Nenhum investimento conseguiu bater a inflação medida pelo IGP-M (2,43%) no primeiro trimestre. Mas há sinais de reversão de cenário: a Bovespa, embora esteja no negativo na avaliação anual, teve alta de 1,79% em março e ficou acima da inflação no mês (0,62%).
Inflação supera investimentos no ano
Ranking mostra que IGP-M de 2,43 % no primeiro trimestre bate todas as aplicações; em março, porém, Bovespa lidera e dólar segura a lanterna
Roberta Scrivano
Nenhum investimento conseguiu bater a inflação medida pelo IGP-M (2,43%) no primeiro trimestre do ano. Em março, porém, alguns sinais de reversão de cenário iniciados em fevereiro ganharam força. A Bovespa, embora ainda esteja no negativo na avaliação anual, somou alta de 1,79% e ficou acima da inflação no mês (0,62%).
Ainda é cedo para dizer que as ações serão um bom investimento daqui para a frente, dizem especialistas. Com a perspectiva de novos aumentos na taxa básica de juros (Selic) para conter a inflação, investimentos em renda fixa ficam ainda mais atrativos.
Para Fábio Colombo, administrador de investimentos, além dos fatores internos, os desastres no Japão e os conflitos na Líbia deixam o mercado sem rumo definido. Paulo Levy, diretor da corretora Icap, diz que a Bovespa pode começar a melhorar com vigor a partir do segundo semestre. "Até lá, veremos o mercado andar de lado, como foi até agora."
No ano, a Bovespa acumula queda de 1,04%. Parte desse recuo se deve à má performance dos papéis da mineradora Vale - que no trimestre recuaram 1,69%. As ações preferenciais da Petrobrás, no entanto, aparecem como mola de propulsão do índice com alta de 5,04% no trimestre.
"Após o terremoto e tsunami do Japão houve um aumento da preocupação com a recuperação econômica mundial", lembra o economista da LLA Investimentos, Sérgio Correia. "Depois, o mercado passou a acreditar que o Japão deve ter dois trimestres ruins e depois apresentar um crescimento maior do que se não tivesse ocorrido a tragédia", completa Correia para justificar a recuperação da bolsa brasileira neste mês.
Câmbio e ouro. Na lanterna do ranking mensal, está o dólar. Em março, a moeda perdeu 2,10% e fechou cotada a R$ 1,63, menor patamar desde agosto de 2008. A maior parte do recuo da moeda americana foi registrada na quarta-feira. A situação é boa para os turistas. Quem aplica em fundos cambiais, por outro lado, amargou fortes perdas no mês.
"Os resultados foram fracos. Mas os fundos cambiais continuam como opção para diversificação de portfólio, como uma forma de seguro para investidores com perfil conservador e moderado, com visão de longo prazo, caso o cenário continue incerto", comenta Colombo.
No ranking anual (de janeiro a março), a última posição é ocupada pelo ouro, com queda de 4,3%. No mês passado, o metal precioso mostrou estabilidade.
Conservadores. Aplicações em renda fixa - fundos de renda fixa (0,81%), Certificados de Crédito Bancário CDBs (0,72%) e fundos DI (0,71%) - também mostraram performance mensal melhor que a inflação medida pelo IGP-M. Esse é o primeiro mês do ano em que a rentabilidade dessas modalidades é melhor que o IGP-M.
"Com a inflação em alta, os fundos DI continuam com seu rendimento real prejudicado, em torno de 4% e 5% bruto ao ano", detalha Colombo.
Quem aplica em fundos deve ter atenção às taxas de administração cobradas pelos gestores, alertam os especialistas no assunto. Se a taxa de administração é alta, a caderneta de poupança passa a ser mais vantajosa que os produtos mais elaborados.
Em março, a caderneta rendeu 0,62% e, no trimestre, foi o melhor investimento, com rendimento de 2,41%. A atratividade da poupança é ainda maior para investidores que pretendem sacar o dinheiro em seis meses (por causa do imposto).
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário