Vou começar chovendo no molhado: o golpe militar de 31 de março de 1964 foi uma violência contra a democracia e o povo brasileiro, que resultou em 20 anos de ditadura militar, com cassações de mandatos, expurgo de militares e servidores públicos, prisões, arbitrárias, sequestros e assassinatos de oposicionistas.
Há que se indagar, porém, onde foi que a esquerda errou, antes e depois do golpe, e facilitou a vida dos "entreguistas" e "reacionários" que destituíram o presidente João Goulart, o Jango? O maior esforço político coletivo no sentido de encontrar essa resposta foi feito pelo PCB no seu VI Congresso, em 1967, em plena clandestinidade.
Entretanto, esse debate resultou num grande racha do antigo Partidão. Os que não concordavam com a visão da maioria do Comitê Central, traduzida no seu informe de balanço, partiram para a luta armada, num contexto de plena guerra fria.
A maioria dos dirigentes havia optado por uma linha mais moderada, de mobilização de massas e defesa das liberdades democráticas: "O centro da nossa tática é unir, organizar e mobilizar a classe operária e demais forças antiditatoriais na luta pela redemocratização do país."
Era o caminho mais curto para a democracia, uma vez que a luta armada estava fadada ao fracasso. E ainda serviria de pretexto para que os militares endurecessem ainda mais o regime. Os fatos corroboraram as teses do VI Congresso.
Foi a participação da oposição nas eleições e a mobilização popular, juntamente com crise do seu modelo econômico concentrador de renda e capital, que levaram o regime militar ao esgotamento e permitiram a eleição de Tancredo Neves em 1985, no colégio eleitoral, depois da campanha pelas Diretas Já.
A íntegra do documento citado vejam no link abaixo
FONTE:BLOG DO AZEDO
Luiz Carlos Azedo é jornalista e dirigente do PPS
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