários amigos, lideranças políticas, históricas, companheiros do meu pai, que freqüentaram nossa casa, na Rua Imperial, bairro de São José. Entre ele estavam Miguel Arraes, Luiz Carlos Prestes, Gregorio Bezerra, Gildo Guerra, o poeta Ascênsio Ferreira, Joacir Castro, Gilvan Cavalcanti, Graziela, Adalgisa Cavalcante, Carlos Duarte, Pelopidas da Silveira, Luiz Mendonça, José Leite, Davi Capristano, Hiran Pereira, os dois últimos, marcantes figuras que meu pai lembrava com carinho, desaparecidos de forma covarde.
Recordo-me, também, do pessoal do Serviço Social Contra o Mocambo projeto do governo Arraes, o qual meu pai era ligado, das aulas que minha irmã dava, de alfabetização, para trabalhadores, pelo método Paulo Freire, no bairro pobre do Coque. Do Movimento de Cultura Popular e da peça Incelênça que assisti no Teatro Santa Izabel.
Lembro-me, também, de um encontro no teatro do Parque, quando foi homenageada a mãe de Guevara. Lembro-me das campanhas de Cid Sampaio e Miguel Arrais e das caminhadas entusiasmadas que meu pai organizava pelas ruas de São José.
O governo militar interferiu na minha trajetória de vida, ao mesmo tempo, em que me fez amadurecer com a clandestinidade que fui obrigado a conviver, ainda, menino, sempre com receio que meu querido pai caísse na mão dos militares. O partido foi fundamental para minha formação enquanto cidadão.
Em minha casa, no Rio, na época, localizada no bairro de Anchieta, onde vivia clandestinamente, o meu pai junto com a família, era abrigo do jornal, também clandestino, do Partido, chamado Voz Operaria. Era deixado, mensalmente, pelo Ivo Valença, antigo quadro do partido, já falecido. Posteriormente, o jornal era recolhido e distribuído para todo o país.
Meu pai usava um nome fictício para circular e conviver no bairro. Passavam por lá às vezes o Amaro Valentim e o Osório, um velho líder portuário. Nesses encontros, faziam, juntos, as tradicionais avaliações de conjuntura.
Através dessas lembranças, sinto como o partido foi fundamental para minha formação e a melhor das heranças. Meu nome Rosemberg é uma homenagem ao casal alemão Rosemberg condenados a morte em 1953, acusados de espionagem pró União Soviética, As minhas irmãs chamam-se Olga, Anita Leocádia e Lenina. Hoje somos defensores da democracia como valor universal.
Lembro-me de uma imagem que me ficou marcada: dos livros e documentos do partido sendo queimados, no quintal de casa, pela minha irmã mais velha, para que não houvesse pistas.
Apesar de muito jovem, naquela, época, conheci vários amigos, lideranças políticas, históricas, companheiros do meu pai, que freqüentaram nossa casa, na Rua Imperial, bairro de São José. Entre ele estavam Miguel Arraes, Luiz Carlos Prestes, Gregorio Bezerra, Gildo Guerra, o poeta Ascênsio Ferreira, Joacir Castro, Gilvan Cavalcanti, Graziela, Adalgisa Cavalcante, Carlos Duarte, Pelopidas da Silveira, Luiz Mendonça, José Leite, Davi Capristano, Hiran Pereira, os dois últimos, marcantes figuras que meu pai lembrava com carinho, desaparecidos de forma covarde.
Recordo-me, também, do pessoal do Serviço Social Contra o Mocambo projeto do governo Arraes, o qual meu pai era ligado, das aulas que minha irmã dava, de alfabetização, para trabalhadores, pelo método Paulo Freire, no bairro pobre do Coque. Do Movimento de Cultura Popular e da peça Incelênça que assisti no Teatro Santa Izabel.
Lembro-me, também, de um encontro no teatro do Parque, quando foi homenageada a mãe de Guevara. Lembro-me das campanhas de Cid Sampaio e Miguel Arrais e das caminhadas entusiasmadas que meu pai organizava pelas ruas de São José.
O governo militar interferiu na minha trajetória de vida, ao mesmo tempo, em que me fez amadurecer com a clandestinidade que fui obrigado a conviver, ainda, menino, sempre com receio que meu querido pai caísse na mão dos militares. O partido foi fundamental para minha formação enquanto cidadão.
Em minha casa, no Rio, na época, localizada no bairro de Anchieta, onde vivia clandestinamente, o meu pai junto com a família, era abrigo do jornal, também clandestino, do Partido, chamado Voz Operaria. Era deixado, mensalmente, pelo Ivo Valença, antigo quadro do partido, já falecido. Posteriormente, o jornal era recolhido e distribuído para todo o país.
Meu pai usava um nome fictício para circular e conviver no bairro. Passavam por lá às vezes o Amaro Valentim e o Osório, um velho líder portuário. Nesses encontros, faziam, juntos, as tradicionais avaliações de conjuntura.
Através dessas lembranças, sinto como o partido foi fundamental para minha formação e a melhor das heranças. Meu nome Rosemberg é uma homenagem ao casal alemão Rosemberg condenados a morte em 1953, acusados de espionagem pró União Soviética, As minhas irmãs chamam-se Olga, Anita Leocádia e Lenina. Hoje somos defensores da democracia como valor universal.
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