Foto: Tuca Pinheiro |
Líderes da oposição denunciam golpe do governo contra o Congresso
Além de impedir a investigação da roubalheira em ministérios, oposição acusa governo de tentar subjugar o Parlamento para aprovar a qualquer custo a DRU
Os líderes do PPS, PSDB e DEM reagiram nessa terça-feira à manobra montada pelo governo para impedir votações no plenário da Câmara e barrar nas comissões da Casa qualquer iniciativa para convocar acusados de casos de corrupção nos ministérios do Trabalho e das Cidades. O “golpe branco”, além de promover uma “blindagem”, tem ainda, na avaliação dos deputados, o objetivo de aprovar no Senado, a qualquer custo, a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até o dia 22 de dezembro.
Na prática, com a paralisação da Câmara, o governo quer impedir a votação de medidas provisórias que passariam a trancar a pauta do Senado, dificultando a aprovação da DRU, mecanismo que permite ao Planalto gastar livremente 20% de suas receitas. Em nome desta “liberalidade com o dinheiro público”, a base governista quer jogar para as calendas as MPs e assuntos como a PEC do Voto Aberto.
Corrupção sem freio
Os partidos de oposição também subiram o tom das críticas ao governo em relação à falta de investigação para apurar as denúncias envolvendo ministros em corrupção. De acordo com o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), a permanência do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, se deve à postura antirrepublicana do Palácio do Planalto. “Se fosse um governo sério, este ministro há muito tempo estaria no olho da rua. Estaria respondendo por seus atos na justiça”, afirmou.
Bueno reclamou ainda da falta de ação do Congresso Nacional para investigar os escândalos de corrupção que, segundo ele, tomaram conta do governo Dilma Rousseff. De acordo com o líder, apesar de seis ministros terem sido defenestrados dos cargos após envolvimento claro em ilícitos, “a presidente nada faz. Portanto, ela é responsável por permitir esses malfeitos”. Ele defendeu ainda instalação de CPI para apurar as "malfeitorias".
“Apesar de todos esses fatos, até agora não foi instalada uma comissão. Isso é da maior gravidade. Há quarenta anos não se via um absurdo desse no Parlamento”, disparou.
Rubens Bueno informou que a oposição também decidiu mobilizar seus parlamentares para que todos os requerimentos de convocação de envolvidos nos escândalos sejam aprovados nas respectivas comissões.
Câmara não é cartório do governo
A estratégia do governo, ressalta o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, é subjugar o Legislativo. “Querem paralisar por completo a Câmara e transformar essa Casa em apêndice do Executivo. Vamos reagir de forma contundente e denunciar à sociedade essa postura antidemocrática. Não cabe neste momento fazer nenhum acordo com a base governo antes que se restaure a dignidade do parlamento. Isso aqui não é cartório do governo”, reagiu Freire.
Tudo em nome da DRU
Na opinião do líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), o objetivo do governo é paralisar os trabalhos da Câmara até o final do ano para aprovar a DRU e evitar que as denúncias de corrupção sejam apuradas. “A ordem é engessar o Congresso até o dia 22 de dezembro. Só querem votar a DRU. Isso é um prejuízo para toda a sociedade”, alertou.
Na mesma linha, o vice-líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), disse que o Parlamento está de “joelhos” perante o Poder Executivo. “O governo utiliza esta Casa como um cartório de registro. Manda, desmanda, determina a quebra de regimento”, criticou.
Também participaram da reunião os deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), Almeida Lima (PPS-SE) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
FONTE: PORTAL DO PPS
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