DEU EM O GLOBO
Pré-candidato do PSDB ocupa boa parte de horário político, mesmo antes do início oficial da campanha na TV
Tatiana Farah e Sergio Roxo
SÃO PAULO. O pré-candidato do PSDB a presidente, José Serra, estrelou ontem o programa político do PPS na TV ocupando mais tempo no horário destinado ao partido do que os políticos da legenda. Serra apareceu em diversas cenas gravadas em convenções do PPS desde o ano passado, uma delas com a participação de integrantes do PV, que ontem oficializou a candidatura da senadora Marina Silva à Presidência. Mesmo sem ter o PV como aliado na coligação presidencial tucana, o PPS aproveitou as imagens e incluiu declarações do candidato verde ao governo do Rio, Fernando Gabeira.
Embora critique o governo e o PT por propaganda antecipada, o PPS usou até o slogan da pré-campanha de Serra à Presidência: — Meus amigos e minhas amigas, o Brasil pode mais — disse o tucano, sob aplausos na convenção do PPS, em abril passado, exibida no programa.
O DEM usou o mesmo expediente do PPS em seu programa político, no fim do mês passado, e cedeu seu espaço para Serra, que apareceu duas vezes no vídeo. O mesmo fizera o PT com a pré-candidata Dilma Rousseff.
Tucano volta a falar sobre combate às drogas
No programa, Serra falou sobre emprego e a questão do combate às drogas. Chamou o tráfico de entorpecentes de “praga nacional” e disse que o país precisa de “mais clínicas e programas de recuperação”.
— Qual pai, qual mãe de família não se sente ameaçado pela violência, pelo tráfico, pela difusão do uso de drogas? As drogas são hoje uma praga nacional. E aqui também o governo tem de investir em clínicas, em programas de recuperação.
Não se pode ser tolerante com os traficantes da morte — disse Serra.
O ex-presidente Itamar Franco e o presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (PE), também apareceram no programa, assim como o deputado Fernando Coruja (RS), autor do projeto Ficha Limpa, e a subprefeita da Lapa, em São Paulo e ex-apresentadora de TV, Soninha Francine.
Para finalizar o horário político, o PPS fez sua crítica mais pesada ao governo Lula, tachando o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como programa fictício.
Expectativa em torno do discurso da convenção
O desenvolvimento do país deve ser o ponto central do discurso de José Serra no lançamento de sua candidatura a presidente na convenção do PSDB, amanhã em Salvador, apostam os aliados. Na précampanha, o tucano frisou que, caso eleito, quer ser reconhecido como o “presidente da produção”. O pronunciamento deve destacar o desenvolvimento como fonte de novos empregos.
O próprio Serra está redigindo o texto e não tem compartilhado detalhes nem com assessores próximos. O ex-governador não quer estragar o impacto da sua fala na convenção. Aliados acreditam que a questão ética voltará a ser lembrada, cutucando os petistas de forma indireta, como aconteceu nos discursos em que se despediu do governo de São Paulo, no final de março, e no lançamento da pré-candidatura em Brasília.
— O discurso deve ter coerência com temas abordados antes (na saída do governo e no lançamento da pré-candidatura), mas o clima será outro — aposta o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), coordenador da campanha.
Há dúvida se o tucano manterá o tom mais forte nas críticas ao governo Lula, como vem fazendo desde que as pesquisas apontaram empate entre ele e Dilma Rousseff (PT) na liderança da corrida presidencial.
O candidato deve lembrar sua trajetória, desde a infância no bairro operário da Mooca, na capital paulista, passando pelo exílio, até os cargos públicos que ocupou à frente do Ministério da Saúde, no mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e no Governo do Estado de São Paulo. Para os aliados de Serra, os programas sociais relacionados a criação de empregos também devem ganhar destaque na apresentação da campanha. O pré-candidato ratificaria o compromisso de ligar o ensino técnico ao Bolsa Família.
Outro ponto citado será a questão da segurança pública, com destaque para a necessidade de se criar um ministério para a área. A experiência como ministro da saúde como sempre deve ser uma das credenciais apresentadas pelo pré-candidato. Nas entrevistas recentes, Serra tem insistido na importância de investir em ambulatórios médicos em todo território nacional, nos moldes dos existentes em São Paulo.
Pré-candidato do PSDB ocupa boa parte de horário político, mesmo antes do início oficial da campanha na TV
Tatiana Farah e Sergio Roxo
SÃO PAULO. O pré-candidato do PSDB a presidente, José Serra, estrelou ontem o programa político do PPS na TV ocupando mais tempo no horário destinado ao partido do que os políticos da legenda. Serra apareceu em diversas cenas gravadas em convenções do PPS desde o ano passado, uma delas com a participação de integrantes do PV, que ontem oficializou a candidatura da senadora Marina Silva à Presidência. Mesmo sem ter o PV como aliado na coligação presidencial tucana, o PPS aproveitou as imagens e incluiu declarações do candidato verde ao governo do Rio, Fernando Gabeira.
Embora critique o governo e o PT por propaganda antecipada, o PPS usou até o slogan da pré-campanha de Serra à Presidência: — Meus amigos e minhas amigas, o Brasil pode mais — disse o tucano, sob aplausos na convenção do PPS, em abril passado, exibida no programa.
O DEM usou o mesmo expediente do PPS em seu programa político, no fim do mês passado, e cedeu seu espaço para Serra, que apareceu duas vezes no vídeo. O mesmo fizera o PT com a pré-candidata Dilma Rousseff.
Tucano volta a falar sobre combate às drogas
No programa, Serra falou sobre emprego e a questão do combate às drogas. Chamou o tráfico de entorpecentes de “praga nacional” e disse que o país precisa de “mais clínicas e programas de recuperação”.
— Qual pai, qual mãe de família não se sente ameaçado pela violência, pelo tráfico, pela difusão do uso de drogas? As drogas são hoje uma praga nacional. E aqui também o governo tem de investir em clínicas, em programas de recuperação.
Não se pode ser tolerante com os traficantes da morte — disse Serra.
O ex-presidente Itamar Franco e o presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (PE), também apareceram no programa, assim como o deputado Fernando Coruja (RS), autor do projeto Ficha Limpa, e a subprefeita da Lapa, em São Paulo e ex-apresentadora de TV, Soninha Francine.
Para finalizar o horário político, o PPS fez sua crítica mais pesada ao governo Lula, tachando o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como programa fictício.
Expectativa em torno do discurso da convenção
O desenvolvimento do país deve ser o ponto central do discurso de José Serra no lançamento de sua candidatura a presidente na convenção do PSDB, amanhã em Salvador, apostam os aliados. Na précampanha, o tucano frisou que, caso eleito, quer ser reconhecido como o “presidente da produção”. O pronunciamento deve destacar o desenvolvimento como fonte de novos empregos.
O próprio Serra está redigindo o texto e não tem compartilhado detalhes nem com assessores próximos. O ex-governador não quer estragar o impacto da sua fala na convenção. Aliados acreditam que a questão ética voltará a ser lembrada, cutucando os petistas de forma indireta, como aconteceu nos discursos em que se despediu do governo de São Paulo, no final de março, e no lançamento da pré-candidatura em Brasília.
— O discurso deve ter coerência com temas abordados antes (na saída do governo e no lançamento da pré-candidatura), mas o clima será outro — aposta o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), coordenador da campanha.
Há dúvida se o tucano manterá o tom mais forte nas críticas ao governo Lula, como vem fazendo desde que as pesquisas apontaram empate entre ele e Dilma Rousseff (PT) na liderança da corrida presidencial.
O candidato deve lembrar sua trajetória, desde a infância no bairro operário da Mooca, na capital paulista, passando pelo exílio, até os cargos públicos que ocupou à frente do Ministério da Saúde, no mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e no Governo do Estado de São Paulo. Para os aliados de Serra, os programas sociais relacionados a criação de empregos também devem ganhar destaque na apresentação da campanha. O pré-candidato ratificaria o compromisso de ligar o ensino técnico ao Bolsa Família.
Outro ponto citado será a questão da segurança pública, com destaque para a necessidade de se criar um ministério para a área. A experiência como ministro da saúde como sempre deve ser uma das credenciais apresentadas pelo pré-candidato. Nas entrevistas recentes, Serra tem insistido na importância de investir em ambulatórios médicos em todo território nacional, nos moldes dos existentes em São Paulo.
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