sábado, 1 de outubro de 2011

PSD pode se tornar a maior bancada na Alerj

Com previsão de contar com 12 deputados, partido quer enfraquecer a influência de Anthony Garotinho (PR)

Juliana Castro

Com o registro concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira, o PSD pode se tornar a maior bancada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Presidente estadual do partido, Indio da Costa (ex-DEM) informou ontem ao GLOBO que a sigla deverá contar com 12 deputados estaduais, deixando para trás o PMDB e o PDT, que ficarão com 11 cada.

O mais prejudicado com o troca-troca foi o PR do ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho, que perdeu, pelo menos, quatro dos nove deputados da bancada da Assembleia. O golpe é ainda maior porque esses deputados deixam a oposição para se aliarem ao maior inimigo político de Garotinho, o governador Sérgio Cabral (PMDB).

Indio da Costa divulgou o nome de apenas oito dos 12 deputados que irão compor a bancada do PSD na Alerj, alegando que os outros quatro ainda estão oficializando a saída de seus respectivos partidos. Segundo ele, deixam o PR os evangélicos Samuel Malafaia e Fábio Silva, além de Iranildo Campos e Roberto Henriques. O PPS fica sem André Corrêa, e o PMDB perde Jorge Moreira Theodoro, o Dica. Com a saída de Graça Pereira, o DEM perde a sua única representante na Alerj, assim como o PRP, agora sem Thiago Pamplona.

O presidente estadual do PSD reconhece que existe a intenção de enfraquecer a influência de Garotinho no estado. Salienta, porém, que não está indo atrás de políticos do PR, apenas atende os descontentes que têm procurado a nova sigla.

- Atrapalhar o crescimento do Garotinho no estado é nossa estratégia. O Garotinho e a Rosinha não fizeram um bom governo. Desmontar os aliados de Garotinho faz parte da estratégia do PSD, sim - admitiu Indio da Costa, que deixou o DEM após ter sido vice na chapa de José Serra nas eleições do ano passado.

Como parte do plano, o partido deve lançar Roberto Henriques, até então aliado do ex-governador, à Prefeitura de Campos, base eleitoral da família Garotinho. A sigla também está disposta a sufocar o PR nas alianças para as disputas municipais de 2012, porque poderá fazer coligações com todos os partidos, exceto com o de Garotinho e com o DEM.

Na Câmara dos Deputados, mais quatro adesões

O PSD contabiliza também quatro adesões de deputados da bancada do Rio na Câmara dos Deputados: Arolde de Oliveira (ex-DEM), Sérgio Zveiter (ex-PDT) e Áureo (ex-PRTB). O quarto nome ainda não pode ser revelado porque está em processo de desfiliação, afirmou Indio da Costa. Áureo deve ser o candidato à Prefeitura de Macaé, e Zveiter vai disputar o posto em Niterói. Dica deve ser o candidato da legenda em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Em Nova Iguaçu, ficou decidido que o PSD vai apoiar o peemedebista Nelson Bornier.

No Rio, o presidente estadual do PSD disse que vai apoiar a reeleição do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que contará com o apoio de, pelo menos, três vereadores da legenda, segundo Indio, que divulgou apenas o nome de Carlinhos Mecânico, ex- PPS. Nas eleições de 2012, a legenda de Kassab pretende eleger entre dois e cinco vereadores no Rio, dependendo da chapa a ser montada.

O apoio do PSD ao governo Cabral e a Eduardo Paes foi acertado em jantar realizado na residência do governador há dois meses, com a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Apesar da união, Indio da Costa negou que o partido vá pedir cargos nas administrações dos dois peemedebistas:

- O PSD vai votar com o governo do estado dentro da ideologia no partido - afirmou, acrescentando:

- Quando se estabeleceu que o partido nasceria no Rio, havia uma predisposição para trabalhar juntos (com Cabral e com Paes) - finalizou Indio.

FONTE: O GLOBO

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