segunda-feira, 18 de abril de 2011

Governo não segura dólar e inflação, mas reforça caixa

Medidas como o aumento do IOF elevam arrecadação em R$ 16 bi

O governo vai contar com um reforço extra de caixa de pelo menos R$ 16,3 bilhões com os aumentos de tributos para conter a queda do dólar e diminuir a inflação. Este valor representa quase 14% dos R$ 117,9 bilhões que a equipe econômica se comprometeu a cortar para pagar os juros da dívida pública, o chamado superávit primário. Só a medida mais recente, que elevou o imposto para operações de crédito de pessoas físicas, deve render R$ 10 bilhões em 2011 aos cofres públicos, segundo cálculos de uma consultoria. Até agora, as medidas não tiveram o efeito esperado: o dólar continua em queda, e a inflação ainda não deu trégua.

Alta de tributos eleva caixa do governo em R$16,3 bi

Mas não impede avanço da inflação e queda do dólar

Martha Beck

BRASÍLIA. A equipe econômica vai contar com um reforço de caixa de, pelo menos, R$16,3 bilhões decorrente de aumentos de tributos para cumprir sua meta fiscal de 2011. A maior parte é fruto de medidas para desacelerar a inflação e conter a entrada de dólares no país, o que teve até agora efeito limitado. O valor representa 13,8% dos R$117,9 bilhões que o governo se comprometeu a economizar para pagar juros da dívida pública (o chamado superávit primário) este ano.

Além de elevar a carga tributária de bebidas frias, o que resultará num ganho de R$948 milhões para o Tesouro, o governo vem subindo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) - somente este ano já foram quatro aumentos - para tentar conter o consumo e o derretimento do dólar.

Segundo dados da Receita Federal, a alta do IOF para as compras com cartão de crédito de pessoas físicas no exterior, por exemplo, deve dar uma arrecadação adicional de R$802 milhões. Já o IOF mais alto para investimentos estrangeiros em renda fixa renderá R$4,5 bilhões. A ação mais recente da equipe econômica - subir o imposto para operações de crédito de pessoas físicas - deve render R$10 bilhões em 2011, segundo cálculos do economista Felipe Salto, da consultoria Tendências:

- O governo está unindo o útil ao agradável. As mudanças são ainda uma forma de garantir o cumprimento da meta de superávit primário cheia em 2011 e uma tentativa de mostrar austeridade ao mercado.

FONTE: O GLOBO

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