quarta-feira, 28 de setembro de 2011

PPS cogita lançar candidato próprio no pleito de 2014

 Blog do Josias de Souza 

Tido pelo PSDB como aliado automático, o PPS inaugurou um debate interno sobre a possibilidade de lançar candidatura própria na sucessão presidencial de 2014.

O tema será debatido e votado em Congresso partidário marcado para os dias 9, 10 e 11 de dezembro.

Presidida pelo deputado Roberto Freire (SP), a legenda pendurou na página que mantém na internet um texto com as diretrizes que vão nortear os debates.

Foram definidas em reunião da Executiva nacional. O documento pode ser lido aqui: http://siap.pps.org.br/temp/17congresso-documentoparadebate.pdf

A menção à hipótese de lançamento de uma opção presidencial própria consta do item 2.4 (rodapé da página 5).

Nesse trecho, o PPS define-se como “partido reformista”. Anota que as mudanças são “fruto de um processo contínuo de persuasão, mobilização popular…”

Um processo de “acumulação de forças, construção de acordos e consensos.”

Algo que, segundo o texto, leva o partido a “abrir-se às demandas da cidadania” e tornar-se "também objeto das reformas.”

Por essa razão, escreve o PPS em seu documento, “já neste congresso [de dezembro], discutiremos a possibilidade de candidatura própria para presidente em 2014.”

Se a tese for materializada em decisão, será a quarta vez que o PPS oferecerá ao eleitor uma alternativa presidencial.

A primeira foi na sucessão de 1989. Ainda sob a sigla do velho PCB, a legenda foi às urnas representada por Roberto Freire.

Nas eleições de 1998 e de 2002, já rebatizado de PPS, o partido lançou a candidatura do ex-tucano Ciro Gomes, hoje filiado ao PSB.

No segundo turno de 2002, o PPS apoiou Lula, que prevaleceu sobre o tucano José Serra. Integrou o governo até 2004. Rompeu antes da explosão, em 2005, do mensalão.

Desde então, o PPS frequenta as disputas presidenciais coligado ao tucanato. Apoiou Geraldo Alckmin em 2006 e José Serra em 2010.

Para 2014, dava-se de barato que o PPS entregaria seu tempo de TV novamente a um presidenciável tucano.

O texto que embala os debates preparatórios do congresso da legenda não exclui essa possibilidade. Tampouco a menciona. Fala apenas da cogitação do nome próprio.

A novidade aparece num instante em que o PSDB organiza para outubro um seminário no qual vai tentar se repaginar, redefinindo programa e estabelecendo metas.

O repórter ouviu, na noite passada, um dirigente do PSDB. Inquirido sobre a hipótese de de uma candidatura presidencial do PPS, o grão-tucano disse: “Não creio que avance”.

O pedaço do PPS que advoga o caminho próprio parte do pressuposto de que a legenda tem a opção de vender o seu peixe sem perder nada.

A legislação atual não impõe a verticalização. Significa dizer que o partido tem liberdade para compor nos Estados alianças diferentes da coligação nacional.

Assim, mesmo com presidenciável próprio, o PPS poderia se coligar nas disputas estaduais a quem bem entendesse, inclusive ao PSDB.

Fracassando na empreitada presidencial, faria aliança num eventual segundo turno.

Por ora, são meras cogitações. Mas já constituem um problema novo para o PSDB.

FONTE BLOG DO JOSIAS SOUZA/ FOLHA.COM

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