sábado, 1 de outubro de 2011

Justiça reitera direito à greve nos Correios

Juíza diz que essencialidade da função não impede paralisação. Corte de salários é negado

Geralda Doca e Wagner Gomes*

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) negou ontem pedido de liminar dos Correios para que a Justiça suspendesse a greve da categoria por se tratar de serviço essencial. A vice-presidente do Tribunal, Maria Cristina Peduzzi, decidiu ainda que o Tribunal vai intermediar o conflito. Na próxima terça-feira, haverá uma audiência de conciliação entre as partes. Em seu despacho, a ministra destacou o direito de greve:

"Os serviços prestados pela ECT são relevantes à sociedade, mas não são considerados essenciais para os estritos fins de exercício do direito de greve."

Já o desembargador Macedo Caron, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), que engloba Brasília e Tocantins, proibiu os Correios de descontarem o salário dos trabalhadores em greve. A decisão, tomada ontem, cassa decisão da juíza substituta da 3ª Vara de Trabalho de Brasília, que autorizou o corte dos vencimentos.

A greve completou ontem 17 dias e já causou atraso em mais de 120 milhões de correspondências e encomendas. Caso as audiências de conciliação não tenham êxito, o TST arbitrará o reajuste da categoria.

Já os bancários entraram ontem no quinto dia de greve com manifestações em Rio, São Paulo, Vitória e Salvador. No Rio, cerca de oito mil pessoas participaram de uma bem-humorada passeata no Centro, em que um anão, representando o salário dos bancários, caminhava ao lado de um homem de pernas de pau, símbolo dos lucros dos bancos.

Segundo a Federação Estadual, 18.325 funcionários, ou 58% dos 32 mil, estão parados. A greve atinge 1.068 agências, mais da metade das 2.000 do estado. Em todo o país, 7.865 agências e centros administrativos não funcionaram em 25 estados e no Distrito Federal. Os bancários pedem reajuste de 12,8%, o que significa aumento real de 5%. Os bancos oferecem 8%.

(*) Com agências internacionais

FONTE: O GLOBO

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