DEU EM O GLOBO
O GLOBO tem acesso a e-mails em que Rubnei Quícoli pressiona Vinícius de Oliveira Castro sobre empréstimo
Fábio Fabrini e Roberto Maltchik
BRASÍLIA. Com o contrato apresentado pela empresa Capital Assessoria e Consultoria Empresarial em mãos, o empresário Rubnei Quícoli, representante da empresa EDRB, passou a ameaçar Vinícius de Oliveira Castro, então assessor de Erenice Guerra na Casa Civil, e seus parceiros de lobby, para tentar viabilizar o empréstimo no BNDES.
Embora só tenha denunciado o suposto tráfico de influência na reta final das eleições, na sucessão de e-mails enviados ao ex-assessor e a outras pessoas, entre janeiro e fevereiro, o empresário deixa claro que o escândalo era um barril de pólvora prestes a se incendiar.
O GLOBO teve acesso ontem a parte das mensagens repassadas por Quícoli. Em 2 de janeiro, dois meses após ser recebido na Casa Civil, sem uma resposta positiva, Quícoli avisa a Vinícius e aos donos da empresa que tinha encontro marcado com jornalistas e Serra (ele não deixa claro se está se referindo ao tucano José Serra). Informa que adiou a reunião para ver a postura que a Casa Civil irá tomar.
É o começo da intensa pressão exercida por e-mail. Além de Vinícius, ele se comunica com Luiz Carlos Ourofino, que também participaria das negociações.
Em vários e-mails, o empresário diz que discorda da comissão de R$ 240 mil, supostamente exigida pela Capital para azeitar o financiamento. E fixa o dia 2 de fevereiro para que Vinícius e seus companheiros obtenham sucesso junto ao BNDES.
Numa das mensagens para Ourofino, em 28 de janeiro, ele afirma: Derrubo o Coutinho e muita gente ao redor dessa Casa Civil e BNDES. E completa: Cabeças irão rolar... isso eu GARANTIUUUU (sic). A ameaça seria concretizada caso Vinícius e M.A. (iniciais de Marco Antonio, então diretor dos Correios) não dessem demonstrações claras de seu engajamento no projeto de energia. No mesmo texto, ele adverte: Não tenho nada a perder... boca para falar, eu tenho, e muito (sic) saliva.
Nos e-mails, Quícoli se refere a Vinícius como advogado da Dilma e se diz vítima de 171 (estelionato).
Promete que, em caso de recuo nas pretensões de construir a central elétrica, faria estardalhaço nos jornais.
A quatro dias de seu prazo fatal, Quícoli informa a Vinícius que não pode ficar dando explicações e fazendo reuniões com os oportunistas de plantão, querendo saber de quanto e como irão levar se houver o aporte beneficiado pela empresa.
Os dias passam, e os lobistas com acesso à Casa Civil, segundo o relato de Quícoli, não cooperam.
Em 1ode fevereiro, às 7h08m, ele marca a hora em email a Vinícius: Mantenho minha palavra até 18h de hoje, amanhã é outro dia. À noite, volta a pressionar, de forma mais incisiva. A partir de amanhã, não me falem mais sobre BNDES, usina solar e tão pouco (sic) o PT e o que nele contém.
Em alguns e-mails, o empresário cita até um suposto filho do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na trama supostamente montada com integrantes da Casa Civil.
Não permito que um MOLEQUE me ofende (sic) por ser filho do presidente do BNDES. Deveria tomar cuidado na maneira de proceder. Ontem à noite, porém, Quícoli esclareceu que chamou de filho do presidente do BNDES um homem chamado Stevam, que teria participado de reunião para tratar do contrato entre a EDRB e a Capital. Stevam, segundo Quícoli, foi apresentado como pessoa muito próxima a Coutinho, mas não é filho dele.
Coutinho disse que as denúncias são graves e mentirosas.
Sustentou que as acusações não têm pé nem cabeça, e informou que entrará com processo contra Quícoli, pedido indenização por danos morais.
Segundo o BNDES, Coutinho tem dois filhos e nenhum deles trabalha com consultoria ou tem relação com o banco.
O GLOBO tem acesso a e-mails em que Rubnei Quícoli pressiona Vinícius de Oliveira Castro sobre empréstimo
Fábio Fabrini e Roberto Maltchik
BRASÍLIA. Com o contrato apresentado pela empresa Capital Assessoria e Consultoria Empresarial em mãos, o empresário Rubnei Quícoli, representante da empresa EDRB, passou a ameaçar Vinícius de Oliveira Castro, então assessor de Erenice Guerra na Casa Civil, e seus parceiros de lobby, para tentar viabilizar o empréstimo no BNDES.
Embora só tenha denunciado o suposto tráfico de influência na reta final das eleições, na sucessão de e-mails enviados ao ex-assessor e a outras pessoas, entre janeiro e fevereiro, o empresário deixa claro que o escândalo era um barril de pólvora prestes a se incendiar.
O GLOBO teve acesso ontem a parte das mensagens repassadas por Quícoli. Em 2 de janeiro, dois meses após ser recebido na Casa Civil, sem uma resposta positiva, Quícoli avisa a Vinícius e aos donos da empresa que tinha encontro marcado com jornalistas e Serra (ele não deixa claro se está se referindo ao tucano José Serra). Informa que adiou a reunião para ver a postura que a Casa Civil irá tomar.
É o começo da intensa pressão exercida por e-mail. Além de Vinícius, ele se comunica com Luiz Carlos Ourofino, que também participaria das negociações.
Em vários e-mails, o empresário diz que discorda da comissão de R$ 240 mil, supostamente exigida pela Capital para azeitar o financiamento. E fixa o dia 2 de fevereiro para que Vinícius e seus companheiros obtenham sucesso junto ao BNDES.
Numa das mensagens para Ourofino, em 28 de janeiro, ele afirma: Derrubo o Coutinho e muita gente ao redor dessa Casa Civil e BNDES. E completa: Cabeças irão rolar... isso eu GARANTIUUUU (sic). A ameaça seria concretizada caso Vinícius e M.A. (iniciais de Marco Antonio, então diretor dos Correios) não dessem demonstrações claras de seu engajamento no projeto de energia. No mesmo texto, ele adverte: Não tenho nada a perder... boca para falar, eu tenho, e muito (sic) saliva.
Nos e-mails, Quícoli se refere a Vinícius como advogado da Dilma e se diz vítima de 171 (estelionato).
Promete que, em caso de recuo nas pretensões de construir a central elétrica, faria estardalhaço nos jornais.
A quatro dias de seu prazo fatal, Quícoli informa a Vinícius que não pode ficar dando explicações e fazendo reuniões com os oportunistas de plantão, querendo saber de quanto e como irão levar se houver o aporte beneficiado pela empresa.
Os dias passam, e os lobistas com acesso à Casa Civil, segundo o relato de Quícoli, não cooperam.
Em 1ode fevereiro, às 7h08m, ele marca a hora em email a Vinícius: Mantenho minha palavra até 18h de hoje, amanhã é outro dia. À noite, volta a pressionar, de forma mais incisiva. A partir de amanhã, não me falem mais sobre BNDES, usina solar e tão pouco (sic) o PT e o que nele contém.
Em alguns e-mails, o empresário cita até um suposto filho do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na trama supostamente montada com integrantes da Casa Civil.
Não permito que um MOLEQUE me ofende (sic) por ser filho do presidente do BNDES. Deveria tomar cuidado na maneira de proceder. Ontem à noite, porém, Quícoli esclareceu que chamou de filho do presidente do BNDES um homem chamado Stevam, que teria participado de reunião para tratar do contrato entre a EDRB e a Capital. Stevam, segundo Quícoli, foi apresentado como pessoa muito próxima a Coutinho, mas não é filho dele.
Coutinho disse que as denúncias são graves e mentirosas.
Sustentou que as acusações não têm pé nem cabeça, e informou que entrará com processo contra Quícoli, pedido indenização por danos morais.
Segundo o BNDES, Coutinho tem dois filhos e nenhum deles trabalha com consultoria ou tem relação com o banco.
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