DEU EM O GLOBO
Petista diz que atitude não é de quem quer ser estadista. Governo boliviano vai se pronunciar
GRAMADO (RS). O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, sustentou ontem as afirmações, feitas anteontem no Rio, de que o governo boliviano é conivente com a entrada de cocaína no Brasil, já que de 80% a 90% da droga viriam do país vizinho. Ele disse que é "impossível" que o governo boliviano não saiba das remessas de drogas feitas para o Brasil.
- Não há nada para reavaliar. A maior parte da cocaína no Brasil vem da Bolívia. Vocês já ouviram falar de algum controle do governo boliviano em relação ao contrabando? Eu nunca ouvi falar - disse ontem Serra.
O ex-governador paulista afirmou ainda que reconhece a soberania da Bolívia, mas que o Brasil precisa de uma "ação diplomática decidida e pública" para estancar o tráfico de drogas via Bolívia.
A pré-candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, também em Gramado, criticou as declarações do adversário. Dilma disse que a afirmação não é atitude "de quem quer ser estadista". Ela disse que não concorda com a demonização que se faz de um país como a Bolívia e que é preciso "um padrão diferente de relacionamento" na América Latina.
- Não podemos ser um país desenvolvido cercado de miseráveis. Não podemos desprezar os vizinhos e olhar com soberba para quem é diferente de nós. Essa política que leva à guerra, aos conflitos e ao desprezo por povos diferentes de nós - disse Dilma, sendo muito aplaudida.
Vice-ministro boliviano: busca de simpatia dos EUA
O ministro do Interior boliviano, Sacha Llorenti, responsável pelo controle de drogas, anunciou que a Chancelaria vai se pronunciar sobre o tema.
- O senhor Serra queria ganhar a simpatia dos Estados Unidos e, então, acusa todos de serem narcotraficantes - disse o vice-ministro do Interior, Gustavo Torrico.
O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República e um dos coordenadores da campanha de Dilma, Marco Aurélio Garcia, ironizou as declarações de Serra, afirmando que o pré-candidato "está tentando ser o exterminador do futuro da política externa".
(Clarissa Barreto, especial para O GLOBO, e Fabiana Ribeiro com agências internacionais)
Petista diz que atitude não é de quem quer ser estadista. Governo boliviano vai se pronunciar
GRAMADO (RS). O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, sustentou ontem as afirmações, feitas anteontem no Rio, de que o governo boliviano é conivente com a entrada de cocaína no Brasil, já que de 80% a 90% da droga viriam do país vizinho. Ele disse que é "impossível" que o governo boliviano não saiba das remessas de drogas feitas para o Brasil.
- Não há nada para reavaliar. A maior parte da cocaína no Brasil vem da Bolívia. Vocês já ouviram falar de algum controle do governo boliviano em relação ao contrabando? Eu nunca ouvi falar - disse ontem Serra.
O ex-governador paulista afirmou ainda que reconhece a soberania da Bolívia, mas que o Brasil precisa de uma "ação diplomática decidida e pública" para estancar o tráfico de drogas via Bolívia.
A pré-candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, também em Gramado, criticou as declarações do adversário. Dilma disse que a afirmação não é atitude "de quem quer ser estadista". Ela disse que não concorda com a demonização que se faz de um país como a Bolívia e que é preciso "um padrão diferente de relacionamento" na América Latina.
- Não podemos ser um país desenvolvido cercado de miseráveis. Não podemos desprezar os vizinhos e olhar com soberba para quem é diferente de nós. Essa política que leva à guerra, aos conflitos e ao desprezo por povos diferentes de nós - disse Dilma, sendo muito aplaudida.
Vice-ministro boliviano: busca de simpatia dos EUA
O ministro do Interior boliviano, Sacha Llorenti, responsável pelo controle de drogas, anunciou que a Chancelaria vai se pronunciar sobre o tema.
- O senhor Serra queria ganhar a simpatia dos Estados Unidos e, então, acusa todos de serem narcotraficantes - disse o vice-ministro do Interior, Gustavo Torrico.
O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República e um dos coordenadores da campanha de Dilma, Marco Aurélio Garcia, ironizou as declarações de Serra, afirmando que o pré-candidato "está tentando ser o exterminador do futuro da política externa".
(Clarissa Barreto, especial para O GLOBO, e Fabiana Ribeiro com agências internacionais)
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