segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Protestos, prejuízos e prisões em 87 países

Protestos levam 269 à prisão

Fim de semana foi marcado pelas manifestações contra a crise global, que tumultuaram as ruas de 1.039 cidades em 87 países.

A onda de protestos contra a crise global no fim de semana, que atingiu 1.039 cidades em 87 países, levou à prisão pelo menos 269 pessoas nos Estados Unidos e na Europa. Ontem, a polícia de Chicago (EUA) prendeu 175 ativistas que se recusaram a deixar o Grant Park. O argumento foi de que os manifestantes violaram a ordem pública ao permanecer no local após o seu fechamento, na noite de sábado. Participantes do movimento Ocupe Wall Street, em referência à rua mais importante do mercado financeiro internacional, em Nova York, acamparam na praça central da cidade. Em todo o globo, os protestos miram no desemprego, nos bancos e nos cortes orçamentários feitos por governos como o grego e o espanhol para minimizar a crise fiscal.

Em Lisboa, mais de 100 pessoas continuaram concentradas na tarde de ontem em frente ao Parlamento, após passar a noite no local. Dois jovens que não quiseram abandonar as escadas do prédio público foram detidos pela polícia portuguesa. No sábado, as forças de segurança de Nova York haviam prendido 92 manifestantes. Em Londres, onde quase 5 mil pessoas empunharam bandeiras e faixas anteontem, os revoltosos prometeram manter o acampamento em frente à catedral de Saint Paul.

A prefeitura de Roma terá de arcar com os prejuízos causados por mascarados que quebraram vitrines e calçadas e atearam foto em três carros e em um anexo do Ministério da Defesa, no sábado, quando a capital italiana explodiu em surtos de violência. O prefeito Gianni Alemanno calculou que o custo dos reparos será de pelo menos 1 milhão de euros. Aliados do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, culparam a oposição pelos distúrbios.

As manifestações ocorreram no segundo dia do encontro do G-20 (grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia) em Paris. Ao avaliar, ontem, o comunicado final, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, defendeu a mudança do tratado que criou o bloco. O objetivo é permitir um controle maior sobre os governos da Zona do Euro. A alteração impediria que um membro enfrentasse problemas graves por desobedecer as regras fiscais impostas a todos, contagiando os outros integrantes.

"Para isso, é importante que decisões possam ser impostas", disse. Assim, a Europa daria mais um passo a caminho da construção de uma verdadeira federação, que retiraria grande parte da soberania dos países. O G-20 espera que a Zona do Euro apresente, na cúpula de líderes do próximo fim de semana, um plano consistente para resolver a crise de dívida, que se arrasta por dois anos.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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