sexta-feira, 28 de maio de 2010

Lula desconsidera as consequências de sua diplomacia

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Denise Chrispim Marin

Ao declarar que os EUA mantêm "divergência séria" com o Brasil, Hillary Clinton alertou para os custos da insistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em se opor à aprovação de novas sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU.

Divergências não chegam a ser nocivas para as relações entre duas nações sensatas, mas desta vez o Brasil passou dos limites. Os EUA já haviam dito que não desistiriam de novas sanções enquanto o Irã não parasse de enriquecer urânio.

Para Brasil e Turquia, essa condição é irrelevante e indesejável. Neste momento, incomoda a Casa Branca o desafio que Lula tomou para si: abortar a aprovação das sanções contra Teerã na ONU.

Enquanto Barack Obama busca um canal legítimo para tratar a questão, mesmo sob o risco de ver o Congresso aprovando sanções unilaterais e seu partido castigado nas eleições de novembro, a diplomacia presidencial de Lula avança com ambições de fazer história, com motivações eleitorais e desprendimento das consequências que trará ao País.

É jornalista

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