O IPCA, índice usado nas metas do governo, caiu ligeiramente, no mês passado, para 0,80%, contra 0,83% em janeiro. Apesar do recuo, a inflação já acumula 6,01% nos ú1timos 12 meses, preocupando economistas, pois está mais próxima do teto da meta (6,5%). Com isso, o BC deve continuar subindo juros.
IPCA tem leve recuo, para 0,80%, mas inflação ainda preocupa
EXCESSO DE VELOCIDADE: Em 12 meses, preços acumulam alta de 6,01%
Com aumento de 5,81%, o grupo educação puxou índice em fevereiro
Liana Melo
A inflação caiu ligeiramente em fevereiro, em relação a janeiro, mas ainda continua no topo das preocupações dos analistas. O IBGE informou ontem que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, usado nas metas do governo) ficou em 0,80% no mês passado, depois de uma elevação de 0,83% em janeiro. As expectativas do mercado apontavam para um índice maior, de 0,84%. Com este resultado, a inflação já acumula alta de 1,64% ao ano e de 6,01%, em 12 meses, ficando mais perto do teto da meta do governo, 6,5%.
A grande contribuição altista veio da educação, substituindo alimentação, que fora o vilão dos preços em janeiro. O aumento da educação foi de 5,81% contra 0,30% em janeiro.
Alimentos perdem fôlego e sobem só 0,23%
Se não fosse o arrefecimento dos preços dos alimentos, sobretudo os de carnes e de feijão, a inflação teria sido maior. Os preços dos alimentos saíram de 1,16%, em janeiro, para 0,23%, em fevereiro.
- Os preços dos alimentos continuam muito altos - admite a gerente do IPCA, Irene Machado, comentando que é a primeira vez, em seis meses, que o grupo alimentação registra variação menor do que 1%.
Apesar da queda da inflação em fevereiro, o economista da Máxima Asset, Elson Teles, acha que ainda é "cedo para comemorações".
- O quadro inflacionário é bastante preocupante. Os estímulos dados durante a crise talvez tenham sido muito fortes - afirmou Teles.
Ele acrescentou que será inevitável promover um desaquecimento do mercado de trabalho. Já o diretor do Instituto de Economia da UFRJ, João Sabóia, acredita que as medidas macroprudenciais adotadas pelo governo, que incluíram o aumento do compulsório dos bancos, devem surtir efeito para segurar os preços.
Há um consenso no mercado financeiro que a inflação em 2011 dificilmente ficará muito abaixo dos 6%. Mas o centro da meta perseguida pelo governo é de 4,5%.
Já Alessandra Ribeiro, sócia da consultoria Tendências, afirma que o IPCA de fevereiro não foi "nenhuma maravilha". Engrossando o coro dos que defendem alta da Selic, ela acredita que o Banco Central continuará subindo os juros básicos da economia nas próximas duas reuniões de seu Comitê de Política Monetária (Copom). Sua aposta é que a Selic fique em 12,75% ao ano em junho e perdure assim em 2012.
FONTE: O GLOBO
IPCA tem leve recuo, para 0,80%, mas inflação ainda preocupa
EXCESSO DE VELOCIDADE: Em 12 meses, preços acumulam alta de 6,01%
Com aumento de 5,81%, o grupo educação puxou índice em fevereiro
Liana Melo
A inflação caiu ligeiramente em fevereiro, em relação a janeiro, mas ainda continua no topo das preocupações dos analistas. O IBGE informou ontem que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, usado nas metas do governo) ficou em 0,80% no mês passado, depois de uma elevação de 0,83% em janeiro. As expectativas do mercado apontavam para um índice maior, de 0,84%. Com este resultado, a inflação já acumula alta de 1,64% ao ano e de 6,01%, em 12 meses, ficando mais perto do teto da meta do governo, 6,5%.
A grande contribuição altista veio da educação, substituindo alimentação, que fora o vilão dos preços em janeiro. O aumento da educação foi de 5,81% contra 0,30% em janeiro.
Alimentos perdem fôlego e sobem só 0,23%
Se não fosse o arrefecimento dos preços dos alimentos, sobretudo os de carnes e de feijão, a inflação teria sido maior. Os preços dos alimentos saíram de 1,16%, em janeiro, para 0,23%, em fevereiro.
- Os preços dos alimentos continuam muito altos - admite a gerente do IPCA, Irene Machado, comentando que é a primeira vez, em seis meses, que o grupo alimentação registra variação menor do que 1%.
Apesar da queda da inflação em fevereiro, o economista da Máxima Asset, Elson Teles, acha que ainda é "cedo para comemorações".
- O quadro inflacionário é bastante preocupante. Os estímulos dados durante a crise talvez tenham sido muito fortes - afirmou Teles.
Ele acrescentou que será inevitável promover um desaquecimento do mercado de trabalho. Já o diretor do Instituto de Economia da UFRJ, João Sabóia, acredita que as medidas macroprudenciais adotadas pelo governo, que incluíram o aumento do compulsório dos bancos, devem surtir efeito para segurar os preços.
Há um consenso no mercado financeiro que a inflação em 2011 dificilmente ficará muito abaixo dos 6%. Mas o centro da meta perseguida pelo governo é de 4,5%.
Já Alessandra Ribeiro, sócia da consultoria Tendências, afirma que o IPCA de fevereiro não foi "nenhuma maravilha". Engrossando o coro dos que defendem alta da Selic, ela acredita que o Banco Central continuará subindo os juros básicos da economia nas próximas duas reuniões de seu Comitê de Política Monetária (Copom). Sua aposta é que a Selic fique em 12,75% ao ano em junho e perdure assim em 2012.
FONTE: O GLOBO
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