Encontro amanhã em São Paulo vai misturar público e líderes
Sérgio Roxo
SÃO PAULO. A ex-senadora Marina Silva quer fazer do evento em que anunciará seu desligamento do PV, amanhã, em São Paulo, um marco da nova forma de fazer política. Para isso, o encontro terá um formato diferente do que é comum nas atividades partidárias.
Em vez da mesa com autoridades de frente para a plateia, a reunião terá os líderes sentados no centro da sala, no meio do público. A palavra não ficará só com os líderes. Os participantes serão convidados a assumir o lugar central e expor o que pensam. O formato de encontro é chamado de "aquário".
Será nesse ambiente que Marina apresentará as razões para deixar o PV após um conflito de quase quatro meses com o presidente nacional da sigla, José Luiz Penna (SP), que ocupa o cargo há 12 anos. Marina exigia que o partido realizasse convenção para escolha de nova direção e aceitasse novos filiados.
- Queremos fazer algo diferente do que é comum na política tradicional - afirmou Maurício Brusadin, ex-presidente do PV de São Paulo e organizador do evento.
Mesmo com a saída da ex-senadora, parte do grupo de Marina deve continuar no PV. O objetivo é manter pessoas descontentes com o atual comando nacional do partido, incluindo parlamentares com mandato, para que elas tentem derrubar a Executiva Nacional.
Encontro segue modelo usado em empresas
O terapeuta Fábio Novo, do Movimento Marina Silva, grupo que se mobiliza pela internet para apoiar a ex-senadora desde os tempos do PT, é o responsável pela utilização do formato "aquário" na reunião:
- O objetivo é abrir um espaço para que as pessoas possam plantar a semente desse novo movimento que está surgindo.
Novo, que trabalha com coaching (treinamento para executivos), diz que o formato visa tornar o encontro dinâmico e participativo:
- É muito utilizado nas empresas nos momentos em que é necessário estimular a criatividade da equipe.
A expectativa é que Marina reúna entre 300 e 400 pessoas. O encontro deve contar com a participação do deputado federal Alfredo Sirkis (RJ) e do empresário Guilherme Leal, candidato a vice de Marina na eleição de 2010, além de integrantes do Movimento Marina Silva e de intelectuais que a apoiaram na disputa presidencial.
Não faz parte dos planos de Marina, neste momento, a criação de um novo partido. Uma nova legenda só surgiria em 2013 a partir desse movimento a ser liderado pela ex-presidenciável e que terá como bandeiras a cidadania e a sustentabilidade.
Aliados de Marina dizem que a forma de atuação do grupo não está totalmente definida, mas um dos planos é utilizar as redes sociais da internet.
FONTE: O GLOBO
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