DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Dois dias após evitar responder se poria a mão no fogo por Erenice, ela segue a tática de reação definida no Planalto
Vera Rosa
BRASÍLIA - Sete horas depois da nova estratégia traçada pelo governo para evitar mais desgaste à sua candidatura, Dilma Rousseff (PT) saiu ontem em defesa da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, e chamou de "factoide" a denúncia envolvendo o filho de sua antiga colaboradora.
"Não vou admitir qualquer tentativa de transformar problemas havidos com filhos de pessoas do governo em fatos de campanha", disse Dilma.
Dois dias após evitar responder se poria a mão no fogo por Erenice, a candidata do PT seguiu a tática de reação definida no Planalto. A estratégia, agora, consiste em acusar o candidato do PSDB, José Serra, de espionar adversários e fazer denúncias "fajutas" para "ganhar no tapetão".
Sem citar o nome de Serra, Dilma bateu na tecla da calúnia para dizer que tem sido alvo frequente de ataques sem provas. "Usar o processo eleitoral para esse tipo de conduta não é bom para o Brasil. Quem faz isso perde o respeito do povo brasileiro e perde, inclusive, trajetórias dignas construídas na política."
Israel Guerra, filho de Erenice, é acusado de fazer lobby e intermediar negócios com o governo em troca de propina. Por orientação do presidente Lula, a ministra da Casa Civil divulgou várias notas, nos últimos dias, nas quais nega todas as denúncias, pede investigações da Controladoria-Geral da União e do Ministério da Justiça e põe à disposição seu sigilo fiscal, bancário e telefônico. "Tenho absoluta certeza de que Erenice, pelo que conheço dela, se empenhará nessa apuração", insistiu Dilma, ao dizer que não se sente atingida pelo caso. "Acho essa denúncia mais um factoide."
Lula decidiu segurar a ministra - braço direito de Dilma na Casa Civil - até quando puder, sob o argumento de que é preciso evitar impacto negativo à campanha. Em conversas reservadas, porém, auxiliares do presidente admitem que ela poderá ser afastada se houver novas acusações. O termo usado no Planalto para definir a situação de Erenice é "compasso de espera".
Dilma evitou responder se a ministra terá condições de permanecer no cargo e garantiu não dar esse tipo de conselho. "Ela tem todos os requisitos para decidir como se comportar. Tem experiência, capacidade e compromisso público", comentou a candidata. "Eu não acho correto condenar uma pessoa e transformá-la em pária sem provas."
Questionada sobre a afirmação de Lula de que seria preciso "extirpar o DEM da política", Dilma se definiu como "sobrevivente de um processo de extermínio" e insinuou que a frase foi dita em sentido figurado. "Para quem falou que ia acabar com a minha raça, não dá para se queixar de nada", disse ela. Em 2005, após a crise do mensalão, integrantes do DEM afirmaram que iriam "acabar com a raça" do PT.
Dois dias após evitar responder se poria a mão no fogo por Erenice, ela segue a tática de reação definida no Planalto
Vera Rosa
BRASÍLIA - Sete horas depois da nova estratégia traçada pelo governo para evitar mais desgaste à sua candidatura, Dilma Rousseff (PT) saiu ontem em defesa da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, e chamou de "factoide" a denúncia envolvendo o filho de sua antiga colaboradora.
"Não vou admitir qualquer tentativa de transformar problemas havidos com filhos de pessoas do governo em fatos de campanha", disse Dilma.
Dois dias após evitar responder se poria a mão no fogo por Erenice, a candidata do PT seguiu a tática de reação definida no Planalto. A estratégia, agora, consiste em acusar o candidato do PSDB, José Serra, de espionar adversários e fazer denúncias "fajutas" para "ganhar no tapetão".
Sem citar o nome de Serra, Dilma bateu na tecla da calúnia para dizer que tem sido alvo frequente de ataques sem provas. "Usar o processo eleitoral para esse tipo de conduta não é bom para o Brasil. Quem faz isso perde o respeito do povo brasileiro e perde, inclusive, trajetórias dignas construídas na política."
Israel Guerra, filho de Erenice, é acusado de fazer lobby e intermediar negócios com o governo em troca de propina. Por orientação do presidente Lula, a ministra da Casa Civil divulgou várias notas, nos últimos dias, nas quais nega todas as denúncias, pede investigações da Controladoria-Geral da União e do Ministério da Justiça e põe à disposição seu sigilo fiscal, bancário e telefônico. "Tenho absoluta certeza de que Erenice, pelo que conheço dela, se empenhará nessa apuração", insistiu Dilma, ao dizer que não se sente atingida pelo caso. "Acho essa denúncia mais um factoide."
Lula decidiu segurar a ministra - braço direito de Dilma na Casa Civil - até quando puder, sob o argumento de que é preciso evitar impacto negativo à campanha. Em conversas reservadas, porém, auxiliares do presidente admitem que ela poderá ser afastada se houver novas acusações. O termo usado no Planalto para definir a situação de Erenice é "compasso de espera".
Dilma evitou responder se a ministra terá condições de permanecer no cargo e garantiu não dar esse tipo de conselho. "Ela tem todos os requisitos para decidir como se comportar. Tem experiência, capacidade e compromisso público", comentou a candidata. "Eu não acho correto condenar uma pessoa e transformá-la em pária sem provas."
Questionada sobre a afirmação de Lula de que seria preciso "extirpar o DEM da política", Dilma se definiu como "sobrevivente de um processo de extermínio" e insinuou que a frase foi dita em sentido figurado. "Para quem falou que ia acabar com a minha raça, não dá para se queixar de nada", disse ela. Em 2005, após a crise do mensalão, integrantes do DEM afirmaram que iriam "acabar com a raça" do PT.
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