Único expulso do PT após escândalo do mensalão, ele já tem apoio suficiente para voltar
Vera Rosa
Com a polêmica em torno do afastamento de José Eduardo Dutra, dirigentes do partido vão discutir a conveniência de pôr na pauta da reunião do Diretório Nacional, na sexta-feira e no sábado, a anistia ao ex-tesoureiro Delúbio Soares. Único expulso do PT após o escândalo do mensalão, ele já tem apoio suficiente para retornar às fileiras petistas.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ajudar Delúbio a voltar, mas avalia que o momento não é o mais adequado. Lula também está contrariado com as articulações para a substituição de Dutra e pediu a interrupção desses movimentos até sua conversa com o presidente licenciado do PT.
Em março, Delúbio já contava com o aval de 59 dos 84 integrantes do diretório e a votação sobre o seu retorno era dada como certa para o fim deste mês. Agora, o veredicto sobre apreciar ou não o perdão a Delúbio dependerá das circunstâncias políticas.
A corrente Construindo um Novo Brasil, majoritária no partido, será o fiel da balança para decidir se o assunto terá ou não novo potencial de desgaste. Oficialmente, Delúbio ainda não reapresentou o pedido de refiliação. Em 2009, o ex-tesoureiro fez a primeira tentativa de retornar ao partido porque queria ser candidato em 2010. O próprio Lula, porém, o convenceu a retirar o pedido, para não atrapalhar a candidatura de Dilma Rousseff.
Agora, a volta de Delúbio conta com a simpatia de ministros, senadores e deputados. O PT insiste em que os réus do mensalão foram injustiçados. Com esse argumento, o partido bate na tecla de que o ex-tesoureiro foi apenas operador de um modelo falido de financiamento de campanhas.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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