DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Na gestão de Luciano Coutinho, banco tornou-se peça fundamental da política econômica, mas empréstimos a grandes grupos nacionais têm gerado polêmica
Fernando Dantas / RIO
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) passou por uma mudança radical no governo Lula e tornou-se peça central da atual política econômica. Uma das principais decisões do próximo presidente, em termos de formulação de política econômica, é a de dar continuidade ou não à política de agigantamento do BNDES e ao seu papel atual de promover a consolidação e a internacionalização dos grandes grupos empresariais brasileiros.
Os números deixam claro que a grande guinada do BNDES no fim do governo Lula tem um nome: Luciano Coutinho, atual presidente e um dos economistas brasileiros mais associados à defesa de uma vigorosa política industrial, com o Estado orientando e apoiando o setor privado. Antes de Coutinho, Lula teve três presidentes do BNDES - Carlos Lessa, Guido Mantega, o atual ministro da Fazenda, e Demian Fiocca -, que não mudaram fundamentalmente o ritmo das liberações ou a forma de atuar do banco.
Foi quando Coutinho assumiu a presidência do BNDES, em maio de 2007, que o banco começou a trilhar o caminho que levaria não só ao grande salto nos desembolsos, mas também à agressiva e polêmica política em relação aos grandes grupos nacionais. Outro ponto controverso da gestão Coutinho são os empréstimos de R$ 180 bilhões do Tesouro ao BNDES, para aumentar sua capacidade de atuação.
Os desembolsos anuais do BNDES saltaram de R$ 38,2 bilhões em 2002, último ano do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, para R$ 137,4 bilhões em 2009. Cresceram 260%, em termos nominais, ou 130% em termos reais, isto é, descontada a inflação do IPCA. Essa arrancada, porém, ocorreu principalmente a partir de 2008, quando alcançaram R$ 92,2 bilhões, já com Coutinho no comando. Até 2007, os desembolsos de R$ 64,9 bilhões eram apenas 20% superiores ao nível de 2002, corrigindo-se pela inflação. E, em 2006, em termos reais, os desembolsos de R$ 52,3 bilhões ainda estavam no mesmo nível de 2002.
Em estudo realizado no fim de 2009, o economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que quase todas as 30 maiores multinacionais brasileiras devem ao BNDES, e muitas delas têm parcelas de capital detidas pela BNDESPar, braço de participações do banco.
Na gestão de Luciano Coutinho, banco tornou-se peça fundamental da política econômica, mas empréstimos a grandes grupos nacionais têm gerado polêmica
Fernando Dantas / RIO
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) passou por uma mudança radical no governo Lula e tornou-se peça central da atual política econômica. Uma das principais decisões do próximo presidente, em termos de formulação de política econômica, é a de dar continuidade ou não à política de agigantamento do BNDES e ao seu papel atual de promover a consolidação e a internacionalização dos grandes grupos empresariais brasileiros.
Os números deixam claro que a grande guinada do BNDES no fim do governo Lula tem um nome: Luciano Coutinho, atual presidente e um dos economistas brasileiros mais associados à defesa de uma vigorosa política industrial, com o Estado orientando e apoiando o setor privado. Antes de Coutinho, Lula teve três presidentes do BNDES - Carlos Lessa, Guido Mantega, o atual ministro da Fazenda, e Demian Fiocca -, que não mudaram fundamentalmente o ritmo das liberações ou a forma de atuar do banco.
Foi quando Coutinho assumiu a presidência do BNDES, em maio de 2007, que o banco começou a trilhar o caminho que levaria não só ao grande salto nos desembolsos, mas também à agressiva e polêmica política em relação aos grandes grupos nacionais. Outro ponto controverso da gestão Coutinho são os empréstimos de R$ 180 bilhões do Tesouro ao BNDES, para aumentar sua capacidade de atuação.
Os desembolsos anuais do BNDES saltaram de R$ 38,2 bilhões em 2002, último ano do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, para R$ 137,4 bilhões em 2009. Cresceram 260%, em termos nominais, ou 130% em termos reais, isto é, descontada a inflação do IPCA. Essa arrancada, porém, ocorreu principalmente a partir de 2008, quando alcançaram R$ 92,2 bilhões, já com Coutinho no comando. Até 2007, os desembolsos de R$ 64,9 bilhões eram apenas 20% superiores ao nível de 2002, corrigindo-se pela inflação. E, em 2006, em termos reais, os desembolsos de R$ 52,3 bilhões ainda estavam no mesmo nível de 2002.
Em estudo realizado no fim de 2009, o economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que quase todas as 30 maiores multinacionais brasileiras devem ao BNDES, e muitas delas têm parcelas de capital detidas pela BNDESPar, braço de participações do banco.
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