Dilma Rousseff não quer assumir o tom de guerra contra a imprensa do governo Lula, mas isso não significa que seu relacionamento com a mídia será sempre amistoso. Pelo contrário, tende a ter seus conflitos, mais no varejo do que no atacado.
Não está nos seus planos, por exemplo, enviar o projeto de regulação da mídia ao Congresso sem consenso com os empresários do setor. Defende um debate técnico sobre o tema, sem contaminações ideológicas como no governo passado.Por outro lado, já deu sinais de que não pretende ser tolerante com aquilo que considera, em sua avaliação, erros de informação.
Lula adorava fazer críticas à mídia em seus discursos, mas dificilmente se preocupava em ficar pedindo correções de informações publicadas na imprensa. Costumava dizer que não lia jornais e chegou a proclamar que eles lhe causavam "azia".
Dilma tem estilo diferente do ex-chefe e mentor. Não deve atacar publicamente a mídia, mas como leitora detalhista de jornais e revistas fará questão de mandar recados e pedir correções do que considere equivocado.
Fazia isso na Casa Civil. Já o fez no curto período na Presidência. Recentemente, ela surpreendeu um ministro ao perguntar sobre uma reportagem publicada no dia anterior em uma revista internacional. Ela havia lido o texto em seu tablet iPad, enquanto o ministro ainda não tinha tomado conhecimento do conteúdo.
Para a equipe, a presidente tem deixado claro que detesta vazamentos de informações a jornalistas.
Na interlocução formal, até aqui Dilma deu entrevistas exclusivas apenas a jornais estrangeiros.
Sua intenção é manter contatos periódicos com grupos de jornalistas para conversas informais, o que já ocorreu. Acredita que esses tipos de encontros são mais produtivos e esclarecem melhor a imprensa. Devem ser mais frequentes que entrevistas coletivas e exclusivas.
Para assessores, ela prefere dar entrevistas temáticas -como fez no Rio, quando visitou as áreas afetadas pelas chuvas. Dilma afirma que a presidente tem de aparecer menos que seu governo. Na prática, o Planalto passou a ter frequentes briefings de ministros.
A ministra Helena Chagas (Comunicação Social) afirma que a presidente ainda não deu entrevistas coletivas além da ocorrida no Rio porque está focada em "gerenciar" o governo. "Ela não pode estar em dívida [com jornalistas] em menos de um mês [de mandato]", diz ela.
A presidente decidiu continuar com duas estratégias de comunicação de Lula: manterá o "Café com a Presidenta" e a coluna em jornais regionais, respondendo a perguntas dos leitores.
Aos que reclamam de sua baixa exposição nesse início de governo, justifica que, por enquanto, está focada no trabalho de estruturar seu governo. Só que esse era seu estilo na Casa Civil.
Está na agenda futura de Dilma conversar com os empresários do setor. Antes, seu ministro Antonio Palocci (Casa Civil) fará um contato precursor com os donos de jornais, TV e rádios, uma espécie de preparação de terreno para estreitar relações.
Afinal, além de considerar improdutivo seguir o caminho de embate com a imprensa, Dilma sabe que, nesse início de governo, não tem o respaldo popular de Lula para comprar brigas.
Tudo, porém, faz parte de um estilo de um governo que mal começou, que por enquanto recebe elogios em alguns editoriais e colunas, mas gera reclamações de jornalistas pela falta e controle no fluxo de informações. Motivo: sua equipe teme as broncas da chefe por conta de informações que ela preferia não ler na imprensa.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
Não está nos seus planos, por exemplo, enviar o projeto de regulação da mídia ao Congresso sem consenso com os empresários do setor. Defende um debate técnico sobre o tema, sem contaminações ideológicas como no governo passado.Por outro lado, já deu sinais de que não pretende ser tolerante com aquilo que considera, em sua avaliação, erros de informação.
Lula adorava fazer críticas à mídia em seus discursos, mas dificilmente se preocupava em ficar pedindo correções de informações publicadas na imprensa. Costumava dizer que não lia jornais e chegou a proclamar que eles lhe causavam "azia".
Dilma tem estilo diferente do ex-chefe e mentor. Não deve atacar publicamente a mídia, mas como leitora detalhista de jornais e revistas fará questão de mandar recados e pedir correções do que considere equivocado.
Fazia isso na Casa Civil. Já o fez no curto período na Presidência. Recentemente, ela surpreendeu um ministro ao perguntar sobre uma reportagem publicada no dia anterior em uma revista internacional. Ela havia lido o texto em seu tablet iPad, enquanto o ministro ainda não tinha tomado conhecimento do conteúdo.
Para a equipe, a presidente tem deixado claro que detesta vazamentos de informações a jornalistas.
Na interlocução formal, até aqui Dilma deu entrevistas exclusivas apenas a jornais estrangeiros.
Sua intenção é manter contatos periódicos com grupos de jornalistas para conversas informais, o que já ocorreu. Acredita que esses tipos de encontros são mais produtivos e esclarecem melhor a imprensa. Devem ser mais frequentes que entrevistas coletivas e exclusivas.
Para assessores, ela prefere dar entrevistas temáticas -como fez no Rio, quando visitou as áreas afetadas pelas chuvas. Dilma afirma que a presidente tem de aparecer menos que seu governo. Na prática, o Planalto passou a ter frequentes briefings de ministros.
A ministra Helena Chagas (Comunicação Social) afirma que a presidente ainda não deu entrevistas coletivas além da ocorrida no Rio porque está focada em "gerenciar" o governo. "Ela não pode estar em dívida [com jornalistas] em menos de um mês [de mandato]", diz ela.
A presidente decidiu continuar com duas estratégias de comunicação de Lula: manterá o "Café com a Presidenta" e a coluna em jornais regionais, respondendo a perguntas dos leitores.
Aos que reclamam de sua baixa exposição nesse início de governo, justifica que, por enquanto, está focada no trabalho de estruturar seu governo. Só que esse era seu estilo na Casa Civil.
Está na agenda futura de Dilma conversar com os empresários do setor. Antes, seu ministro Antonio Palocci (Casa Civil) fará um contato precursor com os donos de jornais, TV e rádios, uma espécie de preparação de terreno para estreitar relações.
Afinal, além de considerar improdutivo seguir o caminho de embate com a imprensa, Dilma sabe que, nesse início de governo, não tem o respaldo popular de Lula para comprar brigas.
Tudo, porém, faz parte de um estilo de um governo que mal começou, que por enquanto recebe elogios em alguns editoriais e colunas, mas gera reclamações de jornalistas pela falta e controle no fluxo de informações. Motivo: sua equipe teme as broncas da chefe por conta de informações que ela preferia não ler na imprensa.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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