Mesmo após convite para que sigla retorne à base de apoio, Lincoln Portela subscreve pedido
Denise Madueño
Quatro dias depois de o PR ser convidado para voltar à base de sustentação da presidente Dilma Rousseff, o líder do partido na Câmara, Lincoln Portela (MG), assinou o pedido de criação da CPI mista da Corrupção apresentado pela oposição. Com o apoio, o requerimento atingiu 120 assinaturas de deputados e 20 de senadores. Para ser criada, são necessários os apoios de 171 deputados e de 27 senadores.
O PR anunciou a saída da base em discurso na semana passada do presidente da legenda, senador Alfredo Nascimento (AM), e declarou "independência" na relação com o governo. Logo depois, em nome da presidente Dilma, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, convidou a partido a voltar para a base. Ao assinar o requerimento da oposição, ontem, Portela afirmou que o ato não significa oposição à presidente.
"Acredito no governo de Dilma Rousseff, acredito na seriedade e na competência da presidente e apoio o governo", afirmou Portela. "Eu tenho defendido uma investigação a fundo no Ministério dos Transportes e não poderia deixar de assinar a CPMI. Seria incoerente da minha parte", argumentou. O líder disse que não está orientando a sua bancada a dar apoio à criação da comissão. "Assinei a CPI como deputado que sou, consciente do meu mandato, não como líder do partido."
No PR, até agora, 16 deputados assinaram a CPI. Nenhum senador do partido, no entanto, deu o seu apoio. A bancada tem 41 deputados e 6 senadores. Desde sexta-feira passada, o PR começou uma série de conversas para avaliar o convite de Dilma para o retorno a base. "Nós tivemos uma decisão colegiada (para sair da base) e avaliada. Faremos a mesma avaliação que fizemos (para decidir sobre o convite)", disse Portela.
A CPI foi proposta pela oposição na esteira das denúncias de suposto esquema de corrupção que provocaram a chamada "faxina" da presidente. As denúncias derrubaram três ministros, até agora. Um dos ministérios mais atingidos com demissões foi o dos Transportes, que era comandado pelo senador Alfredo Nascimento, junto com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
O substituto de Nascimento, ministro Paulo Sérgio Passos é filiado ao PR. O episódio da troca no comando dos Transportes, no entanto, desagradou ao partido, que não reconhece o ministro como sua indicação.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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