A escolha, anteontem, de ACM Neto para a liderança do DEM na Câmara dos Deputados, com larga vantagem sobre o concorrente, antecipou provável vitória de seu grupo na disputa do comando do partido na convenção nacional a realizar-se no próximo mês. O que deverá reforçar o movimento do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab em direção ao PMDB de Michel Temer, como parte do objetivo de uma candidatura sua ao governo paulista em 2014 contraposta à do tucano Geraldo Alckmin, buscando reeleger-se. Objetivo cuja viabilização não se prefigura como possível por meio de alternativa distinta dos polos da política paulista, PSDB e PT – como ele procurou justificar esse movimento -, só podendo vir a ganhar competitividade sendo assumida também pelos petistas e pelo Palácio do Planalto. Este, agora, independentemente do exame de um cenário do gênero, acompanha com vivo interesse os passos de Kassab (avaliando a articulação de Temer para abrir-lhe as portas do PMDB) pelo que a adesão do prefeito representará como ganho para o governo federal e como enfraquecimento da oposição. Para Kassab, a perspectiva de derrota dos seus aliados na convenção do DEM vai inviabilizando o que buscava nela: ou dissolver o partido para fusão com o PMDB ou acertar com os novos dirigentes uma postura de concordância ou tolerância à migração dele e de parlamentares aliados para outra legenda (a peemedebista). Cabendo assinalar que tal migração – no contexto da forte queda das bancadas federais do DEM no último pleito nacional – está sendo também avaliada por outras lideranças do partido (entre as quais Raimundo Colombo, de Santa Catarina, um dos dois governadores eleitos pela legenda, segundo informação do Panorama Político, do Globo de ontem).
A outra dimensão do realinhamento partidário do prefeito de São Paulo é a de suas implicações com os projetos de José Serra. Esse realinhamento – tratado em reportagem recente do Valor, com o título “Sobrevivência política afasta Serra de Kassab” – vai retirando do ex-governador a principal base de apoio que lhe restava (após a derrota na última sucessão presidencial e a substituição no governo paulista de seu grupo pelo de Geraldo Alckmin) para o embate que trava com Aécio Neves pela liderança nacional do PSDB e da oposição. Com a perda dessa base, para desencadear tal embate Serra faz o ensaio de uma aliança anti-Aécio com Alckmin. Na qual os dois caminhariam juntos em 2014 – o indicado como candidato a presidente apoiando a candidatura do outro a governador. A aliança começaria com a eleição de Serra para a presidência do PSDB, neste primeiro semestre de 2011. Mas até o ensaio parece pouco viável em face da persistência de boas relações entre Aécio e Alckmin, como já se evidenciou no acerto entre ambos em torno da indicação dos líderes do partido e da oposição na Câmara Federal, bem como da de Tasso Jereissatti para presidente do Instituto Teotônio Vilela, que tem assento na executiva nacional. E porque uma possível nova candidatura de Alckmin ao Palácio do Planalto ou uma mais provável à reeleição não deverão ser parte de um esquema anti-Aécio.
Quanto ao relacionamento de Aécio com o DEM, cabe registrar que a corrente que vai se afirmando na luta interna partidária (com a eleição de ACM Neto para a liderança na Câmara) tem clara postura de apoio a uma candidatura presidencial do senador mineiro.
Jarbas de Holanda
A outra dimensão do realinhamento partidário do prefeito de São Paulo é a de suas implicações com os projetos de José Serra. Esse realinhamento – tratado em reportagem recente do Valor, com o título “Sobrevivência política afasta Serra de Kassab” – vai retirando do ex-governador a principal base de apoio que lhe restava (após a derrota na última sucessão presidencial e a substituição no governo paulista de seu grupo pelo de Geraldo Alckmin) para o embate que trava com Aécio Neves pela liderança nacional do PSDB e da oposição. Com a perda dessa base, para desencadear tal embate Serra faz o ensaio de uma aliança anti-Aécio com Alckmin. Na qual os dois caminhariam juntos em 2014 – o indicado como candidato a presidente apoiando a candidatura do outro a governador. A aliança começaria com a eleição de Serra para a presidência do PSDB, neste primeiro semestre de 2011. Mas até o ensaio parece pouco viável em face da persistência de boas relações entre Aécio e Alckmin, como já se evidenciou no acerto entre ambos em torno da indicação dos líderes do partido e da oposição na Câmara Federal, bem como da de Tasso Jereissatti para presidente do Instituto Teotônio Vilela, que tem assento na executiva nacional. E porque uma possível nova candidatura de Alckmin ao Palácio do Planalto ou uma mais provável à reeleição não deverão ser parte de um esquema anti-Aécio.
Quanto ao relacionamento de Aécio com o DEM, cabe registrar que a corrente que vai se afirmando na luta interna partidária (com a eleição de ACM Neto para a liderança na Câmara) tem clara postura de apoio a uma candidatura presidencial do senador mineiro.
Jarbas de Holanda
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