DEU EM O GLOBO
Eventos terão R$ 1,72 milhão de patrocínio de estatais como CEF e PetrobrasDepois de sete anos de governo sem ter ido aos eventos do 1° de Maio das centrais sindicais, o presidente Lula confirmou presença hoje em todos eles, em São Paulo, sempre acompanhado de sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff. As festas de CUT, Força Sindical e outras centrais receberão R$ 1,72 milhão de recursos públicos, de estatais como Petrobras, BB, CEF, BNDES, Eletrobras e Infraero. Pela legislação, como os eventos são patrocinados com dinheiro público, não pode haver propaganda eleitoral. Mas ontem, no seminário de abertura do “1ode Maio Latino-Americano” da CUT, o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu, do PT, utilizou o palanque para promover a candidatura de Dilma e atacar duramente seu principal adversário, o tucano José Serra. Em assembleia geral marcada para junho, as centrais planejam declarar o apoio conjunto inédito a Dilma.
Festa com Dilma e verba pública
Pela primeira vez, Lula irá ao 1° de Maio das centrais sindicais e levará sua candidata
Leila Suwwan - SÃO PAULO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de sua pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff, participa hoje, pela primeira vez em oito anos de governo, das três festas do 1ode Maio das centrais sindicais em São Paulo. Os eventos serão patrocinados com R$ 1,72 milhão de verba pública.
Com os adversários distantes neste feriado, os atos planejados por CUT, Força Sindical, CGTB, CTB, UGT e Nova Força têm tudo para virar showmícios — as entidades planejam declarar apoio conjunto inédito a Dilma na assembléia geral de junho. Dilma e Lula terminam o dia na celebração do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da qual Lula tradicionalmente participa e que não tem patrocínio externo.
Ontem, no seminário de abertura do “1ode Maio Latino-Americano”, da CUT, o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu (PT) usou o palanque para promover a campanha petista e difamar o précandidato José Serra (PSDB), numa prévia do tom do evento.
Segundo os organizadores, o orçamento é R$ 1,3 milhão.
Desse total, R$ 950 mil (73%) são bancados por patrocínios de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica (R$ 300 mil), BNDES, Eletrobrás e Infraero. O único patrocinador privado é a Braskem (grupo Odebrecht).
Ao contrário de 2009, quando a CUT reduziu seu “1ode Maio” e não recebeu patrocínio, neste ano o festejo inclui shows, mostra fotográfica e feira gastronômica.
Os pré-candidatos petistas ao governo de São Paulo e ao Senado, Aloizio Mercadante e Marta Suplicy, também subirão ao palco, onde receberão com Dilma a “Plataforma da CUT para as Eleições 2010”.
— A disputa do pré-sal também nos divide entre a direita e a esquerda: Serra de um lado e nós de outro. Ele já se colocou. Não é só contra o BNDES.
É contra o Mercosul e contra o pré-sal — disse Dirceu, em palestra sobre a América Latina. Adiante, voltou a citar as eleições. — A palavra de ordem dos tucanos é que o maior problema do Brasil é o aumento de salário e a queda do desemprego, porque isso vai trazer inflação. Isso é que temos de dizer para o povo na eleição. O discurso deles é: menos aumento salarial, menos emprego e menos crescimento. O nosso é: o Brasil é capaz de crescer, superar gargalos e evitar a inflação.
Segundo o coordenador do “1ode Maio” e presidente da CUT-SP, Adi da Silva, a entidade tem uma política específica de patrocínios: — Em 2009 foi uma festa menor, não só pela crise, mas pela decisão de evitar patrocínio de empresas privadas.
A festa da Força Sindical, em conjunto com a CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), contará com o tradicional sorteio de carros e apartamento, e mais de 30 shows. O evento da Força sempre reúne mais de um milhão de trabalhadores na Praça Campo de Bagatelle, Zona Norte.
O orçamento da Força-CGTB é de R$ 2,5 milhões, dizem os organizadores.
Desse valor, R$ 200 mil são da Caixa; R$ 350 mil, de Petrobras e Banco do Brasil. O resto é de empresas privadas como Bradesco, Brahma, General Motors, Casas Bahia e Nestlé.
Além do prefeito Gilberto Kassab (DEM), que também teria confirmado presença na CUT, a Força anunciou presença do pré-candidato tucano ao governo, Geraldo Alckmin. Para o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalvez, não haverá constrangimento políticos: — Não haverá problema algum.
A terceira festa das centrais a ser visitada por Lula e Dilma é o “1° de Maio Unificado”, da UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e Nova Força. O material promocional prevê bandeiras como redução da jornada semanal e fim do fator previdenciário.
Do R$ 1,5 milhão para os shows e atos de hoje, R$ 260 mil foram pagos por Petrobras, Banco do Brasil e Caixa.
Outras 15 empresas privadas deram patrocínio. Há menção ao apoio institucional do governo de São Paulo.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) informou os valores dos patrocínios avaliados pelo Comitê de Patrocínios e disse que a eventual politização “extrapola” suas competências. “São eventos recorrentes, consolidados dentro do calendário nacional e patrocinados há mais de dez anos pelas empresas públicas.
Contam com público expressivo, o que garante ampla visibilidade”, disse a Secom, em nota ao GLOBO.
Eventos terão R$ 1,72 milhão de patrocínio de estatais como CEF e PetrobrasDepois de sete anos de governo sem ter ido aos eventos do 1° de Maio das centrais sindicais, o presidente Lula confirmou presença hoje em todos eles, em São Paulo, sempre acompanhado de sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff. As festas de CUT, Força Sindical e outras centrais receberão R$ 1,72 milhão de recursos públicos, de estatais como Petrobras, BB, CEF, BNDES, Eletrobras e Infraero. Pela legislação, como os eventos são patrocinados com dinheiro público, não pode haver propaganda eleitoral. Mas ontem, no seminário de abertura do “1ode Maio Latino-Americano” da CUT, o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu, do PT, utilizou o palanque para promover a candidatura de Dilma e atacar duramente seu principal adversário, o tucano José Serra. Em assembleia geral marcada para junho, as centrais planejam declarar o apoio conjunto inédito a Dilma.
Festa com Dilma e verba pública
Pela primeira vez, Lula irá ao 1° de Maio das centrais sindicais e levará sua candidata
Leila Suwwan - SÃO PAULO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de sua pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff, participa hoje, pela primeira vez em oito anos de governo, das três festas do 1ode Maio das centrais sindicais em São Paulo. Os eventos serão patrocinados com R$ 1,72 milhão de verba pública.
Com os adversários distantes neste feriado, os atos planejados por CUT, Força Sindical, CGTB, CTB, UGT e Nova Força têm tudo para virar showmícios — as entidades planejam declarar apoio conjunto inédito a Dilma na assembléia geral de junho. Dilma e Lula terminam o dia na celebração do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da qual Lula tradicionalmente participa e que não tem patrocínio externo.
Ontem, no seminário de abertura do “1ode Maio Latino-Americano”, da CUT, o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu (PT) usou o palanque para promover a campanha petista e difamar o précandidato José Serra (PSDB), numa prévia do tom do evento.
Segundo os organizadores, o orçamento é R$ 1,3 milhão.
Desse total, R$ 950 mil (73%) são bancados por patrocínios de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica (R$ 300 mil), BNDES, Eletrobrás e Infraero. O único patrocinador privado é a Braskem (grupo Odebrecht).
Ao contrário de 2009, quando a CUT reduziu seu “1ode Maio” e não recebeu patrocínio, neste ano o festejo inclui shows, mostra fotográfica e feira gastronômica.
Os pré-candidatos petistas ao governo de São Paulo e ao Senado, Aloizio Mercadante e Marta Suplicy, também subirão ao palco, onde receberão com Dilma a “Plataforma da CUT para as Eleições 2010”.
— A disputa do pré-sal também nos divide entre a direita e a esquerda: Serra de um lado e nós de outro. Ele já se colocou. Não é só contra o BNDES.
É contra o Mercosul e contra o pré-sal — disse Dirceu, em palestra sobre a América Latina. Adiante, voltou a citar as eleições. — A palavra de ordem dos tucanos é que o maior problema do Brasil é o aumento de salário e a queda do desemprego, porque isso vai trazer inflação. Isso é que temos de dizer para o povo na eleição. O discurso deles é: menos aumento salarial, menos emprego e menos crescimento. O nosso é: o Brasil é capaz de crescer, superar gargalos e evitar a inflação.
Segundo o coordenador do “1ode Maio” e presidente da CUT-SP, Adi da Silva, a entidade tem uma política específica de patrocínios: — Em 2009 foi uma festa menor, não só pela crise, mas pela decisão de evitar patrocínio de empresas privadas.
A festa da Força Sindical, em conjunto com a CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), contará com o tradicional sorteio de carros e apartamento, e mais de 30 shows. O evento da Força sempre reúne mais de um milhão de trabalhadores na Praça Campo de Bagatelle, Zona Norte.
O orçamento da Força-CGTB é de R$ 2,5 milhões, dizem os organizadores.
Desse valor, R$ 200 mil são da Caixa; R$ 350 mil, de Petrobras e Banco do Brasil. O resto é de empresas privadas como Bradesco, Brahma, General Motors, Casas Bahia e Nestlé.
Além do prefeito Gilberto Kassab (DEM), que também teria confirmado presença na CUT, a Força anunciou presença do pré-candidato tucano ao governo, Geraldo Alckmin. Para o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalvez, não haverá constrangimento políticos: — Não haverá problema algum.
A terceira festa das centrais a ser visitada por Lula e Dilma é o “1° de Maio Unificado”, da UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e Nova Força. O material promocional prevê bandeiras como redução da jornada semanal e fim do fator previdenciário.
Do R$ 1,5 milhão para os shows e atos de hoje, R$ 260 mil foram pagos por Petrobras, Banco do Brasil e Caixa.
Outras 15 empresas privadas deram patrocínio. Há menção ao apoio institucional do governo de São Paulo.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) informou os valores dos patrocínios avaliados pelo Comitê de Patrocínios e disse que a eventual politização “extrapola” suas competências. “São eventos recorrentes, consolidados dentro do calendário nacional e patrocinados há mais de dez anos pelas empresas públicas.
Contam com público expressivo, o que garante ampla visibilidade”, disse a Secom, em nota ao GLOBO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário