sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Para oposição, demissão é insuficiente

DEU EM O GLOBO

Tucanos cobram mais explicações de Dilma e do governo sobre Casa Civil

Adauri Antunes Barbosa, Cristiane Jungblut e Letícia Lins

BRASÍLIA, MAUÁ (SP), BELO HORIZONTE e RECIFE. A demissão de Erenice Guerra da Casa Civil não foi considerada suficiente pela oposição, que continua cobrando explicações da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, sobre as denúncias de tráfico de influência no Planalto. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), afirmou que foi na gestão de Dilma que começaram os casos de contratos suspeitos: Eu já tinha dito que o caso de Erenice não exigia solução política. Que o caso é de polícia.

Ao longo do governo Lula, a Casa Civil tem sido um foco de perturbações permanentes.

O candidato mineiro do PSDB ao Senado, Aécio Neves, evitou atacar diretamente Dilma e Hélio Costa (que disputa o governo de Minas), mas classificou de gravíssimas as acusações: O governo e os partidos que estão lá devem ter a responsabilidade de não deixar dúvidas se pactuam ou não com esses atos descabidos muito próximos à sede do governo federal.

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a saída de Erenice é demissão pela metade. Ele manterá o requerimento à Comissão de Constituição e Justiça convocando Erenice a depor.

Não há como desvincular a atuação de Erenice de Dilma, responsável por sua nomeação e suas consequências. Ela (Dilma) está tentando se ausentar desse caso, mas não pode se esconder.

Afinal, é a mãe dessa criança.

Cabos eleitorais e Dias fizeram ontem, em Mauá (SP), uma lavagem simbólica da calçada diante do prédio onde funcionava a agência da Receita Federal, fechada desde abril.

Adeildda Ferreira Leão dos Santos funcionária do Serpro que foi emprestada à Receita em Mauá foi indiciada ontem pela Polícia Federal no inquérito que apura a quebra de sigilos fiscais de pessoas ligadas ao candidato tucano à Presidência, José Serra.

Segundo o Jornal Nacional, Adeildda admitiu, em depoimento ontem, que vendia os dados fiscais de contribuintes. Ela afirmou que a motivação era financeira e não política. A servidora disse que recebia a partir de R$ 100 por acesso. E foi indiciada por corrupção passiva. Do computador dela foram acessados, em 2009, os dados fiscais de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira e de Gregório Preciado, casado com uma prima de Serra.

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